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quarta-feira, 1 de outubro de 2014


Ontem vi um excelente Porto. Primeiro um Porto que soube sofrer no melhor período do Shakhtar e que durou cerca de 25 minutos; um Porto que depois soube reagir, dominou, tirou os ucranianos do jogo, foi excelente até ao intervalo, merecia lá ter chegado em vantagem; teve a melhor oportunidade de golo em futebol, para o conseguir, um penalty que não concretizou. Entrou a tentar dominar na segunda-parte, estava melhor quando foi traído por um erro grosseiro que Óliver e todos os outros, nunca mais podem repetir. Abanou, mas não caiu, procurou chegar ao empate, merecia tê-lo alcançado, quando noutro erro incrível ficou a perder 2-0. Nem perante um derrota que parecia inevitável atirou a toalha, pelo contrário, cerrou os dentes e foi à procura da sorte. Com grande alma e o tal espírito que tanto nos orgulha, chegou à igualdade, obrigou uns a guardarem as facas, outros a não esconderem o incómodo que aqueles golos fora de tempo lhes causou. Como sempre digo, sou um portista que adora ganhar, fica aziado pra carago quando não ganha. Mas quando a equipa dá tudo, não se rende, mostra atitude e carácter, honra o manto sagrado - com devida vénia ao Pedro Marques Lopes -, a azia é menor, o mau resultado custa menos digerir.

Dito isto, vamos ao resto...
Tenho para mim que Julen Lopetegui tem uma equipa na cabeça e em condições normais é ela que entra em campo:
Fabiano, Danilo, Maicon, Martins Indi e Alex Sandro, Casemiro e Herrera, Óliver, Tello e Brahimi, Jackson. Depois, de jogo para jogo e porque tem um plantel de qualidade, há algumas alterações, mas há sempre uma base de sete, oito, às vezes nove jogadores que estão lá quase sempre. Ora, com uma base que mais coisa menos coisa, tem Fabiano, Danilo, Maicon, Indi, Casemiro, Herrera, Brahimi, Óliver e Jackson - a excepção foi ontem. E se Jackson não estava a 100%, porque não, Aboubakar? Não é uma boa alternativa? Não era isso que na época passada todos reclamavam? -, como pode não haver automatismos, como se pode falar em equipa descaracterizada? Pode, isso pode, mas apenas por desconhecimento ou pior, má-fé. Agora, nos tempos que correm e onde proliferam análises que vão mudando entre, equipa a jogar mal se não marca e a jogar bem se marca, é difícil a alguém menos esclarecido ver a floresta e não se ficar apenas pela árvore.
Estamos em primeiro lugar do grupo, o fraquinho BATE ganhou ao A. Bilbao, o adversário que os fariseus consideravam mais difícil que o F.C.Porto podia apanhar nos play-off de entrada na Champions. Queremos muito ser campeões, mas não dizemos que só isso importa. Assumimos que também queremos brilhar na prova rainha da UEFA. Gostamos de ver que tendo o F.C.Porto empatado em Alvalade, os portistas ficaram tristes, frustrados, queriam mais. O nosso maior rival empatou com o Sporting, na Luz, note-se, mas ficou satisfeito, o resultado foi encarado como natural.
Sem exageros, com conta, peso e medida, analisando as coisas sem emprenhar pelos ouvidos, esta cultura deve ser mantida

Postais para o Mister:
Mister Lopetegui, a melhor equipa que vi a jogar à bola em toda a minha vida e já vi muitas, foi o Ajax de Johan Cruyjff, jogador. Aquilo era uma máquina, shows e mais shows, um regalo que num período de seca do F.C.Porto me levavam para sonhos que eu julgava impossíveis, mas que felizmente se transformaram em doce realidade. Foi a equipa mais perto da perfeição que vi nesta já longa caminhada a ver futebol. Mas essa equipa, atrás, quando tinha de despachar e mandar para a bancada, mandava sem problemas. Por isso, diga à malta da defesa e aqueles que circunstancialmente por lá aparecem, que ali não se brinca, em dificuldades, bola para a bancada, não podemos voltar a sofrer golos como os que sofremos ontem.

