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sábado, 3 de janeiro de 2009



Depois da pausa natalícia e esquecido o empate, inesperado, contra o Marítimo, que o impediu de liderar a Liga Sagres, o F.C.Porto tem, no recomeço da prova mais importante do futebol português, uma difícil deslocação à Madeira para defrontar o Nacional. A equipa de Manuel Machado que está a fazer uma excelente campanha, tem bons jogadores, joga bem e num modelo bem definido, que previligia as saídas rápidas para o contra-ataque apoiado, será um adversário complicado e um duro teste, ao momento actual do Tricampeão. Para além disso, que não é pouco, a equipa madeirense enfrenta o F.C.Porto fortalecida psicologicamente, pelo facto de na última época, ter ganho os dois jogos que disputou contra o conjunto de Jesualdo.

É portanto, um jogo de elevado risco para o F.C.Porto, numa altura importante, em que um deslize pode ter consequências irreparáveis. Ao conjunto azul e branco - que não tem feito um grande campeonato. Jesualdo, disse-o -, resta ganhar, ir ganhando, para na altura decisiva, em que tudo o indica, se vai jogar muito da época - Fevereiro, início de Março, com o F.C.Porto a receber no Dragão os seus dois adversários directos na luta pelo título - poder estar em situação confortável e poder inclinar para o seu lado, a história do campeonato e atingir os objectivos, que são, como todos sabemos e ambicionamos, ganhar o Tetra.

Há mais duas preocupações em relação ao jogo de amanhã, que gostaria de dar nota: uma tem a ver com a pausa e as suas consequências na equipa portista. Jesualdo disse que a paragem foi pequena e não vai haver problemas, mas o Professor José Neto, que é especialista em Metodologia do Treino, tem opinião diferente e em entrevista à R.R., disse que a pausa de vários dias no treino, junto com os excessos próprios da quadra, mais as longas viagens e para países com climas muito diferentes, podem trazer problemas na parte muscular. Espero que em relação ao nosso clube não se verifique nada disso e tudo corra pelo melhor.

A outra nota é para dizer o seguinte: como já repararam, a campanha para levar os vermelhos ao título, já começou e atinge as raias da pouca vergonha. Hoje, P.Henriques o árbitro do Benfica-Nacional, diz que não sabe porque é que passados tantos dias, ainda se fala o assunto. Eu num dos posts anteriores, já disse porquê, mas repito: é para pressionar, para tirar proveito da situação, para mostrar aos Juízes, que se favorecerem o Benfica não há problemas, mas se agirem de outra forma, nem o benefício da dúvida, terão! No que diz respeito ao F.C.Porto, nós já sabemos que temos de dar tudo, lutar até ao fim, nunca desistir, mostrar a nossa imagem de clube vencedor, capaz até, de lutar, contra tudo e contra todos. Um desejo: que Pedro Proença e os seus auxiliares, Tiago Trigo e Ricardo Santos sejam felizes e façam uma arbitragem rigorosa, isenta e sem qualquer interferência no resultado.

Convocados do F.C.Porto:

Guarda-redes: Helton e Nuno;

Defesas: Fucile, Rolando, Bruno Alves, Pedro Emanuel, Stepanov e Benítez;

Médios: Fernando, Guarín, Lucho, Mariano, Pelé e Raul Meireles;

Avançados: Lisandro, Hulk, Rodriguez, Farias e Rabiola

Antevisão de Jesualdo Ferreira:

FCP: Jogar com o Nacional traz alguma recordação dos jogos da temporada passada?

Jesualdo Ferreira: Traz e é por aí mesmo que queria começar… Todos temos consciência da dificuldade que este jogo tem. Por duas razões: o Nacional continua a ter boas equipas e foi responsável por duas derrotas do F.C. Porto na temporada passada. Não conseguimos vencer o Nacional na última época e não é fácil jogar na Choupana. Há um conjunto de factores de dificuldade que sobem os níveis de exigência para este desafio.

FCP: O F.C. Porto acabou o ano em recuperação. Acredita que a paragem do campeonato pode ter prejudicado a equipa?

JF: Não é fácil responder a isso com objectividade. A paragem foi curta, mas foi importante. A equipa trabalhou bem durante esta semana. Sentimos que mantemos as nossas capacidades, mas sabemos que os próximos jogos podem demonstrar menos ritmo; ainda assim, temos pela frente um mês muito cheio para recuperar eventuais perdas.

FCP: De que forma um mês de Janeiro tão preenchido pode afectar a equipa?

JF: Não acho que afecte. Acho que é bom, pois vamos estar em actividade competitiva e num quadro de motivação elevada. Temos sete jogos em três competições distintas. Gostamos que seja assim.

FCP: Presume-se que não seja um núcleo reduzido a jogar este ciclo…

JF: Serão os 27 jogadores! Todos têm condições para jogar.

