Depois de mais uma vez, ter reduzido a pó e ao ridículo, todos aqueles que constantemente, apontam outros factores, que não a competência, qualidade e profissionalismo, como razões para o seu sucesso e a sua hegemonia no futebol português - há anos que andamos nisto e eles nunca mais aprendem -, o F.C.Porto, líder meritório da Liga Sagres, recebe no Dragão, a Naval 1º de Maio. Passada a euforia legítima e natural, pela passagem aos quartos-de-final da C.League, é hora de regressar à Terra, colocar os pés no chão e pensar na equipa da Figueira da Foz, com a mesma vontade, espírito e ambição de vencer, que esteve presente na eliminatória, contra o Atlético de Madrid. Não vai ser fácil: pelo valor do adversário, pelo desgaste físico e emocional, que o jogo de quarta-feira provocou e pelas dificuldades que o F.C.Porto tem tido, para se desembaraçar dos seus rivais, em casa, onde mesmo sendo superior, os resultados estão muito abaixo das expectativas. Já perdemos no campeonato e no Dragão, 11 pontos, demasiados pontos, para uma equipa como o F.C.Porto. É preciso inverter esta situação e já contra a equipa de Ulisses Morais: para que isso aconteça, é preciso ir à procura da vitória desde o início, pressionando o adversário, obrigando-o a cometer erros, a jogar mal, a não arrebitar cabelo, ao fim e ao cabo, passar da teoria de equipa favorita, para a prática, colocando sobre o tapete verde do nosso belíssimo Estádio, as mais valias de uma equipa superior.
É isso que o público do F.C.Porto espera e merece, pois tem sido incansável no apoio, como, justiça lhe seja feita, Jesualdo tem reconhecido. Está na hora da equipa retribuir aos seus adeptos, com um bom jogo e uma boa vitória, todo o carinho que estes lhe têm transmitido.
Os adeptos do F.C.Porto têm sido o 12º jogador.
O árbitro é Cosme Machado, auxiliado por Alfredo Braga e por Henrique Parente.
Guarda-redes: Helton e Nuno, Defesas: Ivo Pinto, Sapunaru, Rolando, B.Alves, Cissokho, Stepanov e Tomás Costa, Médios: Lucho, R.Meireles, Andrés Madrid e Mariano, Avançados: Tarik, Lisandro, Rabiola, C.Rodríguez e Farías
Que Porto sem Fucile, Fernando e Hulk? Eu apastaria em Helton, T.Costa, Rolando, B.Alves e Cissokho, Lucho, A.Madrid e R.Meireles, Lisandro, Farías e C.Rodríguez. T.Costa dá mais profundidade que Sapunaru e contra uma equipa que vem defender, isso é importante. A.Madrid veio para ser o substituto de Fernando, quando o brasileiro, está, por qualquer razão, impedido de jogar...se não joga contra a Naval, quando vai jogar? Farías, porque é ponta-de-lança e nestes jogos é preciso um homem de área, que obrigue os centrais a fixarem-se e assim, Lisandro pode ter mais espaço para brilhar. Permite também jogar no modelo preferido de Jesualdo, o 4x3x3.
Declarações de C.Rodríguez no Superflash:
«Estamos contentes por termos passado à próxima fase da UEFA Champions League e queremos continuar a ganhar.»
«A recepção à Naval vai ser um jogo complicado. Sabemos que todos os adversários que vão ao Dragão nos criam bastantes dificuldades, mas temos confiança no grupo de que dispomos e na qualidade dos nossos jogadores e vamos deixar tudo em campo.»
«O facto de termos eliminado o Atlético é mais um factor de motivação para esta partida. É um grande clube e tem bons jogadores. Conseguimos seguir em frente e isso dá-nos naturalmente maior alento para o que aí vem.»
«Não diria que temos maior dificuldade em jogar em casa. O que se passa é que os adversários fecham-se mais quando vão ao Dragão e torna-se mais complicado marcar golos. Temos de ter paciência e continuar a dar o máximo.»
«Não sei se atravessamos o melhor momento da época, mas o que é certo é que nos sentimos com muito ânimo para seguir em frente e continuar a aprender.»
«Sempre me senti contente no F.C. Porto e apoiado pelas pessoas que confiaram em mim. Espero ficar muito tempo no clube, ter o máximo de rendimento e ganhar muitos títulos.»
«Não creio que o jogo vá ser mais difícil só porque não podemos contar com o Fernando nem com o Hulk. Há companheiros que aguardam certamente por uma oportunidade e estou seguro de que vão dar o máximo e aproveitá-la da melhor maneira possível.»
«Não penso nos rivais. Prefiro preocupar-me com os meus companheiros e com o jogo que temos no fim-de-semana.»
«Já revimos o encontro da primeira volta. O que acontece é que para o F.C. Porto todos os desafios são uma espécie de final. Há que treinar e procurar fazer melhor na partida deste fim-de-semana.»
Antevisão de Jesualdo Ferreira:
Naval com qualidade e rapidez «A Naval é uma equipa composta por jogadores de grande qualidade técnica, muito rápidos e que certamente vêm defender durante largos períodos. Espero da parte deles, no entanto, uma atitude mais aberta do que aquela que outras equipas com mais responsabilidade apresentaram em nossa casa».
