Finalmente, após os lamentáveis acontecimentos na AG de 13/11, Jorge Nuno Pinto da Costa deu uma entrevista. Foi num simultâneo SIC/SICN - a partir do momento que o presidente do FCP, a 07/10, vá lá saber-se porquê, elogiou a SIC, compreende-se a preferência. Se desse ao Porto Canal ía ser criticado, lá vinha a conversa de que só fala para o canal do clube, estava tudo combinado - e a entrevista foi dentro daquilo que esperava.
Não esperava que o presidente pedisse, como devia e era sua obrigação, desculpas, em primeiro lugar àqueles que estiveram horas na fila à espera, porque o clube não organizou a AG com o cuidado que devia. Depois àqueles que já lá dentro não foram tratados com o respeito que deviam. Não esperava que explicasse, como devia, porquê esta AG a poucos meses das eleições e com alguns pontos polémicos, alguns dos quais o presidente até disse que estava contra. Não terá sido isto que deixou deixou muitos sócios do FCP de pé atrás e daí a enorme mobilização?
As redes sociais estão aí, têm muitos defeitos, mas também muitas virtudes. Até já serviram para mudar o rumo dumas eleições em Espanha, quando o partido do poder culpou a ETA pelo atentado de Atocha e a ETA não teve nada a ver com o assunto. Foi a mobilização das redes sociais que tirou o PP do poder e colocou lá o PSOE.
Mesmo tendo em conta que se aproxima uma AG importante em que se vão discutir as contas, fiquei surpreendido com o seguinte:
Como é que o grupo FCP que tem 191,544 milhões de capitais próprios negativos, só a SAD tem 175,980, vai passar para capitais próprios positivos, ou perto disso, até Dezembro?
Aguardemos pela AG do dia 29 onde certamente serão dadas informações, sob pena das contas serem chumbadas o que seria inédito desde que Jorge Nuno Pinto da Costa é presidente.
A resposta à questão dos prémios para a administração da SAD é notável.
Primeiro, a comissão de vencimentos propõe, não obriga a receber. Depois vai à AG da SAD e quem aprova? Os representantes de quem tem a maioria do capital? Quem tem a maioria? O FCP. E quem representa o FCP na AG da SAD? Pois o senhor presidente e outros directores.
Resumindo, o senhor presidente acha natural que uma SAD numa situação calamitosa, culpa de quem a dirige, receba prémios de gestão. E que prémios! Em menos de meia-dúzia de anos, só o senhor presidente recebeu cerca de milhão e meio. Isto quando já são muitíssimo bem remunerados. E receberam mesmo quando a SAD estava sob a alçada da UEFA, por ter violado os prossupostos do fair-play financeiro.
Isto é claramente ultrapassar uma linha vermelha que não aceito.
Taremi é difícil comentar sem saber os valores das propostas, para poder dizer se o rendimento desportivo - que tem deixado muito a desejar -, compensa a perda da verba que o Milan oferecia. Tudo indica que será mais um a sair a custo zero.
Se é verdade que o apoio das claques, principalmente nos jogos fora, é fundamental - já reconheci num dos posts anteriores -, também referi que não se pode esquecer todos aqueles que fora das claques também estão lá sempre, no futebol e nas modalidades. O presidente esqueceu todos esses. Fez mal.
E como disse o meu amigo Fernando Pinto, antes de haver claques já havia muitos portistas que estavam em todo o lado a apoiar, e, note-se, em condições muito mais difíceis.
Espero que a Academia - que era um desejo de vários anos e que se tornou uma obsessão - avance em força. Embora o projecto que era para ser apresentado em finais de Outubro ainda não tenha sido, e já estejamos qua se no final de Novembro e a apresentação ainda não tem data marcada.
Nota final:
O FCP já teve um Verão quente, com graves consequências - o senhor presidente viveu-o por dentro -, não precisa de outro.
Somos todos portistas e depois das eleições continuaremos a ser e o FCP precisa e precisará de tranquilidade para continuar no caminho do sucesso. Portanto, porque unidade não é unicidade, que o respeito pela opinião dos outros prevaleça, se evitem excessos de linguagem, ameaças que não servem para nada, dividem, dão origem a cenas que só prejudicam a imagem do FCP e são pasto para o mais primário anti-portismo.
Todos temos responsabilidades nesta matéria, mas há uns que têm mais que outros.
PS - Que se ataque a forma como AVB saiu do FCP, quando havia no espírito de quem dirige e de muitos sócios e adeptos, onde me incluo, a possibilidade de repetir os feitos de 2003 e 2004, aceito, também não gostei mesmo nada, não fui meigo na forma como tratei AVB na altura. Mas desvalorizar o feito, desvalorizar uma época extraordinária em que vivi as mais e maiores alegrias da minha longa caminhada de portista, como se o treinador nada tivesse a ver, tudo se deveu aos jogadores e ao plantel de excelência que teve ao seu dispor, não é bonito, nem havia necessidade.
Lamento e repudio que a casa de AVB tenha sido novamente atacada.