quarta-feira, 8 de março de 2017
Do Universo Porto - da Bancada de ontem, sublinho a questão da relações entre o Benfica e a CMVM que é sempre muito interessante. De repente recordo dois episódios curiosos.
1 - Numa subscrição pública de acções, o prospecto dizia que terminava no dia tal, às xis horas. Pois, mas chegada a hora e como ainda havia quem queria subscrever, o que fez o SLB? Comunicou, pediu autorização ao regulador para prolongar a subscrição? Vai no Batalha, riscaram a hora no placar, aumentaram duas e siga a marinha.
2 - Quem não recorda a OPA Berardo e depois a OPA chinesa que levou ao aumento brutal das acções que atingiram valores elevados e permitiram que alguém que estava entalado fizesse um verdadeiro negócio da China e salvasse o coiro, que é como quem diz, os milhões?
Portanto, não admira que depois hajam grandes discrepâncias, com o Relatório e Contas a dar Ederson como pertencendo 100% ao Benfica e o presidente a dizer que o clube do regime tem 50% e os outros 50 pertencem ao Rio Ave. A relação do clube do regime com o regulador sempre foi muito peculiar e não é de agora, tem anos, desde que a SAD benfiquista está cotada em bolsa.
Também o recurso para os tribunais civis por parte do Benfica merece algum do meu tempo.
O problema da justiça boa e justiça má, conforme dá jeito ao clube do regime, também não é coisa nova, tem barbas. Já a 25 de janeiro de 2010, num post com o título, A boa e a má justiça e os talibãs, se tocava no assunto, na altura para o Benfica e seus propagandistas, a justiça civil não prestava, boa e credível era a que tinha origem na CD da Liga cujo presidente era o ilusionista Ricardo Costa.
Apesar da incredulidade provocada por algumas decisões da Comissão Disciplinar da FPF, cujo líder é José Manuel Meirim, de que o último exemplo também foi abordado no programa do Porto Canal, na noite de ontem, a diferença do comportamento da CD no pós Estoril vs F.C.Porto em paralelo com o pós Feirense vs Benfica, bem mais grave, não me passa pela cabeça que o castigo pelos cânticos: SLB, SLB, SLB..., não tenha suporte legal, tem de certeza. Assim, se todos comerem, porque também nesta matéria não há anjos e demónios... OK, nada contra. Mas como este assunto não é pacífico, há quem ache que esses cânticos não deviam acontecer, principalmente em jogos em que o clube do regime não está presente, deixo a minha opinião já expressa em post, aqui e que repito agora:
«Os cânticos insultuosos das claques e não só, do F.C.Porto, contra o Benfica, mesmo quando o clube do regime não é para lá chamado em nada e que esteve na agenda de alguns blogs portistas, esta semana. Comentei, mas como não gosto de fazer comentários grandes, resolvi abordar o assunto. Fica a minha opinião.
A questão dos cânticos é um assunto polémico, que divide opiniões, mas que abordarei com a frontalidade de sempre, sem complexos, nem pretensões de agradar a gregos e a troianos, muito menos com medo de queimar os dedinhos ou de ser politicamente incorrecto.
Partindo do princípio que ninguém anda para aí aos insultos, por toma lá aquela palha, nem somos um bando de arruaceiros mal educados, porque será que ultimamente e apesar da rivalidade Porto versus Benfica já existir de há muitos anos a esta parte, ultimamente esta rivalidade tem-se acentuado e os cânticos aumentado, principalmente em momentos de grandes vitórias e grandes sucessos do F.C.Porto? Fazem-no muitos adeptos portistas, não só as claques, diga-se e repita-se - ainda no domingo no Jamor, estava muito longe das claques e à minha volta, Tribuna B, a maioria o fazia... -, porque são mal educados, mal formados, têm complexos de inferioridade, são pessoas de maus instintos, que aproveitam esses momentos para exteriorizarem aquilo que têm de pior?
Não o farão, por um forte sentimento de revolta pela forma como somos tratados? Não serão esses cânticos, que se acentuaram a partir do momento que o Benfica, quarto classificado, tentou destruir o F.C.Porto, tentando ir à Champions à custa do nosso clube, brilhante Campeão Nacional, com mais de 20 pontos de avanço para o clube do regime? Não o farão por causa de episódios como esta malheirada, reles e ordinária, que visa denegrir a imagem do F.C.Porto? Não o farão como resposta a colunistas, jornalistas freteiros e paineleiros, que fazem da má língua contra o , uma uma constante? Não o farão contra a agenda, não de uma rádio, jornal, ou televisão, mas de todos eles, que mesmo perante tantos e tantos sucessos, colocam sempre reticências aos êxitos do F.C.Porto? Não o farão porque sempre que vão a Lisboa são tratados abaixo de cão, encurralados e humilhados? Não serão esses cânticos uma forma de dizerem: "tomem, seus..., vocês passam a vida a dizerem mal de nós, a insultarem-nos, a denegrirem as nossas vitórias, mas nós provamos que ganhamos porque somos melhores, temos melhores dirigentes, técnicos, jogadores e adeptos"?
Mais, para aqueles que dizem que esses cânticos prejudicam a imagem do F.C.Porto e não fazem o melhor clube português crescer na simpatia dos portugueses, quero dizer-lhes o seguinte: sou do tempo que o F.C.Porto era um clube "porreiro", fidalgo a receber, exemplar no desportivismo... eram tempos de secura, não ganhávamos nada, aí só tínhamos virtudes. Perdemos todas as virtudes quando começamos a ganhar e a ganhar muitas vezes. Passamos a ser os piores do mundo, mas e apenas, porque este país vergonhosamente centralista, mesquinho e medíocre, não perdoa os nossos sucessos. Concluindo, não canto insultos contra o clube do regime, mas não serei eu que criticarei quem o faz. Se o F.C.Porto for respeitado; vir ser-lhe reconhecido o mérito quando ganha; os defeitos e as coisas erradas que faz, forem tratadas das mesma forma como são tratados os erros dos outros e não extrapolados, então sim, aí de certeza os cânticos serão outros e se não forem, cá estarei e na primeira linha da censura.
Fica a minha opinião sobre esta questão. Respeito quem pensa de outra maneira, mas não admito juízos de valor sobre a minha educação, a minha formação e esta minha forma de pensar.
Quem quiser abordar este assunto, está à vontade, de preferência de forma construtiva, objectiva e não e apenas, com frases insultuosas.»
Quando se joga olhos nos olhos em casa do F.C.Barcelona, uma das escolas de formação do mundo, senão a melhor e se perde nos pormaiores de uma arbitragem vergada ao peso do gigante da Catalunha, como aconteceu ontem com os sub-19 do F.C.Porto, não há razões para tristezas. Pelo contrário, é fundamental olhar para a frente, colocar todo o enfoque no nacional da categoria, pois e apesar de uma entrada completamente em falso, muito abaixo das expectativas que se exigem a um bicampeão, há a nítida sensação que ainda nada está perdido.
Não vou citar ninguém, mas é notório que o F.C.Porto tem muito talento na sua formação, embora não seja muito badalado. É preciso potenciá-lo e aproveitá-lo.