O Liverpool tem um grande plantel, uma grande equipa, grandes jogadores, um dos melhores técnicos da Europa, portanto, um empate com o colosso inglês não é desprestigiante e seria em condições normais um resultado que os portistas aceitariam naturalmente. Mas ontem, com os ingleses claramente abaixo do seu valor, com menos um jogador durante mais de 30 minutos, pedia-se mais do F.C.Porto, principalmente no ataque. Fica um certo sabor a frustração.

Não vou falar nos medos de Jesualdo, das suas substituições que não melhoram nada, do dono da bola ( Quaresma ), que marcou todos os cantos ( 10 ) e todos os livres ( seguramente mais de 12 ), não vou perguntar por não estava no banco Leandro Lima, tão pouco a carência de um verdadeiro homem de área.

Mas vou abordar um assunto de grande relevância e que tem a ver com ideia que corre por aí, que nós adeptos do F.C.Porto somos demasido exigentes, uns eternos insatisfeitos, que não nos contentamos em ir em 1º na Liga e empatar contra uma das melhores equipas da Europa.

Ser exigentes é a nossa cultura, foi assim que fomos ensinados ao longo de trinta anos, estamos habituados a grande desafios, a fasquias altas, é essa a razão do nosso sucesso, se baixarmos a guarda, se nos contentarmos com pouco, andaremos rapidamente para trás, cairemos no vale e a escalada da montanha será então muito mais complicada. A propósito porque será que num jogo como o de ontem faltavam cerca de 12 mil lugares para esgotar a lotação? Terá só a ver com os vergonhosos preços dos bilhetes para o público ( 75, 60, 50 euros )? Ou também terá a ver com as fracas exibições da equipa?

Nota final: o melhor do F.C.Porto para mim, foi Fucile, o jovem uruguaio esteve sempre bem, mesmo quando tinha à sua frente um R.Quaresma que em determinadas fases do jogo só atrapalhou. Há quem diga que Fucile ataca mal, não concordo , não será brilhante, mas compensa com uma entrega , uma determinação e uma generosidade contagiantes.