quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Não é um primor de técnica, um 6 de fazer aberturas a rasgar, passes de trinta metros, alguém que aparece junto à área a fazer golos ou a rematar com perigo; teve um péssimo final de 2010/20011, com desconcentrações que podiam ter sido fatais, na final da Liga Europa e na final da Taça de Portugal; manifestou o desejo de sair e isso junto com as últimas exibições provocaram enorme irritação no universo azul e branco; na perspectiva de vir a sair até ao fecho do mercado, não foi primeira opção. Mas fechado o mercado e garantida a continuidade de Fernando no plantel do F.C.Porto, o "Polvo" tem sido um exemplo de profissionalismo, entrega, respeito pela camisola e pelo clube que lhe paga. Pode jogar mal, errar passes, alguns que nos deixam com os cabelos em pé, mas dá tudo, deixa tudo em campo e quando é substituído, às vezes de forma que pode ser questionada, não amua, faz cara feia, enfim, Fernando está com o espírito correcto, espírito à Porto. Há jogos que se ganham na qualidade, mas há jogos que se ganham no querer, na alma, na raça, no acreditar até ao fim. Sem uma coisa, nem outra, é que dificilmente se ganham jogos. Se todos seguirem o exemplo de Fernando, não tenho dúvidas, as coisas só podem melhorar.
O F.C.Porto tomou posição sobre a vergonhosa gala da Confederação do Desporto de Portugal??? Sempre tem mais impacto que o Dragão até à morte...
Circuito fechado
A Confederação do Desporto de Portugal realizou a sua gala anual esta semana no Casino Estoril. Para além de uma série de desportistas premiados pelos seus desempenhos no último ano desportivo, entenderam os responsáveis atribuírem o prémio Alto Prestígio ao Benfica e ao Sporting.
Estas distinções valem sempre o que valem, mas não deixa de ser surpreendente e estranho que os responsáveis pela Confederação tenham distinguido dois grandes clubes de Lisboa e tenham esquecido, por exemplo, os finalistas da última Liga Europa, FC Porto e Braga, os dois clubes que nos últimos anos mais têm feito pela imagem internacional de Portugal.
Pela primeira vez dois clubes portugueses disputaram uma final europeia, pela quarta vez nos últimos oito anos uma equipa portuguesa venceu um troféu internacional – e só para recordar o quão difícil é vencer competições internacionais basta recordar que os agora distinguidos venceram troféus internacionais há 47 anos (Sporting) e 49 anos (Benfica) – mas os senhores da Confederação do Desporto de Portugal decidiram homenagear esses emblemas com o prémio Alto Prestígio.
Desconhecem-se os critérios de tais escolhas, necessariamente muito criativos, mas para os mais desatentos convirá também recordar que caso queiram retirar o futebol e concentrar a argumentação nas chamadas modalidades, o FC Porto venceu todas e até tem uma equipa (hóquei em patins) que há dez anos consecutivos conquista o campeonato nacional, mas isso ainda deve estar no “quase prestígio”, longe de atingir o épico “alto prestígio”...
É este funcionamento em circuito fechado, alheado da realidade, que o FC Porto continuará sempre a denunciar e a combater. Para ao menos no Desporto o país ser realmente do Minho ao Algarve, sem esquecer as regiões autónomas.