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sábado, 25 de fevereiro de 2012


Quando se dá o flanco, se faz silêncio, mesmo se tinhamos tantas razões para falar, qualquer bronco, palhaço, jornalista rasca, político falhado e com aspecto de quem nunca toma banho, etc., aproveita a onda e julga-se no direito de pisar em cima do F.C.Porto. No passado, revertíamos isso a nosso favor, a resposta era fulminante, obrigava-os a engolir a afronta. Agora...

Na primeira-volta, por esta altura, antes da 5ª jornada, estava tudo a correr bem: quatro jogos, quatro vitórias, liderança isolada. Talvez por isso, o Feirense, principalmente por ser em Aveiro, - casa emprestada à equipa da Feira e por isso, claramente favorável ao Campeão -, era considerado um jogo de baixo grau de dificuldade, a vitória quase um dado adquirido. A cabeça parecia já na jornada seguinte - frente ao clube do regime, no Dragão -, o jogo não foi encarado com a atitude correcta, inventou-se, mexeu-se de mais e lá se foram dois pontos à vida - o pior cenário em vésperas de um clássico. Perdeu-se a embalagem, a liderança isolada, o empate teve consequências anímicas que se viriam a notar na jornada seguinte, frente aos vermelhos da Luz. Como muitos já faziam contas a um avanço, à 6ª jornada, de 5 pontos e a liderança era repartida, Vítor Pereira começou a perder créditos, começou a contestação. Sabe-se o que aconteceu depois... Voltamos à 5ª jornada, agora da segunda-volta, voltamos a enfrentar o C.D.Feirense e a seguir vamos à Luz. Ou somos capazes de dar uma resposta clara, invertemos a situação, entramos, para ficar, na estrada do título e as coisas acalmam, ou o final de época não vai ser fácil para os lados do Dragão... Comecemos por fazer o óbvio, ganhemos ao Feirense. E porque a ganhar é que a gente se entende... quem sabe ainda não vamos rir muito em Maio?

O árbitro é João Ferreira, auxiliado por Luís Ramos e Pais António - é uma nomeação, mais uma, cheia de anti-corpos, mas temos de ser superiores a isso e dar a resposta no campo.

Convocados do F.C.Porto:
Guarda-redes, Helton e Bracali;
Defesas, Sapunaru, Maicon, Rolando, Alvaro, Otamendi e Alex Sandro;
Médios, Fernando, Defour, Moutinho e Lucho;
Avançados, Hulk, Janko, James, Varela, C.Rodríguez e Djalma

Equipa provável:
Helton, Sapunaru, Rolando, Maicon e Alvaro, Fernando, Lucho e Moutinho, Hulk, Janko e Varela.

Antevisão de Vítor Pereira:
O jogo com o Feirense surge numa altura em que os Dragões recuperaram pontos para o líder. Como perspectiva esta partida?
É um jogo fundamental para nós. Sabemos que temos de conquistar os três pontos, se possível com um bom jogo. Esta é uma equipa que em sua casa nos subtraiu dois pontos, por isso temos de estar concentrados e no máximo das nossas capacidades e potencial para vencer o jogo.

As estatísticas valem o que valem, mas o FC Porto nunca perde duas vezes consecutivas. Responde sempre bem. Que imagens guardam os jogadores do último jogo?
Relativamente ao jogo com o Manchester City recusamos fazer o papel de coitadinhos, porque não o somos nem o fomos. Jogamos com os nossos argumentos, com a nossa qualidade, jogamos com bola, como gostamos, a dominar, a criar ocasiões de golo. Não houve um FC Porto a jogar diferente do que é habitual, foi um FC Porto igual a si próprio, que defrontou uma equipa forte. Também quero dizer que não somos uma equipa que vive de vitórias morais, nem gostamos delas. Neste clube vive-se e aceitam-se vitórias concretas, é essa a nossa forma de estar. Recusamo-nos a aceitar e a deixar-nos enganar pelos que querem resumir a eliminatória ao resultado final das duas mãos, à diferença de golos. Foi de facto uma eliminatória em que o resultado final não orgulhou, em que foi demasiado pesado. Mas fizemos no primeiro jogo 10-15 minutos muito bons, em que num erro nosso o City fez o golo. O Manchester City apresentou-se a jogar no nosso erro, de forma cínica, e foi feliz. Na segunda mão tivemos aquela infelicidade logo aos 20 segundos mas assumimos o jogo e quisemos ir atrás do resultado e da eliminatória. É natural que por todo o esforço, e com a expulsão, os dez minutos finais se tenham desenrolado daquela forma. Quem se quiser enganar e quiser enganar as pessoas focando-se só no resultado pode fazê-lo, mas a nós não enganam. Sabemos o que fizemos bem e o que não podemos voltar a fazer. Não saímos como coitadinhos. Nunca o fomos.