Grande densidade competitiva«Até ao final da época, o F.C. Porto tem seguros mais 13 jogos para fazer. Se tudo correr bem, como esperamos, poderemos vir a fazer 16 ou 17 jogos em dois meses e meio. Aproxima-se uma fase de grande densidade competitiva e de enormes responsabilidades para nós. Este contexto estimula-nos e obriga a que tenhamos de fazer um esforço suplementar para enfrentar os desafios. Teremos seguramente que demonstrar uma grande capacidade de sofrimento e uma grande capacidade de trabalho».
Jogos como finais«No campeonato temos nove jogos pela frente, que podem ser consideradas nove finais. Na Champions League temos dois que seguramente são duas finais. Na Taça, igualmente dois com essas características. Todos os outros serão suplementares e consequência do que conseguirmos fazer nestes. Ainda assim, e perante tudo isto, nós preferimos esta responsabilidade do que jogarmos apenas semana a semana. A organização de trabalho que temos montada e as perspectivas de alcançarmos os objectivos tornam os jogadores mais fortes a cada treino. Mais cansados, é verdade, mas com níveis de concentração maiores».
Desafios por mérito próprio«Por esta altura da época passada, o F.C. Porto estava fora da Champions, estava bem na Taça e amplamente à frente do campeonato. Este ano, os objectivos são diferentes e estou certo de que vamos conseguir ter níveis de concentração no treino e nos jogos diferentes dos da época passada. O F.C. Porto tem os jogos que tem por mérito próprio. Outros não o conseguiram».
Mascar chiclete com sabor a vitória«Temos três objectivos pela frente e apenas dois olhos e duas pernas. Temos de ser capazes de nos concentrarmos nas nossas capacidades e encarar cada fatia do nosso trabalho jogo a jogo. Não nos interessa o que vai acontecer daqui a umas semanas, vamos fazendo as nossas aferições ao longo do tempo, que nos vão permitir encontrar as soluções mais óbvias e seguras a cada jogo. Sabemos que já conquistámos muito até agora, mas no F.C. Porto, o sabor da vitória dura o tempo de mascar uma chiclete. Abre-nos, por outro lado, a vontade de mascar outras logo a seguir».
Cenário das selecções é inevitável«A presença de jogadores nas selecções é algo inevitável e não podemos alterar esse aspecto. Temos vivido com ele desde o início. Obedecemos a um processo normal de desenvolvimento dos jogadores, de preparação e é evidente que esta entrada em cena dos jogadores nos encontros de apuramento para o Mundial antes de Abril torna as exigências deles muito densas. É provável que tenhamos necessidade de fazer uso de jogadores que ficam cá, mas, neste momento, todos os jogadores da equipa têm perspectivas individuais de jogo».
Estar na frente é preferível«Não sei se os nossos adversários podem tirar benefícios de terem apenas o campeonato para disputar. A verdade é que, para nos passarem, teremos de perder jogos e eles ganharem os que disputarem. Não sei se estar atrás nestas condições é melhor, sei apenas que nós preferimos estar assim, à frente. Estamos em três frentes e temos problemas para resolver, é verdade, mas também temos algo que os outros não têm: objectivos. Os objectivos fazem as pessoas mexer, mobilizam e, também por isso, queremos continuar a contar com o apoio dos adeptos. Foi com eles que chegámos até aqui, na Liga e na Champions, e é com eles que queremos ir até ao fim. Essa caminhada começa já amanhã, com um jogo difícil, frente à Naval».
Maior eficácia caseira«Temos sido eficazes fora e em casa não. É algo que temos de melhorar. Temos de fazer os golos que merecemos e às vezes não conseguimos, ser mais competentes nesse capítulo. Esta questão prende-se por vezes com um factor importante, a paciência. Cada vez é mais difícil ser eficaz e, também por isso, é necessária paciência para que a equipa encontre, com tempo, as respostas de que necessita a cada desafio. Seria mais difícil explicar esta falta de golos se não criássemos as oportunidades que criamos habitualmente».
Equipa motivada para todas as competições«É evidente que é mais difícil motivar os jogadores em encontros cuja expectativa é menor, sobretudo quando comparados com outros de outra envolvência. Temos de lidar com uma série de factores, uns positivos, outros inibidores. Acredito que amanhã os jogadores não vão querer passar por uma situação menos respeitável do que a que aconteceu com o Atlético. Há uma série de questões que estão em grande medida melhoradas, outras ultrapassadas e ainda outras muito longe de estarem resolvidas, mas estamos a crescer e melhor apetrechados para as exigências».
Gozo na Champions«Provavelmente vamos defrontar uma equipa inglesa na próxima ronda da Champions League. É quase inevitável. Em sete adversários possíveis, quatro são ingleses e dos outros “venha o diabo e escolha”. Independentemente do que ditar o sorteio, algum dia a nossa sorte vai mudar, seja contra as equipas inglesas ou não, e sei do que esta equipa é capaz. Pode ser este ano, nunca se sabe. Não sonho com nada, é antes uma obrigação profissional, mas é certo que me dá um gozo muito grande entrar neste tipo de competições com os melhores e discutir os jogos. A diferença de orçamentos entre quem ainda está em prova levou a que eu dissesse o que disse: o F.C. Porto consegue fazer milagres».