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terça-feira, 9 de maio de 2017


Nota de abertura:
Não preciso que me dêem lições de combate a polvos, sejam eles de que tipo forem, faço há 10 anos - há um histórico que pode ser consultado a todo o momento que o prova de forma cabal e quando no F.C.Porto o silêncio prevalecia e o polvo se instalava. Um e recente, entre muitos exemplos -, obviamente dentro das minhas modestas possibilidades e apenas por amor, sem pedir nada em troca, inspirado na célebre frase de JFK, não fiques à espera do que a América pode fazer por ti, faz tu qualquer coisa pela América. As minhas recompensas são vitórias e títulos. E quando nem vem uma coisa nem outra, que não fique no meu espírito que podíamos e devíamos ter feito mais, como aconteceu esta época, em particular a partir de determinada altura.

Mas aprendi na passagem de Andrade para Dragão que se por um lado não nos devemos calar, devemos lutar, combater, denunciar tudo aquilo que não está bem externamente e não ter medo das palavras - nunca tive, nem nunca me escondi -, também não devemos reduzir tudo aos polvos desta vida. No tempo dos Andrades éramos comidos de cebolada e por isso ganhávamos muito pouco, quase nada - na minha vivência passamos uma longa travessia do deserto com apenas um copo de água, a vitória na Taça de Portugal em 1968 -, mas também tínhamos muitas culpas no cartório. Não estávamos minimamente organizados, toda a gente metia o bedelho no futebol, entravam e saíam treinadores, quando o título ficava à vista, tínhamos um ataque de masoquismo, dividíamos-nos, guerreávamo-nos, entregávamos o ouro aos bandidos. Quando deitamos os pés ao caminho, resolvemos o que internamente estava mal, ficamos mais bem colocados para ganhar, ganhamos para além do sonho.
Atravessámos agora um período que não sendo igual, tem algumas semelhanças com o passado. E por isso disse e repito, se por um lado temos de fazer um combate sem tréguas ao polvo, por outro temos de voltar a ser aquilo que fomos, na competência, nas escolhas de treinadores - cada vez mais importante e fundamental. O tempo em que qualquer treinador era campeão no F.C.Porto já lá vai... - e jogadores e também, um Porto à Porto, dentro e fora do campo. Se não gostarem, se nos atirarem com os apitos, com o Abel, com fruta ou café com leite, calheiros ou guímaros, responderemos com vouchers, Porta 18, Estorilgate, Mister King, cartilhas, ferraris, ferreiras, capelas, valentes, calabotes, silvas, promiscuidade, calotes sem fim à vista, etc... há mil e uma maneiras de se comer o polvo.

Dito isto, não posso deixar de manifestar estranheza e perplexidade pelo incómodo que alguns sentem quando se fazem algumas criticas internas, não se reduz tudo a factores externos. Então quando o F.C.Porto vai para a quarta época sem meter a mão ao prato, a isso junta uma situação financeira complicadíssima, tanto que por ter violado o fair-play financeiro está sobre a alçada da UEFA, os portistas deviam encolher os ombros, assobiar para o lado, conformarem-se e apenas dizerem, paciência, é preciso levantar a cabeça, para o ano há mais? Então os portistas, dentro das premissas correctas, respeito, objectividade e de forma construtiva, não têm o direito a reagir, querer saber porque chegamos aqui, mas mais importante, o que vamos fazer para sair desta situação, voltar a ganhar e a ter uma situação financeira melhor? Quem não reduz tudo ao polvo, à Liga Salazar, arbitragens ou não canta, Pinto da Costa allez, Pinto da Costa allez allez, é mau portista? Tudo porque não podemos dar trunfos aos nossos inimigos? Não me lixem! Por essa ordem de ideias nunca Jorge Nuno Pinto da Costa teria chegado à presidência do F.C.Porto.

Nota final:
Curioso, mas agora que o campeonato está decidido, ficamos a saber que para a próxima época vamos ter vídeo-árbitro e os relatórios dos árbitros vão ser tornados públicos.

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