quarta-feira, 10 de novembro de 2010
O "Dragão até à morte" (DAM) passou pelo Café Velasquez, sito à Praça com o mesmo nome - para mim será sempre Velasquez, embora desde 1990, acho eu, tenha sido rebaptizada e se desde então, se chame Praça Francisco Sá Carneiro -, local de portismo por excelência e resolveu fazer uma pequena brincadeira: entrevistar alguns dos adeptos portistas que lá estavam, colocando-lhes duas questões, que giraram à volta do jogo de domingo e do treinador do F.C.Porto, André Villas-Boas.
Os adeptos e sócios do F.C.Porto ouvidos, foram Artur Mendes, (AM), 77 anos, sócio dois mil e qualquer coisa; António Santos, (AS), 67 anos, sócio mil seiscentos e catorze; Amadeu Machado, (AM), 67 anos, sócio cinco mil quinhentos e um; Abílio Costa, (AC), 64 anos, sócio na casa dos sete mil; e o ex-jogador e treinador adjunto no F.C.Porto, tempo de Stessl, Vieira Nunes, (VN), que era o técnico do S.Covilhã na época 1985/1986 e que tanto nos fez sofrer no último jogo do campeonato, jogo do título, F.C.Porto 4 - Covilhã 2, que podem ver no vídeo aqui.
DAM - Senhor Artur Mendes, o senhor que era um ferrinho ver o F.C.Porto, principalmente no Dragão, mas que por razões de saúde, ultimamente não tem podido ir ao Estádio e é obrigado a acompanhar o clube através da televisão, como viu o jogo e o que sentiu por não poder estar lá?
AM - Vi um grande Porto e senti uma alegria enorme. No fim do jogo vim ao café, festejei com os amigos e a satisfação foi tanta, que já está prometido um cabritinho, para a semana, junto com alguns amigos, portistas de sempre. Você também está convidado.
DAM - Muito obrigado, como é óbvio, aceito.
Tendo o senhor uma implicância constante com o Professor Jesualdo Ferreira, como está ver o trabalho do actual treinador do F.C.Porto?
AM - Estou a gostar muito e sempre acreditei que seria o treinador ideal para o F.C.Porto. E já agora, deixe-me acrescentar mais uma coisa: estamos a caminho de voltar a ter uma grande equipa, capaz de fazer história. Assim, espero que o F.C.Porto consiga resistir, o máximo possível, ao assédio que já se faz sentir junto do Hulk, Falcao, etc.
DAM - Senhor Santos sei que viu ao vivo o jogo e que tal, qual o sentimento, você que já tem mais de cinquenta anos de sócio e portanto, já viu tanta coisa?
AS - Acho que o F.C.Porto fez uma das melhores exibições dos últimos anos.
DAM - E sobre o André Villas-Boas?
AS - Não fiquei minimamente preocupado quando o Presidente optou pelo ex-treinador da Académica. Preocupado andava era quando se falava da ida do André para o Sporting. Mesmo quando o meu médico e portista ferrenho, Dr. Couto Reis, me dizia que ele era muito jovem para pegar numa equipa como a do F.C.Porto, eu replicava e dizia-lhe, ele tem pinta de treinador e vai fazer uma grande carreira. Até o Carlos Daniel, no JN, disse que mais uma vez Pinto da Costa teve olho...
DAM - Senhor Amadeu, as mesmas questões para si, o jogo frente ao Benfica e Villas-Boas.
AM - Sobre o treinador, arrumo já a questão: como tenho confiança total em Pinto da Costa, a escolha dele passou logo a ser a minha.
Sobre o jogo: fantástico, brilhante, uma noite plena de satisfação.
DAM - Abílio, vi-te ao intervalo e estavas eufórico, o que tens a dizer da histórica noite de domingo?
AC - Uma exibição notável, com muito querer, muita vontade, muita "raiva" e depois como somos superiores, mostramos, para quem ainda tinha dúvidas, as razões porque à 10ª jornada temos um avanço tão grande.
DAM - O cepticismo com que encaraste a vinda de Villas-Boas, já está ultrapassado?
AC - Claro, Villas-Boas forever!
DAM - Vieira Nunes, viu o jogo, ao vivo ou através da TV e o que achou?
VN - Vi na Tv. Foi um dos jogos mais fáceis para o F.C.Porto, com algum demérito do Benfica, é verdade, mas mais porque o conjunto azul e branco fez uma excelente partida e foi claramente superior.
DAM - Sendo você um homem do futebol, ex-jogador e treinador de méritos reconhecidos, não ficou de pé atrás quando Pinto da Costa escolheu um jovem treinador, com apenas um ano de treindor principal, para treinar o F.C.Porto?
VN - Não. Sempre achei que a vivência que Villas-Boas adquiriu junto de técnicos consagrados e em campeonatos importantes, Inglaterra e Itália, lhe deram uma bagagem e uma experiência que o tornou capaz de corresponder positivamente ao grande desafio que tem pela frente.
E foi assim, meus caros amigos, uma tarde bem passada junto de portistas ferrenhos e sempre prontos a mandar umas bitaitadas sobre o clube.
Um abraço a todos eles e um obrigado pela disponibilidade manifestada, sem qualquer tipo de hesitação.