quinta-feira, 6 de novembro de 2025
Depois de uma vitória muito difícil frente ao S.C.Braga e no meio de uma polémica criada porque alguns resolveram transformar um filme de animação para miúdos num filme de terror, o F.C.Porto voltou à Liga Europa para na 4ª jornada defrontar, nos Países Baixos, o F.C.Utrecht.
Também a pensar no próximo jogo para o campeonato em Famalicão, mais um obstáculo com um elevado grau de dificuldade e com pouco tempo para recuperar, Francesco Farioli fez entrar de início o seguinte onze: Diogo Costa, Martim Fernandes, Bednarek, Prpić e Zaidu, Eustaquio, Pablo Rosário e Gabri Veiga, Pepê, Deniz Gül e Borja Sainz. E o jogo começou com o Utrecht a pressionar alto e muito agressivo, FCP com dificuldades em sair e Pepê em três intervenções a fazer três asneiras. Quando pela primeira vez conseguiu sair com critério, aos 12 minutos, Gabri Veiga isolado falhou por muito pouco uma clara oportunidade de golo.
Aos poucos o FCP começou a ter bola e chegar ao último terço com perigo. Aos 16 minutos foi Borja Sainz a falhar o golo depois de ficar sem ângulo ao ultrapassar o guarda-redes. Depois faltou decisão para finalizar. Tanta cerimónia para rematar à baliza... e amarelos a Prpić e Pepê por reclamar. Porque não se limitam a jogar à bola? Porque se colocam a jeito para ser expulsos?
O FCP já estava por cima, dominava, mostrava que era superior, mas faltava alguma coisa na hora da verdade. Para além de que há jogadores que persistem em complicar os lances mais simples.
Um bom exemplo: aos 42 minutos Eustaquio sozinho e já bem perto da baliza, em vez de rematar de primeira, quis inventar, perdeu uma boa chance.
De uma falta clara que o árbitro não assinalou, incrível como não viu, o Utrecht podia ter marcado.
Ao intervalo o nulo persistia. E, resumidamente, tirando os minutos iniciais e os dois últimos, culpa da cegueira do escocês que arbitrava o jogo, FCP bem melhor, mas incapaz de marcar apesar de ter algumas oportunidades. Depois há jogadores que persistem em transformar aquilo que é fácil em difícil.
Para o 2° tempo Francesco Farioli manteve o mesmo onze e o jogo recomeçou com o FCP a perder uma bola na frente - Pepê, sempre ele - o Utrecht recuperou, falta da defesa portista, golo. Mais uma vez um desvio que traiu Diogo Costa. E é isto. Do nada, muito por culpa própria, Dragões a perder.
Aos 52 minutos saiu Pepê - já devia ter saído ao intervalo -, entrou William.
Porto acusou o golo, não reagiu, só fazia asneiras e faltas já no último terço.
De uma recuperação a meio-campo e quando estava mal no jogo, golo de Borja Sainz na recarga depois da defesa do guarda-redes que agrediu Gabri Veiga e foi expulso.
Apesar do golo do empate, Farioli não estava a gostar, tirou Martim Fernandes - que também devia ter ficado nas cabines - e entrou Alberto Costa, também saiu Eustaquio e entrou Froholdt.
Contra dez era preciso acalmar e não entrar no jogo dos da casa que beneficiavam de um árbitro fraco, e procurar o 2° golo. Mas estava difícil, apesar de só dar Porto. Depois de uma grande defesa do guarda-redes, entrou Samu para o lugar de Deniz Gül.
Os azuis e brancos dominavam e pressionavam, mas não encontravam as melhores soluções para finalizar. E a culpa era do FCP que tinha jogadores que só inventavam. Quando se fazia bem e isso não aconteceu muitas vezes o guarda-redes estava lá.
O árbitro deu 7 minutos dava para dar a volta. Gabri Veiga e Borja Sainz eram os únicos que rematavam com algum perigo. A incapacidade para marcar um golo era flagrante.
O jogo chegou ao fim com o empate a um, resultado que penaliza o FCP, num jogo que o mostrou que era melhor, mas também mostrou alguns problemas que esta equipa enfrenta quando tem de atacar contra blocos baixos. Contra dez durante muito tempo, mais de meia-hora, dominando e encostando o Utrecht atrás, o conjunto de Francesco Farioli foi incapaz de marcar um golo - porque não Samu e Deniz Gül na frente no forcing final?
Depois há jogadores que parecem apostados em fazer sempre as mesmas asneiras, inventar, complicar - Pepê e Martim Fernandes que saíram e Zaidu que ficou os 90 minutos, mas não sai disto, são bons exemplos.
Era jogo para ganhar, apesar do adversário ser uma equipa muito física - para contrariar isso era fundamental pensar e executar rápido, circular bem - e que com apoio de um público que apoiou sempre, lutou por cada bola como se fosse a última. Está tudo em aberto, as alterações foram muitas e isso notou-se, mas fica um sabor a desilusão, a sensação nítida de dois pontos perdidos.