Ficou surpreendido com a recepção dos adeptos no aeroporto? Era o que a equipa precisava?
O FC Porto tem adeptos muito exigentes, mas eles também sabem dar valor quando a equipa se entrega de corpo e alma. Foi o caso.

Ficou satisfeito com a prestação de Alex Sandro nestes dois jogos? Hulk está a corresponder?
Normalmente não individualizo. O futebol é um jogo colectivo e eles respondem enquanto equipa. Em termos gerais gostei do comportamento da equipa nestes jogos.

Que comentário faz à declaração de Paulo Bento, quando diz que FC Porto e Benfica não têm de se preocupar com o estado em que vão chegar os convocados para a selecção?
Tenho o máximo respeito pela selecção nacional e pelo seleccionador, mas quero ver a minha equipa totalmente concentrada no Feirense, no que é um jogo fundamental para nós. Quero falar sobre esse jogo.

O Feirense foi a primeira equipa a tirar pontos ao FC Porto. Acha que isso pode voltar a acontecer, mesmo sendo o jogo no Dragão?
Não pode voltar a acontecer. Não podemos perder pontos. Temos de ganhar e vamos jogar para ganhar e vamos ganhar. Não podemos perder meio ponto, sequer.

Sobre a questão disciplinar, que tanto tem afectado os centrais e o força a mudar a equipa. Tem explicação?
Uma equipa como a nossa gosta de jogar com bola e é agressiva quando perde o esférico. Essa agressividade está patente no nosso trabalho diário e não posso criticar os jogadores quando fazem o que lhes é pedido, o que é treinado. Não falo dos cartões amarelos criados por palavras ao árbitro, como é lógico, esses condeno. Já conversamos sobre isso cá dentro, temos de o evitar. Agora, quanto aos cartões provocados pela exigência do jogo, pela resposta aos lances do jogo, pela agressividade na procura da bola, na recuperação de bola, não tenho nada a apontar.

Ver André Villas-Boas ao lado de Pinto da Costa, em Manchester, incomodou-o?
Já disse mais do que uma vez que o André é meu amigo. Fiquei contente por tê-lo lá, por revê-lo. É um amigo e um adepto fervoroso do FC Porto. Sei que estava a torcer por nós e pelos nossos objectivos. Porque haveria de me incomodar com a presença de um amigo?

Ficou satisfeito com a derrota do Benfica em Guimarães?
Isso é um problema do Benfica, não nosso. No nosso campeonato sabemos bem o que queremos. Queremos o título e vamos atrás dele com todos os nossos argumentos, com tudo o que temos.

Com a eliminação da Liga Europa a equipa está apenas concentrada no campeonato. É uma vantagem?
Gostaríamos de estar em todas as provas, como é lógico. Temos que assumir as nossas responsabilidades. Infelizmente não foi possível continuar em prova. Agora temos o campeonato, que foi sempre o nosso maior objectivo, o objectivo fundamental da temporada, e vamos procurar concretizá-lo. Na Taça da Liga igual. Vamos querer ganhar as competições onde estamos inseridos.

O FC Porto agora depende de si próprio no campeonato nacional. Promete aos adeptos que vai ser campeão?
Não podemos prometer isso, ninguém pode. O que podemos prometer, e prometemos, é que vamos fazer tudo ao nosso alcance no sentido de revalidarmos o título e darmos essa alegria aos adeptos. Tudo faremos.

Qual é a melhor equipa portuguesa neste momento?
Já em temos respondi a essa questão. Não é algo que se possa avaliar levemente. Mesmo no ano passado, com a época fantástica que fizemos, quando ganhamos tudo, tivemos momentos menos bons, em que valeu o esforço e a atitude para ganharmos alguns jogos.

Não ter James para o clássico preocupa-o?
Ele chega a tempo do jogo. A questão será mais em que condições chega. Teremos de avaliar o estado do jogador quando nos chegar às mãos, mas na data do jogo ele vai cá estar connosco. Decidiremos nessa altura se é utilizado ou não. Depende das condições que apresentar.

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