FCP: O F.C. Porto que vai jogar com o Nacional é igual ao que terminou 2008?

JF: Espero que não seja igual, pois o que terminou o ano empatou com o Marítimo. Espero que seja um F.C. Porto na linha do que fez jornadas boas.

FCP: A equipa sente mais responsabilidade por ainda não ser líder?

JF: O F.C. Porto tem as responsabilidades habituais. Queremos ser líderes e queremos ser campeões e este é jogo importante para isso.

FCP: Vai promover alterações na equipa?

JF: Não vou dizer. Tenho um indisponível, que é o Tomás Costa, que tem um pequeno problema gripal e não pode ser convocado. Os outros estão em condições.

FCP: Espera um Nacional semelhante ao que jogou no Estádio da Luz?

JF: Não sei, mas tivemos oportunidade de ver um Nacional que jogou muito bem e contra o F.C. Porto não há razões para ser diferente. O jogo em si será diferente. Pela qualidade da equipa, pelo seu treinador e pela motivação de jogar contra o F.C. Porto. Será muito difícil.

FCP: Surpreende-o facto de a arbitragem desse jogo ainda dar tanto que falar?

JF: Se fosse o F.C. Porto já tinha acabado a discussão. Continuar não me espanta.

FCP: Benfica e Sporting têm feito muitas críticas à arbitragem. Como as encara o treinador do F.C. Porto?

JF: O F.C. Porto perdeu dois jogos, como sabem, e não viram ninguém, e muito menos o treinador, a referir-se às arbitragens. Falámos nas nossas incompetências nesses dois jogos. Não tínhamos de estar a perder tempo nem energia de pensamento em coisas que não nos interessam.

FCP: Mas a arbitragem tem influência no campeonato?

JF: A arbitragem tem influência em todos os campeonatos, em Portugal e em todo o mundo. Parece-me que há uma pressão grande. Entendo que os árbitros têm de ter condições para apitar melhor. Boa estrutura de apoio, formação de acordo com exigências e, se calhar, têm de ser profissionais no futuro. Neste negócio tudo é profissional e os únicos, e que tem grande decisão nos resultados, não o são. Para o serem têm de ser bem suportados e protegidos. Por exemplo, o senhor Pedro Henriques teve nota negativa, mas porque é que as outras notas não vêm a publico? Foi o pior árbitro nestas jornadas todas?

FCP: O Nacional não pode contar com dois jogadores importantes, Alonso e Nené. Isso transforma o quadro mais acessível ou nem por isso?

JF: Não sei se são os mais importantes… São importantes, mas não creio que seja motivo para pensar numa equipa mais enfraquecida ou que isso seja um dado positivo para nós.

Todos os inquéritos de opinião, para escolher a figura do F.C.Porto em 2008, tiveram como vencedor, Lisandro Lopez. Essa é também a minha opinião: Lisandro foi um furacão que varreu o futebol português e mesmo que na parte final do ano, não tenha estado tão certeiro, foi muito importante, decisivo até - em Kiev, na assistência dourada, para Lucho marcar, no último minuto de jogo -, para que nesta altura da época, o F.C.Porto seja o único clube português que está em todas as frentes.

Mas o internacional argentino tem outra característica muito importante: é um jogador à Porto. Está lá tudo: alma, raça, mística e futebol, muito futebol...que em 2009, Licha, como é carinhosamente tratado, possa pelo menos, repetir 2008.

Vai abrir o mercado de transferências período de Inverno e todos os portistas são unânimes em apontar o lado esquerdo da defesa como lugar a reforçar. Eu também concordo com essa análise, mas não pode ser um qualquer, não podemos voltar a errar. Ou temos capacidade para contratar alguém, que resolva definitivamente, o problema, ou mais vale ficar como está.

Mas se a prioridade das prioridades é um lateral, acho que a equipa para ficar melhor, mais equilibrada e mais capaz de discutir os grandes desafios que tem pela frente, devia contratar um médio criativo, um jogador que contra equipas fechadas, tivesse capacidades, para num lance de génio, resolver. Foi isso que notoriamente, faltou no jogo contra o Marítimo.

Finalmente, um ponta-de-lança forte capaz de ganhar bolas de cabeça na área adversária, enfim um avançado, para quando as coisas não vão por baixo, possam ir por cima.

Última nota: o que resta desta época obriga a que todos os portistas estejam atentos, unidos, solidários e sempre a apoiar, pois só assim seremos capazes de combater todos aqueles, que pelo que se tem visto, vão fazer tudo e mais alguma coisa, para nos derrubarem.

Que a chama do Dragão nunca se apague e chamusque todos os nossos inimigos!

Foto de Lisandro retirada com a devida vénia e autorização do blog: varanda do dragão.

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