domingo, 4 de janeiro de 2009
É nestes jogos, ganhando estes jogos, que se molda um Campeão, mas é também, dando abébias como as que o F.C.Porto deu hoje, que se perdem campeonatos.
A equipa portista entrou muito bem e teve logo aos 2 minutos uma soberana oportunidade para se adiantar no marcado: Lisandro atirou à barra em situação privilegiada. Depois, como que amoleceu, deu espaço, não pressionou, encolheu-se nas bolas divididas, permitiu que o Nacional equilibrasse e se adiantasse no marcador, num lance em que B.Alves, na altura estava como a equipa, desconcentrado, abordou muito mal. Incapaz de se organizar e voltar à qualidade do período inicial, o conjunto de Jesualdo foi tímido na reacção e com a excepção de uma grande jogada de C.Rodríguez, que deu para Lucho fazer um remate, para grande defesa de Bracalli, nunca o conjunto Tricampeão, deu mostras de mudar o rumo dos acontecimentos e pior, a sua defesa, principalmente pelas laterais, mas também, por Rolando, deu sempre sinais de grande insegurança, impedindo a equipa de se soltar. Se a defesa não esteve bem, o meio-campo pouco melhor esteve e Fernando, então, esteve completamente desinspirado, complicativo e sem noção do tempo de entrada e do espaço a ocupar, o jovem brasileiro que para mais já tinha um cartão amarelo, não ajudou nada a por ordem na casa. Na primeira-parte e mais uma vez, a equipa portista viveu dos rasgos dos seus três homens da frente e pouco mais.
Na segunda-parte, as melhorias foram notórias, mesmo que atrás, continuasse a ser um Deus nos acuda. Até a substituição, bem feita, ao intervalo, não resultou na melhoria do sector mais recuado portista, pois Mariano que substituiu P.Emanuel, não atacou melhor que o capitão e a defender foi pior. Mas se na defesa as coisas não melhoram, o meio-campo, já esteve bem e com isso o ataque, que já tinha estado em bom nível, melhorou ainda mais. Teve mais apoio, jogadores com quem jogar, tabelar e desestabilizar, a defesa nacionalista, e assim, com justiça, o Tricampeão, deu a volta ao resultado. A vinte minutos do fim o mais difícil estava conseguido, só que... a equipa azul e branca complicou, não soube ter e segurar a bola, tremeu, facilitou - desde a perda de bola, infantil, de Mariano, até ao cabeceamento vitorioso de Miguel Fidalgo, completamente à vontade - e voltou a sofrer um golo que já não se usa e a correr o risco, de perder mais 2 pontos, naquela altura, com um grande sabor a injustiça.
Mas o Grande Hulk, o nosso novo herói, não se conformou e em duas jogadas, conseguiu colocar as coisas no seu devido lugar e dar ao F.C.Porto uma vitória justa e...pois é, a LIDERANÇA DA LIGA SAGRES!
Era um jogo muito importante e era fundamental ganhar. Conseguimo-lo com dificuldades, mas com muito mérito. É nestes jogos, nestes campos e contra estas equipas, difíceis, que se ganha confiança, tranquilidade e suporte psicológico, para no futuro próximo, podermos atingir os nossos objectivos: sermos TETRACAMPEÕES!
Notas finais: da defesa já disse tudo. Só se salvou Helton e a espaços B.Alves e Rolando. Ficou à vista, que temos problemas e que temos de os resolver nesta janela de mercado.
Bem melhor na segunda-parte que na primeira, o sector intermédio.
Muito bem o ataque.
Lisandro, infeliz, mas sempre, um trabalhador incansável. Esteve no golo do empate, 1 a 1, com um bela jogada e um bom remate, que possibilitou a recarga vitoriosa de Hulk.
Rodríguez, está melhor a cada jogo que passa. Marcou um golo - nos últimos quatro jogos só não marcou ao Marítimo -, o da reviravolta e jogou muito bem, de forma directa, com agressividade e deu um contributo decisivo, na vitória do F.C.Porto.
Hulk, foi para mim o melhor. Para além de ter marcado dois golos, o jovem brasileiro nunca se rende, nunca desiste, nunca vira a cara à luta e leva a equipa sempre para a frente, na procura do golo. É nesta altura, uma das referências do conjunto Tricampeão.
Numa altura conturbada, a arbitragem de Pedro Proença não deu motivos para qualquer reparo. Ainda bem!
Declarações de Jesualdo no final da partida:
«Assistimos a um grande jogo, que foi intenso na primeira parte e registou algum equilíbrio nessa fase. A derrota do F.C. Porto ao intervalo era injusta. Na segunda parte conseguimos rectificar e dar a volta ao marcador, mas sofremos um segundo golo, o que não é normal. Ainda assim conseguimos ganhar com mérito. Tivemos carácter e agressividade, frente a um Nacional de qualidade. Para nós era importante ganhar e conseguimo-lo com todo o mérito. Nunca cheguei a temer, mas o Nacional é das equipas mais poderosas que defrontámos. É uma equipa talhada para os grandes jogos. Tão importante como o resultado que alcançámos foi a nossa reacção. Fomos capazes de ganhar com mérito e justiça. É com jogos como este que a equipa cresce».