Mister, não se incomode com o que têm dito a seu respeito alguns vendidos da comunicação social, que por Montes e vales vão transmitindo aquilo que agrada aos freteiros com calo e sem calo no cu como o macaco. Preocupe-se é se eles disserem que você é o maior, uma jóia de moço. Aí, meu caro Julen, você deve começar a pensar no que está a fazer de errado e mudar. Se acha um exagero e não acredita em mim, fale com o Mourinho e ele vai explicar-lhe como era tratado - malcriado, arrogante, prepotente, pouco recomendável - quando era treinadordo F.C.Porto e como passou a ser tratado depois que saiu do Dragão - melhor do mundo, fantástico, extraordinário, pessoa maravilhosa, digno embaixador de Portugal... Ah, se por acaso notar que um senhor com idade para andar a passear o cãozinho, o trata depreciativamente, como o espanhol, não ligue, peça ao Presidente para lhe explicar a história do Careca, vai rir-se um bocado e perceber o trauma do senhor em relação a tudo que diz respeito ao F.C.Porto.

Em nome de Aboubakar:
Aboubakar, para mim, fez um grande jogo, em particular na primeira-parte. Enquanto esteve em campo deu tudo, trabalhou como um desalmado, defendeu, atacou, foi sempre para o espaço vazio, procurou sempre a baliza contrária, faltou-lhe em algumas jogadas mais apoio. Estava lá, bem colocado para receber, quando Tello atirou a rasar o poste na primeira-parte. Mas não marcou e como Jackson marcou, houve quem cavalgasse contra o camaronês em cima dos golos que o colombiano fez - Jackson é o máximo, Aboubakar nem para os calcanhares do Cha Cha Cha. Que exagero! Análise redutora, incorrecta, pouco esclarecida. Se o ponta-de-lança africano marcasse o penalty em vez de Brahimi quem nos diz que não marcava golo? Não falhou Jackson um golo cantado em Alvalade? Falhou. Era correcto dizermos que Aboubakar não falhava, atacando por aí Jackson?

Postal para Vítor Pereira:
- Caro Vítor Pereira, que eras um mal amado, eras e eu que o diga! Quantas vezes aqui neste pequeno tasco tive de sair em tua defesa? Muitas! Quantas vezes tive de apagar comentários que te rasgavam de cima a baixo, pediam a tua cabeça e desde muito cedo na tua primeira época como técnico principal? Muitas! Quantas vezes foi preciso afastar gente que no Dragão ia para trás do banco mandar-te bocas das mais foleiras? Muitas! Quantas vezes foste apupado, mesmo em jogos que o F.C.Porto ganhou? Várias. Quantas vezes foram, indecentemente e lamentavelmente, incomodados a tua mulher e os teus filhos, por seres o treinador do F.C.Porto? Muitas! Portanto, não mudou nada porque saíste, o Líder portista não disse nenhuma mentira, nem o Presidente do F.C.Porto na entrevista ao Porto Canal colocou em causa o teu trabalho, a tua competência o teu mérito nos êxitos ou a tua dedicação enquanto serviste o F.C.Porto. Não. Pinto da Costa disse que eras um mal amado e eras! Foi injusto seres mal amado? Foi. Não merecias, atendendo às circunstâncias em que tomaste conta da equipa e ao que conseguiste? É verdade e por isso sempre te defendi, mas não podemos fugir à realidade: era clara a falta de empatia entre o treinador Vítor Pereira e uma grande parte dos adeptos do F.C.Porto. E não adianta negares, foi muito por isso que não aceitaste continuar. Ponto final, parágrafo.

Finalmente, Vitor, apetecia-me dizer alguma coisa sobre o que penso da tua participação no Grande Área, mas não vou fazê-lo. Apenas desejo que nunca percas a memória e não te deixes manipular por vendilhões do templo, morninhas ressabiados ou possessos anti-portistas e anti-pintistas.

PS - Perdemos, o nosso guarda-redes fez uma exibição do outro mundo, salvou cinco golos feitos, mas estamos contentes. Fantástico, Mike!
Fantástico não, Melga, ainda não inventaram um adjectivo para definir o feito.

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