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domingo, 30 de abril de 2017


Tenho amigos boavisteiros, sportinguistas e imagine-se até, salgueiristas. Do clube do regime, ou por vergonha ou por cobardia, não querem falar de futebol!
Contudo tirando um ou dois que a execepção confirma a regra, e ao longo dos anos apercebi-me que há uma afinidade, uma espécie de cultura nata, um sentimento comum, no que toca a treinadores.
Tanto nós portistas como os apaniguados dos outros clubes, olhamos para o treinador com esperança, depois com desconfiança, e, finalmente com a aquela nossa máxima que o treinador afinal não percebe nada de futebol!
Os exemplos são vários e abundantes, pelo que seria maçador estar aqui a enumerá-los, mas se bem me lembro desde os meus dias de portismo, os treinadores do F.C.Porto foram sempre recebidos como reis e saíram como plebeus, mesmo havendo gente que foi campeã.
De há uns anos para cá este síndrome, atingiu as raias do desespero em falta de títulos e equipas credíveis em elevar o sagrado nome do F.C.Porto aos patamares que o nosso clube merece e exige. E mesmo os que foram campeões, não tiveram vida fácil em casa própria!
Lembro-me bem de Artur Jorge, Campeão Europeu pelo F.C.Porto, ser assobiado e despachado. António Oliveira um dos melhores treinadores que já vi também foi de malas aviadas. Co Adriaanse - a ter um ataque terrorista á saída de um treino - com as suas tácticas à Ajax da Triana. Fernando Santos e Jesualdo Ferreira, treinadores da velha escola portuguesa do 4-3-3 vs 4-4-2 quando se ganha e do tudo ao molhe e fé em Deus quando as coisas não correm bem. Lembro-me de Vitor Pereira, que conseguiu a proeza de em 2 anos de campeonato só ter tido uma derrota - coincidentemente claro, sob a arbitragem de Bruno Paixão -, mas a precisar de um milagre Kelvin, curiosamente, a nossa vitória de Pirro. Também de Paulo Fonseca e a sua total falta de maturidade para conduzir um bólide. De Lopetegui que pensava que o F.C.Porto era o Barcelona, o que dava tempo aos adeptos irem á casa de banho e voltarem sabendo que a equipa ainda não tinha chegado á baliza, e…. Nuno Espírito Santo com os seus desenhos e postura intelectual de professor de moral e religião.

Diz e com alguma razão o Vila Pouca, que Nuno deve ser de todos os treinadores que já passaram pelo F.C.Porto, o mais bem protegido, acompanhado e até não molestado pela comunicação social do costume. Ou seja Nuno é um tipo que se quer dar bem com Deus e com o diabo. Quer ter as portas abertas à sua saída do F.C.Porto, e essas portas estão bem visíveis quais são!
Concordo, discordando! Acho que é a maneira de ser do nosso treinador, basta ver as suas queixinhas. São tão soft, tão politicamente correctas, que faz do Vitória ser aquilo que é, um bronco de um forcado. Ou fazer de Jesus o que também ele é, um burgesso. Só que Nuno, não está em Espanha ou Inglaterra. Aqui impera a lei do murro na mesa, do abrir a boca para arrasar, da cartilha e da mentira repetida até à exaustão afim de se tornar verdade.
Considerando os prós e contras, creio bem que Nuno chegou ao fim da sua era como treinador do F.C.Porto. Aliás o jogo de hoje com o Chaves será o divisor de águas entre se Nuno foi infeliz contra o polvo, ou se foi ineficaz mesmo havendo o polvo. Já vai havendo um imenso clamor contra o treinador, tanto nas redes sociais como no próprio estádio, se bem que não haja assobios como em tempos bem recentes.
Eu aprecio as qualidades do homem. Por mim ficaria mais uma época, a época de todas as épocas por assim dizer. Continuo a achar que Nuno lutou contra ventos e marés com uma equipa de futebol que treme como varas verdes à menor brisa. O polvo é bem forte e tal como um cancro, espalhou bem a sua semente maligna, pelo que este filme com Nuno, já o vi com Lopetegui. Mas creio bem que o percurso de Nuno para a grande família azul-e-branca acabou.
O ser polido e correcto também pesa contra ele. Queremos gente de mangas arregaçadas, que previne em vez de remediar, que avisa em vez de se queixar, e quando se queixa que seja na altura certa não depois do mal estar feito e bem feito!
Mesmo que venhamos a ter a sorte de sermos campeões nacionais, o que a 3 jornadas do fim e com 5 empates em 4 jogos, nos faz ver que não será agora que o polvo vai ser comido à lagareiro, Nuno não terá por parte dos adeptos do F.C.Porto a simpatia necessária para ficar.
É que Special One, tivemos vários, desde Pedroto o nosso grande revolucionário, a Sir Bobby Robson o amante do futebol-espectáculo, todos eles odiados pela imprensa vermelha, mas só um foi assim intitulado e já depois de ter saído do… F.C.Porto! É isso, passou de arrogante e mal-educado a melhor treinador do Mundo!

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