sábado, 1 de dezembro de 2012
Por um dia, 2/3 dos portugueses estão felizes, rejubilam e de sorriso nos lábios, nem se lembram da crise. O F.C.Porto perdeu! Obrigado F.C.Porto, perdes tão poucas vezes que quando perdes, é uma festa!
Não é por acaso que a frase de João Pinto, histórico nº 2, grande defesa-direito e capitão do F.C.Porto, prognósticos só no final do jogo, pegou de estaca.
Olhando para o que se passou ontem, à posteriori, somos tentados a dizer: Vítor Pereira errou. E não me refiro apenas às poupanças - essa questão fica mais lá para a frente no post -, mas às opções tomadas durante o jogo. Mas será que errou mesmo? Não estaremos a ser injustos, ao criticarmos algumas opções? Vejamos as principais críticas: Castro, jogador de grande entrega e que joga sempre nos limites, já com cartão, devia ter saído, pelo menos, ao intervalo? A esta pergunta, a grande maioria, dirá que sim. Mas se soubermos que a "estranha" substituição de Fernando, já estava programada - o Polvo ainda está numa fase que obriga a alguns cuidados -, não compreenderemos melhor que Castro tenha continuado e já nem falo no facto do segundo amarelo ser uma aberração "olegária"?
Outra crítica, porque saiu Miguel Lopes e entrou Danilo? Nada a dizer e até se compreende, se pensarmos que foi por uma ou duas razões, até por ambas: problemas físicos do lateral e porque Vítor Pereira entendeu que Miguel Lopes estava no limite do segundo amarelo. Assim, esta substituição, apesar de poder ser encarada como natural, viria a ser fatal. Primeiro, porque Danilo abordou o lance do 1º golo do Braga de forma desconcentrada, fez auto-golo; depois, porque esta substituição impediu que, por exemplo, Jackson pudesse entrar e ajudar no tudo por tudo.
A última crítica, que são duas, porquê, numa fase em que o Braga estava por cima, os três médios já tinham dificuldades, não entrou logo outro médio, quando Castro foi expulso? E com o F.C.Porto ainda em vantagem, porquê a saída de Atsu e não a de um Kléber incapaz de dar uma para a caixa? Ter alguém no meio a travar a subida dos centrais? Não creio, Douglão e Nuno André Coelho não são nenhumas sumidades a sair com bola. Neste caso, a crítica, pela demora e pelo jogador que saiu, para mim, faz todo o sentido. Mesmo que Atsu não tenha feito um bom jogo. Mas entre 0 e 5, prefiro 5.
Resumindo, não vejo mais nada que mereça grande contestação, sobre a forma como o treinador do F.C.Porto agiu durante o jogo. E como os dois golos do Braga foram o que foram... Mas o futebol é assim mesmo, bestial frente ao Nacional, besta frente ao Braga. Bastou uma derrota para aqueles que tinham metido a viola ao saco, voltarem em força.
Eu continuo na minha: Vítor Pereira não era 8, como não é o 80 que muitos já andavam para aí a apregoar. Também por aí, podemos vir a ganhar com esta derrota.

Como disse no post do jogo, temos de rodar, gerir, porque não temos um plantel rico em alternativas, um plantel que permita entrarem uns e saírem outros, sem que se note a diferença. Queremos ganhar, isso é óbvio, quem entra, entra com essa missão, mas e é a minha opinião e que deixo para reflexão, cada vez mais o que conta é o campeonato e a Champions. O campeonato porque é a prova mais importante, dá o título de campeão e apura para a prova rainha da UEFA; e a Champions, porque dá dinheiro e dá prestígio. Ao criar as melhores condições para o jogo de terça-feira, mesmo com o F.C.Porto já apurado, em detrimento do jogo da Taça de Portugal, quem dirige o clube - o treinador, mesmo que diga o contrário, não pode ser insensível a questões financeiras, até porque é um assalariado... -, "disse" que é preferível, porque dá mais dinheiro e mais prestígio - 1 milhão contra quanto da taça? - ter a equipa nas melhores condições para o jogo frente ao PSG, que utilizar os habituais titulares na procura de uma vitória - não estaria garantida, como se viu no domingo passado até ao minuto 88 - que lhe daria possibilidades de seguir para os quartos-de-final da Taça de Portugal.
Não, não é a história da raposa e das uvas, porque perdemos. Não, é minha opinião - pode estar errada, mas é a minha - porque e apesar da frieza do raciocínio, cada vez mais o futebol é um negócio e alguns aspectos desportivos ficam para segundo plano, quando sobrepõem os superiores interesses financeiros.
Partindo desta análise, como é óbvio, espero num Porto a um nível alto, frente à excelente e recheada de grandes estrelas, equipa do PSG.