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segunda-feira, 10 de novembro de 2014


Olhar para dentro:
Todas as críticas objectivas, construtivas, com respeito e de boa-fé, são bem-vindas. Agora que fique claro, o meu portismo tem muitos anti-corpos em relação aqueles que nunca aparecem para elogiar e esta época já tivemos algumas boas razões para elogios, só aparecem quando as coisas correm mal e para zurzir, nunca têm uma palavra de confiança e de estímulo.
Pela minha parte, procuro ser equilibrado nas horas em que estou feliz, nas horas más, mesmo quando fico com uma grande azia, não desapareço. E por isso, cá estou para fazer uma análise, agora mais a frio, sobre um empate que acabou arrancado a ferros, num campo tradicionalmente difícil e num jogo em que as expectativas saíram defraudadas.
Se olharmos para a equipa que ontem entrou de início e fizermos um pequeno esforço de memória, concluiremos que foi exactamente a mesma equipa que fez um excelente jogo e goleou o BATE Borisov por 6-0. Serve isso como atenuante em relação a Julen Lopetegui? Serve. Serve para o absolver completamente? Não e explico porquê. No jogo frente aos bielorrussos marcamos cedo, o golo correspondeu a um domínio e a uma superioridade nítida do F.C.Porto, ao intervalo já estava 3-0, nunca o conjunto adversário colocou em causa nada, alguns defeitos nem se notaram, diluíram-se numa noite de um Dragão de chama bem alta. Mas depois disso já houve outros jogos e não é preciso fazer um levantamento exaustivo, basta apenas ver o que aconteceu frente ao Nacional. Com muita gente de tracção à frente, faltou quem marcasse, pressionasse, ajudasse, lutasse pela recuperação da bola, havia muita gente para atacar, pouca para defender, tivemos um meio-campo demasiado macio, a tranquilidade só apareceu graças ao génio de Brahimi, até aí foram grandes as dificuldades para garantir a vitória. Mudou e bem Lopetegui para San Mamés e no País Basco apareceu um Porto muito mais unido, coeso, equilibrado, os sectores bem próximos, tomamos conta da bola e do jogo, reduzimos o Athletic a uma equipa que pareceu banal - mas não é, como ainda ontem no Mestella o demonstrou, num jogo que podia ter ganho à tão badalada equipa da moda em Espanha e em Portugal, o Valência de Nuno Espírito Santo. Bastava manter o sistema, a estratégia, se não havia Tello jogava Quaresma ou Adrián, se Óliver estava tocado, havia Rúben ou havia Evandro, um jogador que de repente desapareceu como alternativa, sem se saber bem porquê. Mas se Lopetegui achou que tinha corrido bem contra o BATE, ontem também podia correr e mudou, cometeu outro erro, foi demorar a mexer. Demorou a retirar um Adrián perdido e pior, retirou também Casemiro, para as entradas de Quintero e Aboubakar. Se Quintero podia dar qualquer coisa que o ex-Atletico de Madrid não estava dar e nada a dizer, com a entrada do camaronês e a sída de Casemiro, recuou Herrera e partir daí os problemas adensaram-se. O mexicano estava a ser o jogador que mais esclarecido, que mais aparecia na frente e mais sinais dava de arranjar espaços para furar a barreira, passou a ficar muito cá atrás, tínhamos muita gente na frente, mas ninguém no meio-campo, a bola nunca chegava nas melhores condições ao ataque. No desespero saiu Maicon, o entrado Óliver pôs alguma ordem na casa, conseguimos empatar e até podíamos ter ganho mesmo na última jogada do encontro, mas Kieszek fez a defesa da noite.
Concluindo:
Para mim é nítido, há neste momento um sistema e um modelo que funciona, há uma equipa que dá garantias nove jogadores em vantagem, dois interrogados. Em caso de se querer rodar, é só mudar peças, colocar jogadores com características semelhantes. Fabiano, Danilo, Maicon?, Indi e Alex, Casemiro, Herrera, Óliver, Tello?, Jackson e Brahimi, é o meu onze base. Depois há muitas possibilidades para alterar sem descaracterizar.
Como disse há dias atrás, não há treinadores perfeitos, nem que acertem sempre quando mexem. Lopetegui tem feito muitas coisas boas, cometido alguns erros, mas não acredito na teoria da subestimação de adversários no campeonato, nem em teimosias só para contrariar.
Ah, como se tudo isto fosse pouco, cada erro cometido é golo sofrido.

