F.C.Porto 1 - Vitória S.C. 1. Sofrer um golo destes não se admite nem no regional. Cubram-se de vergonha.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Depois ser eliminado pela Roma e só ter o campeonato para jogar, é importante que os profissionais do FCP, agora que só jogam uma vez por semana, arrepiem caminho. E arrepiar caminho significa começar a ganhar os jogos de forma que a possibilidade de chegar a um dos dois primeiros lugares não se esfume rapidamente.
Era este o espírito que esperava ver no conjunto de Martín Anselmi no jogo desta segunda-feira à noite frente ao VSC no Estádio do Dragão. Mesmo antes de mais uma perda de pontos de um dos dois da frente, muito mais após o empate, que devia ser uma derrota, do Sporting. Mas mais uma vez as expectativas saíram defraudadas e foi mais uma noite de pesadelo, desilusão e grande frustração.
Com um onze com várias surpresas, talvez a maior a estreia a titular e Tomás Pérez, a que se juntaram Diogo Costa, Zé Pedro e Otávio, Fábio Vieira, Alan Varela, Rodrigo Mora e Francisco Moura, Gonçalo Borges, Namaso e Pepê, o FCP começou com dificuldades em soltar rápido e fácil. Primeira ameaça, remate de Alan Varela contra um defesa vitoriano. Dragões ganharam dois cantos, no segundo Zé Pedro tirou o pão da boca a Otávio. Na resposta o Vitória obrigou Diogo Costa a sair da área e matar um contra-ataque. Mas era um Porto pouco afirmativo, incapaz de impor, ser dominador.
Quando chegava na frente com algum perigo as opções não eram as melhores. Gonçalo Borges podia ter marcado, Rodrigo Mora continua a forçar e a rematar contra o meco, quando tem colegas bem colocados. Jogo muito parado.
Ao minuto 27 saiu Pepê lesionado, entrou Samu. Muito pouca fluidez atrás, muitos passes para o guarda-redes, alguns disparates nos passes longos. Lances de bola parada inócuos. Ao minuto 35 Samu bem a isolar-se, mas um disparate na hora da verdade. De seguida o mesmo jogador com outra boa chance, o espanhol foi lento a finalizar.
Que Dragão tão trapalhão, tão complicativo, sempre a inventar em vez de simplificar. Mora, Fábio, Zé Pedro, Samu...
Aos 41 minutos a bola entrou na baliza dos vimaranense, mas Namaso que até trabalhou bem, partiu de posição irregular.
A quantidade de passes errados, mesmo passes fáceis, continua muito elevada.
O jogo chegou ao intervalo com mais um nulo. Começa a ser uma constante. Idem para a qualidade de jogo do FCP.
Com o jogo empatado esperava-se um Porto diferente na 2ª parte.
O jogo recomeçou com Dragões ao ataque, Samu bem a libertar-se, mas a não encontrar a melhor opção. Livre perto da área, mas sem consequências. O jogo continuava muito parado e Samu muito trapalhão.
Aos 55 minutos, com Zé Pedro incapaz de estorvar, Nélson Oliveira adiantou o Vitória. lance foi ao VAR e foi anulado.
Nem esse lance foi capaz de fazer Zé Pedro arrepiar caminho, logo de seguida fez outra asneira grossa, canto, só não foi golo porque Otávio fez um milagre e cortou sobre a linha de golo.
Neste período mais Vitória que Porto.
Aos 63 minutos entraram Tiago Djaló e William Gomes, saíram Tomás Pérez e Namaso.
O jovem brasileiro entrou muito bem, começou nele o excelente golo de Fábio Vieira que adiantou o conjunto de Martín Anselmi aos 68 minutos. Com a defesa dos azuis e brancos a tremer em cada, o jogo estava longe de estar resolvido. No ataque William bem fazia chegar bolas ao centro da área, mas Samu estava desastrado, só fazia asneiras.
Aos 77 saíram Fábio Vieira e Rodrigo Mora - não percebi a saída do marcador do golo. Seria cansaço? -, entraram Eustaquio e André Franco. Entretanto a dificuldade da equipa do FCP em ter bola, circular, encontrar as melhores soluções, controlar minimamente o jogo, era notória. E claro, os de Guimarães acreditavam. E sofria-se no Dragão.
E o cúmulo aconteceu aos 86 minutos. Num a favor do FCP já bem no meio-campo do Vitória, várias hesitações, tantas asneiras - Samu e Eustaquio deviam ser multados pela forma como abordaram o lance -, não ficou ninguém atrás, jogador do Vitória correu meio-campo isolado, ninguém cometeu uma falta - seria vermelho e depois? - e empatou. Isto não se admite nem no regional. Cubram-se de vergonha.
No desespero, só coração e sem ponta de discernimento, o FCP não conseguiu marcar, empatou um jogo que estava obrigado a ganhar.
Resumindo, mais uma exibição muito fraca, mais uma oportunidade perdida para encurtar distâncias.
Repito pela importância: com o jogo a entrar nos últimos minutos, a terminar, nem a vantagem mínima conseguiram segurar? Vai tudo ao canto e não fica ninguém atrás. Não há uma alma que dê um grito e diga a um ou dois defesas, não subam, fiquem?
Começo sempre os jogos com a expectativa de ver, não um espectáculo de grande qualidade, mas uma exibição com o mínimo de qualidade, mas nem isso esta gente que não tem noção do que é representar o FCP, consegue. Raramente constroem uma jogada em condições, parecem um grupo de amigos que se juntam para fazer um jogo amigável.
Não há paciência para tanta pobreza franciscana. Haja respeito pelos portistas que numa noite de chuva constante encheram o Dragão.