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domingo, 15 de janeiro de 2017


Depois dos empates de Benfica e Sporting, e de alguns resultados comprometedores, o F.C.Porto não podia falhar, tinha de vencer o Moreirense, voltar a aproximar-se da liderança do campeonato. Venceu sem discussão, cumpriu o principal objectivo, mas desperdiçou uma boa oportunidade para conseguir uma goleada das antigas, de brindar os seus adeptos com uma exibição acima da média.

Na primeira-parte, sem ser brilhante, tendo até alguns períodos onde a precipitação e a desorganização foi a tónica - equipa nervosa, atabalhoada e lenta a pensar e a executar, tudo feito em esforço, muito por culpa de um meio-campo pouco esclarecido -, mas com um rácio de oportunidades versus eficácia superior aos últimos jogos - por exemplo, menos oportunidades que em Paços de Ferreira, hoje dois golos, contra zero na Mata Real -, o F.C.Porto chegou aos intervalo com uma vantagem - Óliver aos 30 e André Silva aos 42 minutos - que lhe dava confiança para encarar os segundos 45 minutos com tranquilidade, porque à vantagem se juntava um Moreirense a jogar com menos um por expulsão de Francisco Geraldes.

Com o vencedor praticamente encontrado, a expectativa para a segunda-parte era saber se o F.C.Porto com mais espaço, mais à vontade, iria aproveitar, arrancar para uma exibição de qualidade, procurar um resultado amplo. É verdade que nos primeiros 15 minutos o F.C.Porto acentuou o domínio, a superioridade, melhorou a qualidade de jogo, criou e desperdiçou durante esse período várias oportunidades. Deve dizer por isso que na segunda-parte o rácio piorou notoriamente. Muitas mais ocasiões, apenas um golo. Pior, se até ao terceiro golo viram-se coisas bonitas, depois do golo de Marcano que colocou o resultado em três a zero, a equipa baixou de intensidade, toquesinhos e mais toquesinhos, num ritmo de peladinha que não se compreende, não aproveitou o tempo restante para marcar mais golos, brindar o público do Dragão com uma exibição de qualidade que os fiéis adeptos portistas bem merecem. A última meia-hora, se não fosse a entrada de Kelvin - espero que tenha sido apenas por ser o primeiro jogo, querer mostrar serviço, mas este Kelvin está exactamente no mesmo ponto em que saiu do Dragão. Curtinho, muito curtinho...- recebido com grande entusiasmo, tinha sido uma grande pasmaceira.

Sem jogo a meio da semana que hoje terminou, ou a meio da semana que vem, não há nada que justifique tal abrandamento, tanta descontração. O resultado estava feito, desliga-se, o público que se lixe. É preciso acabar com esta cultura que existe no futebol português. Cultura que no F.C.Porto era apenas circunstancial e que de alguns anos a esta parte tornou-se regular.

Resumindo e tudo somado: objectivo cumprido, vitória indiscutível, aproximação ao líder conseguida, Sporting mais longe, mas podia ter sido bem melhor.

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