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segunda-feira, 8 de maio de 2017


Eles ainda não são campeões e já se sente no ar um intenso cheiro a bafio. Estamos proibidos de ler jornais, ouvir rádio, ver televisão, a propaganda não dá tréguas, a desfaçatez dos sem vergonha não tem limites. Liguei a rádio para ouvir o tempo de desporto na Antena 1 e ainda bem que ainda não tinha almoçado, tal foi o mau estar, a náusea que senti ao ouvir Ribeiro e Castro associar o tetra do Benfica ao centenário das aparições de Fátima. É o tetra do centenário, um acontecimento histórico, atirou ele. Mexe connosco, mesmo que faça todo o sentido. Tal como no passado salazarista, Portugal voltou a ser Fátima, fado e futebol. Só falta saber quem faz o papel que era de Amália Rodrigues...

Toda esta nojeira deixa-me ainda mais furioso, à beira de um ataque de nervos, porque tenho a nítida sensação, quase certeza do seguinte: se é verdade, este campeonato é uma vergonha, sujo mais sujo não há, mesmo assim, com mais competência, mais coragem e mais Porto, tínhamos comido o polvo à lagareiro, tínhamos evitado estes despautérios e este tenebroso regresso a um passado de má memória.
Como disse o meu amigo e ultimamente desaparecido - anda muito triste e desiludido -, José Manuel Conceição, Vila, andamos a lutar com fisgas contra gajos armados até aos dentes e com armas automáticas. Mesmo assim conseguimos abanar, perturbar, eles ficaram à rasca, nem lhes cabia um feijão. Também fomos capazes de criar uma onda azul como já se não via há muitos anos. Mas depois, na hora da verdade, de ver quem é quem, no campo de batalha, fraquejámos, as tropas e quem as comanda, em cinco batalhas decisivas, nem uma ganharam. Assim, amigo, é difícil vencer a guerra...
Tens toda a razão, Zé, mas falaremos de tudo, incluindo o que é Ser Porto um dia destes... E principalmente, na parte que me toca, gostava que me explicassem - obviamente, é ao líder que compete dar explicações - como chegamos aqui - desportivamente nunca durante os 35 anos de mandato de Jorge Nuno Pinto da Costa, o F.C.Porto esteve 4 épocas sem ganhar nada; em simultâneo, estamos financeiramente sob a alçada da UEFA... -, mas principalmente, como vamos sair daqui, o que vamos fazer para o futuro, em particular na política desportiva... já que na parte da comunicação nem pensar em recuar...

Nota final:
Para a escumalha da travessa da queimada - nome aos bois, José Manuel Delgado e Ricardo Quaresma -, é tudo uma questão de estofo que o Benfica tem e o F.C.Porto não. Pois é, estofo, palavra bonita, o  problema é que em circunstâncias semelhantes os títulos do F.C.Porto nunca são uma questão de estofo, mas um tributo dos árbitros.

Também estou para ver como vai ser o comportamento do F.C.Porto no futuro e em relação a alguma comunicação social. Até para não andar aqui a fazer o papel do tolinho. Denunciamos a falta de rigor, isenção, seriedade, ética, equilíbrio e equidistância, dizemos cobras e lagartos deles e depois, por exemplo, o nosso treinador trata-os muito bem, com muita deferência, responde-lhes sempre?

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