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domingo, 12 de maio de 2013


Há momentos que não se explicam, sentem-se. Foi o que aconteceu ontem ao minuto 90+2, quando do golo de Kelvin que deu a vitória e colocou o F.C.Porto muito próximo do título. Foi um momento quase único, uma explosão de enorme alegria, um momento que não se apagará da memória de todos aqueles que ontem estiveram no Dragão. Alegria e emoção igual, só senti quando do célebre golo de Ademir, também frente ao Benfica, golo do empate e que viria a ser decisivo para que o F.C.Porto conquistasse o título 1977/1978 e assim colocasse fim a uma longa travessia do deserto no principal campeonato do futebol português. Foram segundos de loucura total, abraços à esquerda e à direita, uma enorme vontade de abraçar o estádio todo. Mas naquele momento, para mim, não era apenas a possibilidade, forte, mas ainda não garantida, do tri vir para o Dragão que motivou aquela loucura total. Não, era também um grito, um enorme grito de revolta contra a maledicência, a discriminação de que o F.C.Porto é vítima. Era um grito, um enorme grito de revolta, para com todos aqueles que, sistematicamente, não têm pelo F.C.Porto o respeito que o F.C.Porto merece e exige. Um grito de revolta porque muitas vezes, principalmente quando estamos em disputa com o Benfica, somos tratados como se fossemos o pior dos clubes estrangeiros.
O exemplo do CEO da EDP, António Mexia, que à boa maneira dos tempos da outra senhora, declarou em entrevista à Antena 1, ser bom para o país que o Benfica ganhasse ao F.C.Porto e se sagrasse campeão - aqui,  apartir do minuto 68 -, é apenas mais um, entre muitos exemplos semelhantes. Todos têm direito a ter as preferências clubísticas que quiserem, mas dizer que era bom para o país, é uma falta de respeito pelos todos os outros e são muito milhões, que no país, não torcem pelo Benfica. Os benfiquistas não gostam de ser tratados como sendo o clube do regime, mas os factos são tão óbvios sobre essa verdade indiscutível que nem vale a pena discutir.

Ainda a propósito da Antena 1, quero condenar e lamentar que um jornalista e um técnico da rádio pública, tenham sido agredidos no final do jogo de ontem. Conheço bem Fernando Eurico, sei do seu profissionalismo, da sua competência, do seu equilíbrio, rigor e isenção. Sei que gosta dos ingleses do Arsenal, não sei se é adepto de algum clube português, nem me interessa, mas sei e sou um observador muito atento, que enquanto portista não tenho nenhuma razão de queixa e pese a ousadia, não acredito que algum adepto de outro qualquer clube, não pense como eu. No entanto, tenho para mim, que não foi o Fernando Eurico e o seu colega que foram agredidos, foi a Antena 1. Volto a referir que condeno, lamento e envio um abraço de solidariedade aos dois, mas é importante que a direcção da rádio, ao mesmo tempo que condena, seja capaz de reflectir, ir a montante e ver se alguns profissionais da casa têm o comportamento isento, equilíbrado, rigoroso que se exige a uma estação de serviço público. Porque, meus amigos, as coisas estão ligadas com o que disse acima e o F.C.Porto tem muitas razões de queixa.

Fernando Saul, um Speaker que é um Super-Dragão.
Sou amigo do Fernando Saul, mas não é por amizade, é porque ele merece o elogio, mesmo que tenha torcido o nariz quando lhe disse que hoje ía merecer umas palavras aqui no tasquinho.
Ontem, para além de duas belíssimas coreografias e do apoio incansável das claques, Super e Colectivo, foi importante ter como Speaker alguém tão apaixonado pelo F.C.Porto. Fernando Saul foi o que sempre foi, mas mais um bocadinho. Um Speaker vibrante, de chama bem alta, que nunca deixou esmorecer o entusiasmo, nunca deixou de acreditar e nunca desistiu. Quem joga são os jogadores, eles são sempre os primeiros responsáveis pelas vitórias. Mas ontem, se todos ajudamos um bocadinho e se se fala do apoio do público, também é preciso não esquecer quem teve um papel importante para que o público portista estivesse on fire 90 minutos. Daí o justo e merecido elogio a Fernando Saul, o Speaker do Dragão.

Nota final:
Já estava no estádio quando Pedro Proença entrou para fazer o aquecimento, acompanhado pelos seus auxiliares. Na mesma altura, junto ao local onde estava a reportagem do Porto Canal, estava C.Sapunaru a preparar-se para ser entrevistado. Foram para o romeno e não para Proença, as palmas que se ouviram.

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