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quinta-feira, 10 de abril de 2014


Poupamos, gerimos, a cabeça já estava em Sevilha, foi por aí o discurso que justificou a má segunda-parte que o F.C.Porto fez frente à Académica. Como Dragão escaldado de água fria tem medo - ouvi esse discurso na época passada antes da segunda-mão contra o Málaga, fiquei de pé atrás agora, tal como tinha ficado quando o F.C.Porto fez exactamente a mesma coisa e o discurso foi o mesmo, depois de ter vencido o Estoril por 2-0 na época passada. Recordo que contra a equipa da Linha chegamos ao 2-0 aos 10 minutos e depois desligamos -, disse: Sevilha esclarecerá se foi apenas gestão e cabeça na Liga Europa, ou significou outra coisa... Poupamos, gerimos, estavamos com a cabeça em Sevilha e hoje foi isto? O discurso, tal como disse no passado, não pode ser esse, tem de ser diferente, género: em Sevilha ou jogámos muito mais, ou temos outra atitude e outro espírito, ou estamos fora. Não, colocam-se paninhos quentes e depois dá nisto... Começamos a perder este jogo e a eliminatória, pela forma como reagimos aquela miserável segunda-parte do jogo de domingo passado.

Era sabido que a equipa da Andaluzia ia entrar forte, com tudo, fazer apelo à fúria espanhola, colocar  pressão e intensidade, tentar encostar o F.C.Porto lá atrás, marcar cedo para empatar a eliminatória. Nenhuma surpresa, foi isso que o Sevilha fez. E fez, principalmente depois de logo aos 5 minutos ter um bónus e já estar a ganhar, quando ainda não tinha feito muito para merecer a vantagem. Depois, bem depois, aproveitando a embalagem que o golo lhe deu e beneficiando de um F.C.Porto aturdido, desconcentrado, desorganizado, perdido, incapaz de reagir e cometendo erros inadmissíveis, a equipa do Sevilha, com um aproveitamento quase absoluto das baldas que a equipa de Luís Castro lhe ofereceu, chegou aos 3-0 iam decorridos 30 minutos da primeira-parte e resolveu a eliminatória. A segunda-parte foi um mero pró-forma, um golo para cada lado, sendo que o golo de Quaresma já foi sobre a hora reduzindo para 4-1.

Mesmo não sendo uma equipa que estivesse a dar muita confiança, porque tão depressa faz coisas engraçadas, como logo a seguir borra a pintura de uma forma desesperante, o F.C.Porto de hoje ultrapassou todos os limites, foi um descalabro. Sevilha viu uma caricatura do Dragão. Parecia uma equipa que nunca tinha jogado a este nível, uma equipa amadora a competir com o mais alto profissionalismo.
 A Liga Europa era uma oportunidade para o F.C.Porto conseguir um final de temporada mais próximo dos seus pergaminhos. Com esta eliminação e da forma como foi consentida, aconteça o que acontecer e não estou com nenhumas expectativas para os jogos que aí vêm - depois desta miséria, como vamos arranjar forças para reagir? -, é uma época, não para esquecer, mas para lembrar e nunca mais repetir.

E não vou dizer mais nada. Há momentos em que é preciso trincar a língua, arrefecer, antes de dizer alguma coisa demasiado dura.

Nota final:
Uma palavra de apoio aos milhares de portistas que estiveram em Sevilha. Nesta época o F.C.Porto só tem tido adeptos.

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