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terça-feira, 25 de abril de 2017

 Porquê, só agora, Pedro?

Durante várias épocas e para nosso desespero, o F.C.Porto manteve-se mudo em quedo, foi comido de cebolada, para usar uma expressão muito cara ao Sonso que treina o Benfica/clube do regime. Era  tudo em nome da marca, da promoção e defesa da indústria do futebol, era preciso uma Liga NOS à imagem e semelhança da Premier League. Durante esse período, já sabíamos, mas sabemos agora com em mais pormenor, o clube do regime e os seus paus mandados, com a conivência de uma comunicação social capturada e cobarde, tomou conta das instituições que regem o futebol português, começando na disciplina, passando pela justiça, terminando na arbitragem. Para além disso, com a ajuda de gente bem conhecida e uma cartilha que devia envergonhar quem dela faz uso e quem a criou, o Benfica condiciona, coage, incendeia, provoca e insulta adversários e todos aqueles que se atravessam na sua frente. Como se isto fosse pouco, quer na Benfica Tv quer em outros canais, privados e até públicos, semanalmente assistimos aos mais degradantes espectáculos que apenas servem para acirrar ânimos, promover o ódio e uma rivalidade doentia, sempre com epicentro nos que torcem pelo encarnado. Sobre tudo isso, a Liga e o seu presidente, nada fizeram, nunca preveniram, nunca agiram. Também nada fizeram contra as claques, fora-da-lei, do Benfica, mesmo quando o seu comportamento merecia a mais veemente condenação. Agora, não sei se por hoje ser 25 de Abril, dia da Liberdade, se pelo que aconteceu na madrugada do dia do derby entre Sporting e Benfica, se porque o desígnio nacional da conquista do tetra está quase cumprido, é tempo de enterrar os machados de guerra. É o que pede em reflexão e num apelo rodeado de dramatismo, Pedro Proença, o senhor presidente da Liga. Diz mais coisas, tudo muito interessante, muito didáctico, declarações cheias de boas intenções e que todos nós subscreveríamos, se não soubéssemos no país que estamos, no que é actualmente o futebol português. Pedro Proença, melhor do que ninguém e até pela terrível experiência pessoal que já viveu, sabe que paz e sossego no futebol português, só é possível se nada atrapalhar os interesses do Benfica/clube do regime. Se alguém não se vergar e as coisas se complicarem para os lados da Luz, aí, isto pega fogo, vale tudo, desde ameaças de não participação em provas, até ataques contra o governo, contra FPF contra LPFP. Nem é preciso recuar muito no tempo, basta ver o que acontecia quando o Benfica não ganhava...

Dentro da mesma linha de raciocínio, é o editorial da rainha de Inglaterra que tem o nome por baixo de director, no panfleto da queimada. Vítor Serpa, disserta sobre a liberdade, pergunta para que serve, critica quem a usa mal. O cúmulo do cinismo e da hipocrisia em todo o seu esplendor. Desde um colunista provocador, pirómano e incendiário como Rui Gomes da Silva, conhecido pelo Chouriço; até à permissão de comentários no site do jornal que não são mais que insultos de bolinha vermelha no canto superior; passando por um jornalismo sem ética e deontologia, um jornalismo vergonhosamente pró-Benfica e contra todos aqueles que lhe disputam as vitórias; na Bola de Vítor Serpa, vale tudo aos guerras, delgados, bonzinhos, paralves e afins, gente que tecla e fala de camisola do Benfica vestida, cachecol não pescoço e bandeira na mão. Também neste caso, agora que as coisas estão encaminhadas para os lados de Carnide, paz, paz, paz, isto já foi longe demais, que ninguém se atreva a colocar em causa os méritos do Benfica.

Portanto, não nos deixemos embalar e no dia 25 de Abril, dia da Liberdade, lutemos pela liberdade de um futebol português actualmente preso nas amarras de um polvo com tentáculos que se estendem e controlam tudo, desde a disciplina, continuando na justiça, passando pela arbitragem e terminando na comunicação social, neste caso, indo ao encontro do que diz Miguel Sousa Tavares e faz parte do meu combate desde que existe o Dragão até à morte, uma das grandes culpadas do estado em que se encontra o futebol português.
Continuemos a erguer a nossa voz contra ídolos com pés de barro, santinhos do pau oco, midas de pacotilha, os que devem milhões e são tratados como de devessem tostões, freteiros, recadeiros, vendilhões do templo e jornalistas entre aspas.
E saudemos o portismo sempre tão mal tratado, insultado, caluniado, vilipendiado, achincalhado, mas que, cada vez mais, tem todas as razões para andar de cabeça bem levantada, olhar nos olhos seja quem for sem se envergonhar.

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