domingo, 19 de abril de 2009
Um post ainda quentinho, de um Dragão acabadinho de chegar da cidade dos estudantes. Foi uma jornada maravilhosa, a recordar os velhos tempos, dos jogos à tarde, com os adeptos portistas a tomarem conta da auto-estrada...4000, disse Jesualdo?! Mais do dobro, seguramente, Sr. Professor, que deram muito colinho à equipa, mesmo na fase em que ela não esteve muito bem. Ai esta paixão, que nos consome, mas que também nos dá tantas alegrias e tantas recompensas...
Na primeira-parte, o F.C.Porto foi lento, previsível, mexeu-se pouco e mesmo tendo o domínio do jogo, foi muita parra e pouca uva. Na segunda-parte, tudo foi diferente: entrando forte, com dois jogadores sempre bem colados às linhas - Mariano na direita e Hulk ou Rodríguez, na esquerda -, que serviam Lisandro no meio e beneficiando da melhoria notória de Fernando e Meireles, o FC.Porto partiu para uma exibição consistente, segura, de qualidae superior, em que dominou, marcou e controlou, nunca deixando a Académica por o pé em ramo verde, com excepção de um lance, em que Helton fez uma extraordinária defesa.
Era, por todas as razões, ditas e reditas - eliminação da C.League e lesão de Lucho -, a que se juntou a pressão suplementar da vitória do Sporting, no dia anterior, um jogo crucial para o Campeão. E o Campeão respondeu com classe, mostrou que sabe conviver com a pressão, que tem estôfo, venceu, convenceu e deu um passo de gigante, rumo ao grande objectivo da época, que é a conquista do Tetracampeonato.
É muito difícil parar esta comunhão, dirigentes, equipa, adeptos, que juntos, resistem a tudo e a todas as campanhas, sejam elas vindas de alguns porquitos da bola, sejam elas vindas dos chorões do costume. Ser do F.C.Porto é um estado de alma que não se explica. Só quem é do F.C.Porto é capaz de sentir o que é ser Dragão.
Obrigado avô! Que pena não poderes disfrutar destas alegrias, que há perto de trinta anos, nos deixam a rebentar de orgulho!
Passada a emoção e voltando ao F.C.Porto, hoje em Coimbra, quero destacar três jogadores em particular: Sapunaru, Cissokho e Fernando. Não que Rolando, Bruno, Meireles, Lisandro, Hulk - menino estás cansado? Precisas de uma terapia de banco? -, Rodríguez, Mariano, T.Costa, Guarín, Farías ou Helton - já me referi ao guarda-redes, que fez uma grande defesa, manteve as redes invioláveis e impediu que tivessemos de sofrer na parte final do jogo -, não estivessem em bom plano, mas porque para mim, foram as grandes figuras do jogo.
Cissokho é um lateral de mão cheia: defende cada vez melhor, ataca muito bem, dando grande profundidade pela esquerda e para além disso, que não é pouco, tem força, técnica, velocidade e é uma aquisição de qualidade superior. Temos lateral-esquerdo para muitos e bons anos, se bem, com um crescimento tão rápido e tendo tanta categoria, não sei se o vamos segurar muito tempo.
Sapunaru, é outro exemplo de evolução surpreendente, ao ponto de Fucile, quando regressar, ter de dar ao litro para tirar o lugar ao lateral romeno. Quem o viu e quem o vê.
Fernando, bem Fernando, fez uma segunda-parte, ao nível do melhor P.Assunção e é, aos 21 anos, um trinco de dimensão internacional.
Assim, com Guarín a começar a aparecer - tem talento e vai atingir um patamar superior, a que ainda não chegou, porque esteve lesionado -, parece que afinal, barrete, só Benítez, o que em tantas aquisições, é um saldo francamente positivo.
Declarações de Jesualdo - cada vez mais próximo de renovar - no final do jogo:
«Como toda a gente viu, resolvemos o problema Lucho Gonzalez. Aliás, queria dedicar-lhe esta vitória, assim como os colegas vão querer fazê-lo. Ele é um jogador que, em quatro anos no Porto, falhou muito poucos jogos por lesão. Este era um tema [a ausência do argentino] do qual se iria falar e, antes que se começasse a especular, era importante encerrá-lo. Penso que o conseguimos fazer.»
[Sobre o alegado penalty de Raul Meireles] «Do local onde me encontro, não me foi possível ver e, como não tenho por hábito comentar situações sobre as coisas em que não tenho certezas, não vou falar disso. Além do mais, se comentasse as arbitragens, deixava de falar daquilo que é realmente importante.»
[Sobre o alegado penalty de Raul Meireles] «Do local onde me encontro, não me foi possível ver e, como não tenho por hábito comentar situações sobre as coisas em que não tenho certezas, não vou falar disso. Além do mais, se comentasse as arbitragens, deixava de falar daquilo que é realmente importante.»
Nota final: o título do post, foi inspirado no cântico dos adeptos portistas, quando a vitória era uma certeza.