quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Um Porto forte, unido, solidário, a jogar bem e em vários momentos muito bem, pressionou, controlou, dominou e só não ganhou, porque foi demasiado perdulário. Não me lembro, em jogos desta importância, de ver o conjunto portista a criar e desperdiçar, tantas e tão boas oportunidades. Entrando concentrado, seguro atrás, criativo no meio-campo e dinâmico no ataque, o conjunto de André Villas-Boas foi sempre superior, não merecia ter perdido e pior, ter sofrido tanto para passar aos oitavos-de-final.
O desperdício desta tarde/noite, dava para ganhar, não um, mas três jogos deste nível, o que atesta bem da qualidade da exibição portista. Hulk, Falcao, Moutinho, Belluschi, Guarín e até Fernando, falharam oportunidades, não daquelas que são apenas meias oportunidades, mas daquelas cantadas, em que o mais difícil parecia ser falhar. Também dizem muito do que foi a exibição do conjunto azul e branco, os dez cantos a favor e apenas um contra. Não mereciamos perder, mas, como nas provas a eliminar o que interessa é passar, nós passamos e passamos com um mérito e com uma justiça que ninguém ousará colocar em causa.
Ao perdemos o jogo terminou uma série bonita de resultados, na europa - 8 vitórias e 1 empate -, mas não fiquei nada triste. Há vitórias que nos diminuem e derrotas que nos engrandecem. Este jogo, num Dragão, que apesar da hora, teve uma ambiente magnífico e uma assistência muito razoável, foi o caso. Jogue sempre assim o F.C.Porto que, de certeza, não vai perder muitas mais vezes. E mais, quem joga assim, frente a uma equipa da qualidade do Sevilha, recheada de grandes jogadores, tem o direito a sonhar e não pode ser acusado de irrealismo, muito menos de fanfarronice.
Notas finais: foi um jogo de Champions, com duas equipas de Champions e uma, a de arbitragem, de regional. Se este senhor é o melhor árbitro do mundo, muito mal vai a arbitragem no desporto rei.
Nos oitavos-de-final, lá vamos até Moscovo, defrontar o nosso velho amigo, CSKA. Temos sido felizes, frente ao clube da capital russa, mas não é tempo para falar disso...
Agora olhemos para o campeonato, onde nos espera um difícil obstáculo, em Olhão, já daqui a três dias e depois de um jogo que nos obrigou a dar tudo, física e mentalmente.
Apenas vou falar dos regressados, Falcao e Álvaro. O colombiano acusou a paragem, pareceu receoso e como o problema foi no joelho e isso não lhe permitiu tarbalhar, acabou cedo e por isso não teve a frescura para concretizar, uma ou outra oportunidade que normalmente não desperdiça. Mas está de regresso e agora só precisa de sorte e de ritmo. Com ele na frente é outra loiça...
Álvaro, como a lesão foi no ombro, praticamente não parou e pôde aparecer muito bem. Com ele a equipa ganha uma profundidade e uma qualidade, pela esquerda, que sem ele, jogue ali quem jogar, não tem.
Pena a expulsão, justa, mas que, atendendo ao critério do senhor Webb, não deveria ter acontecido. Se este artista só tem de se preocupar com a arbitragem - é profissional - e faz arbitragens destas, mas vale o amadorismo!
Com Falcao e Palito, o F.C.Porto é muito mais forte e tem muitas mais alternativas.