Olhar para a pouca vergonha que grassa lá fora:
Não foi preciso esperar muito para a minha teoria do condicionamente de árbitros e assistentes ou auxiliares, ficar claramente demonstrada e de uma forma insofismável. Na semana passada, no Benfica - Rio Ave, o assistente estava mal colocado, mas na dúvida, contrariou as instruções da FIFA de beneficiar quem ataca e assinalou fora-de-jogo - como a foto da esquerda demonstra inequivocamente, o assistente tinha tantas dúvidas que só levantou a bandeirola após o remate do jogador da equipa de Vila do Conde. Disse eu, se fosse ao contrário o comportamento seria diferente. Não foi o mesmo assistente, mas ontem na Choupana, outro auxiliar, em caso de dúvida no lance de Jonas que deu vantagem ao Benfica, que comportamento teve? Ficou de bandeira em baixo, golo validado. Mas depois o que fez o mesmo cavalheiro quando se tratou de um ataque do Nacional que terminou em golo? Assinalou fora-de-jogo, mesmo quando o jogador dos insulares está nitidamente atrás e em jogo, como demonstra a foto da direita. Se isto não são provas irrefutáveis que há análises de árbitros e árbitros assistentes, ao sabor dos interesses do Benfica,  não sei que provas mais evidentes serão necessárias.

Portanto e concluindo, temos culpas próprias, começamos por assumi-las, mas e ao contrário do líder do campeonato, não temos um único pontinho oferecido pelos senhores do apito ou das bandeirolas, pelo contrário. Já com o Benfica os escândalos e as poucas vergonhas sucedem-se a um ritmo semanal. Não é porque tem sido superior na qualidade de jogo ao F.C.Porto que o clube do regime tem 3 pontos de avanço... é porque o despudor não tem limites. Para além disso, com Paixão é como o código postal, meio caminho andado.

Nota final:
Quanto à forma como somos tratados nesta imensa lixeira a céu aberto que é a comunicação social, comentadores, analistas, narradores e afins, gente sem carácter e sem espinha, gente cobarde e sem vergonha na cara, poupem-me, já faço muito com os pequeníssimos meios que disponho. Queixem-se ao F.C.Porto que até tem um canal de televisão... Mas como conheço bem a índole de algumas criaturas que falam nas rádios e televisões ou escrevem nos jornais, recuso-me a imaginar o que estaria a acontecer no futebol português se o que tem acontecido com o Benfica acontecesse com o F.C.Porto. Se Tozé em vez de marcar o penalty, falhasse. Se o guarda-redes do Nacional em vez de fazer a grande exibição que fez no Dragão, mamasse uns frangos como aconteceu ontem no jogo com o Benfica.

PS - Acho que criticar Lopetegui porque mudou, é legítimo, quase unânime no universo portista, dizer que mudou para forçar a entrada de Adrián Lopéz, como disse Hugo Sousa no jornal O Jogo, é má-fé. Primeiro, o treinador podia perfeitamente colocar o espanhol numa ala, não seria nenhuma originalidade, já aconteceu, que me lembre, em pelo menos dois jogos - Paços e Moreirense -, fazer entrar Oliver e já não mudava nada. Segundo, deviam ter falado em forçar a  entrada de Adrián quando demos seis ao BATE. Mas como houve goleada, foi o show que faltava, Lopetegui não forçou nada, ontem como deu empate já forçou. Jornalismo entre aspas, ao sabor da onda. Mas é o que vai dando.

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