segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024
Depois de a meio da semana ter viajado até aos Açores para disputar um jogo que nunca se deveria ter iniciado, os Dragões voltaram a sair de casa, desta vez até à Serra da Freita para defrontar o Arouca.
Sem qualquer margem de manobra, impedidos de perder mais pontos, os azuis e brancos iniciaram o jogo com Diogo Costa, João Mário, Pepe, Fábio Cardoso e Wendell, Francisco Conceição, Alan Varela, Nico González e Galeno, Pepê e Evanilson e entraram a sofrer um golo. Bola disputada e perdida a meio-campo, uma saída para o ataque muito bem trabalhada pelo Arouca, que culminou no 1° golo da partida.
Era preciso reagir, a reacção ainda não era notória, quando uma falta na área sobre Evanilson, penálti, que o brasileiro transformou e empatou o jogo.
Nos minutos seguintes parecia recuperada daquela entrada em falso a equipa de Sérgio Conceição e o perigo rondou a baliza de Arruabarrena, obrigado a aplicar-se. A pressão portista acentuou-se, a equipa saía com critério, trocava bem a bola e chegava bem ao último terço, mas faltava mais assertividade na hora de rematar à baliza - Francisco não pode sair bem do drible e na hora de procurar o golo, baixar a cabeça, não ver que tem um adversário em cima, o remate vai contra ele.
Porto jogava bem, mas contra a corrente do jogo, equipa descompensada, Pepe surpreendido pelo cruzamento, bola na mão, penálti. Arouca novamente na frente, injusto para os azuis e brancos.
Na jogada imediata Galeno, com o guarda-redes fora da baliza, não fez a melhor opção, o Arouca sempre que recuperava a bola criava perigo.
Aos 34 Evanilson voltou a marcar, golo bem invalidado pelo VAR. O avançado estava fora-de-jogo.
Um disparate de Alan Varela, perda de bola em zona perigosa, ia custando caro aos da Invicta.
O argentino tocado deu lugar a Eustaquio.
O FCP perdeu consistência, organização, qualidade de jogo, começou a atacar com muitos, mas a recuperar com poucos, deu muito espaço, correu riscos.
O jogo chegou ao intervalo com o Arouca em vantagem por 2-1.
A forma como o FCP, com o jogo a chegar ao minuto final da primeira-parte, em posse, não foi capaz de colocar a bola na área, foi um claro sinal da forma como o conjunto de Sérgio Conceição estava a jogar.
Assim, resumindo, após o golo de Evanilson e até ao segundo do Arouca, minuto 30, foi um Porto em bom nível. Depois e até ao regresso às cabines o nível baixou muito, fez lembrar o Porto do início da época.
A perder, no regresso para segunda-parte, os Dragões que demoraram muito tempo a regressar, vieram com o mesmo onze que terminou a primeira.
No recomeço, Porto procurou chegar rápido à frente, cheirou o golo, desperdiçando uma clara oportunidade.
Coração e determinação, OK, mas era preciso ter a calma necessária para fazer e passar bem, não perder organização, não inventar com toques de calcanhar, não fazer disparates, perdendo bolas com a equipa descompensada, originando contra-ataques perigosos que só não deram golo porque Diogo Costa evitou com duas boas intervenções.
Evitou duas, não evitou à terceira. Equipa completamente a dormir, um livre marcado rápido, bola na frente, jogador do Arouca no um contra um contra Fabio Cardoso, levou vantagem, fez o terceiro.
Com dois golos de desvantagem, vida muito difícil para os azuis e brancos.
Aos 68 minutos saíram João Mário e Galeno, entraram Taremi e Gonçalo Borges.
Depois de ter sofrido o terceiro golo, Porto acusou o toque, foi incapaz de se encontrar, Sérgio Conceição voltou a mexer aos 77, entraram Ivan Jaime e Toni Martínez, saíram Nico e Evanilson. Mas era o conjunto aveirense que em rápidos contra-ataques ameaçava.
Do lado dos portistas nada de relevante até ao minuto 87, altura em que Francisco Conceição reduziu para 3-2.
O tempo já não era muito, o árbitro deu oito minutos de descontos, mas ainda dava para tentar um forcing final, procurar pelo menos empatar. Mas não íamos lá com disparates como o de Fábio Cardoso, completamente desastrado a passar e a cortar.
A meio ainda se pediu penálti, mas não havia razão para os protestos dos portuenses.
Fábio Cardoso concluiu uma noite para esquecer com um amarelo, era o segundo, foi expulso.
O jogo terminou com a vitória do conjunto da Serra da Freita, uma vitória que acaba por ser justa, de uma equipa com uma ideia de jogo muito interessante e que deve ser realçada. Defendeu quando tinha de defender, mas com bola procurou sempre contra-atacar e fê-lo sempre com critério. Marcou três golos, dois em jogadas rápidas e a aproveitar a forma desorganizada como o FCP estava a exibir-se, ainda ameaçou por várias vezes um Diogo Costa que ainda fez pela vida, mas foi completamente impotente para evitar o descalabro dos que jogam à sua frente.
Resta à equipa do FCP, a sete pontos do segundo lugar e pode vir a ficar a dez primeiro, não baixar os braços, ir ganhando os seus jogos, dignificar um clube não está a ter uma época fácil.
Foi mais uma noite negra, mais uma noite em que o FCP foi uma caricatura do que deve ser uma grande equipa. O FCP é, tem de ser, muito mais que isto...
Quem perde 12 pontos com Arouca, Estoril, Rio Ave e Boavista, só por milagre será campeã.