Fazer um balanço à 10ª jornada, como faz hoje no panfleto da queimada o nosso "amigo porquinho de brega", para dizer que Lopetegui tem menos 2 pontos que Paulo Fonseca, quando ainda nem sequer atingimos um terço do campeonato, vale o que vale, mas compreende-se. Primeiro, nesta altura há pouco assunto: os campeonatos estão parados para compromissos com as selecções, ora, como todos sabemos, as selecções vendem pouco, é preciso arranjar alguma coisas para vender papel. Segundo, tinha que ser agora, pois na 11ª jornada, quando se completa o primeiro terço da Liga, já podia ser tarde. Foi na 11ª jornada que começou o princípio do fim do descalabro portista, derrota em Coimbra, contestação e Paulo Fonseca a mostrar falta de arcaboiço para aguentar a pressão. Sabemos bem como acabou a época passada. Veremos como vai acabar esta... mesmo com o andor vermelho carregado de escândalos - o meu amigo Adriano Freire amanhã tratará da questão com mais pormenor... o andor vai todo iluminado, o Paixão bem instalado, com o Mota logo atrás... Mas há um balanço, esse que já podemos fazer e não admite comparações: na Champions League, ao contrário da época passada, não só já temos o apuramento garantido a duas jornadas do fim, como com mais dois jogos para fazer já temos o dobro dos pontos. De uma forma mais soft, o "porquinho de brega" também aborda o comportamento na Champions, mas sem esquecer de dizer que o grupo é acessível.
É como diz um amigo meu: "andamos a dar pérolas a porcos e depois dá nisto..."

Já que estou com a mão na Bola, não resisto a contar uma história que se passou há dias na Travessa da Queimada, n.º 23, r/c, 1.º e 2.º.
«Reuniu todos os jornalistas e jornalistas entre aspas do jornal e do Esférico Tv e quando digo todos, são mesmo todos - os únicos que não estiveram presentes foram os correspondentes internacionais, com excepção de Pereira Ramos, correspondente em Madrid. Os da redacção do Porto até alugaram um autocarro e por montes e vales lá chegaram a Lisboa. Sim, que isto de ir pela auto-estrada fica caro. E com o ar mais cândido e sereno, o ego quase a rebentar de tão inchado, lá lhes começou a contar o que se tinha passado na entrega da Bola de Ouro a Cristiano Ronaldo, onde esteve presente na qualidade de vice-presidente da ESM - associação europeia de jornalistas do desporto. Só tinha um minuto para falar, mas falou com tanta eloquência que foi um sucesso. E que dizer do espanhol dele? "Fantástico, o melhor portunhol que ouvi em toda a minha vida", confessou-lhe a representante do governo do país vizinho, mesmo que tenha aprendido numas idas a Badajoz comprar caramelos. Quando contou o tu cá, tu lá com Florentino Pérez: ele, "Que enorme equipa tem o Real", Florentino, "Sim, e que enorme Cristiano", a plateia fez um enorme esforço para se conter, embora não faltassem uns sussurros a chamar-lhe puxa saco. Mas o auge, o que fez a sala não conter a emoção e alguns já choravam baba e ranho, foi quando ele, já com a lágrima no canto do olho e a fungar, disse que Sergio Ramos o tinha cumprimentado com visível simpatia. Nesse momento, para evitar que aquilo se tornasse numa choradeira pegada, alguém gritou, terá sido o Baninho?, "Só faltou a Irina para a noite ser perfeita", mas foi aí que tudo acabou. O "Director" não aguentou e qual Madalena arrependida, começou a chorar compulsivamente e saiu da sala. Já não ouviu os gritos de entusiasmo de "viva o Director!" e a enorme salva de palmas que os acompanhou. Ainda houve quem em voz baixa dissesse: "está quase tão gordo como o João Gobern", mas foram dois ou tês desalinhados.

Bendito jornal que tem gente deste calibre... Kaspa, o ilustre continuador de um legado cujo lema é: "Um jornal livre, sério e honesto, nas inteções e nos processos, a dizer do bem e a dizer do mal, na crítica, na doutrina, na propaganda desportiva" Não, não é piada, era a frase, qual marca para o futuro que vinha em editorial no dia em que saiu à rua o primeiro exemplar de A Bola, agora panfleto da queimada.
Esta é uma história de ficção, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência