terça-feira, 28 de abril de 2015
Não são perfeitos, mas estes têm mística...
Porque tento tratar os assuntos com seriedade e estou atento, alguns habituados a dizerem e escreverem o que querem e lhes apetece, não gostam de ser confrontados com a versão da outra parte, até espumam, ficam muito incomodados, mas paciência, é problema deles. Ou como dizia o outro, é vida! Adiante. Como continua na agenda do dia a falta de alma, mística, espírito guerreiro e do Dragão, volto ao assunto. Para arrumar a questão e em poucas palavras, repito: faltou transcendência ao F.C.Porto no jogo da Luz. Era preciso deixar a pele, esgotar o depósito, como diz o Cândido Costa, nada disso aconteceu. Ficou uma sensação de conformismo e encolher os ombros bem expressa nos sorrisos, abraços e beijos que se viram no final do jogo. Dito isto, quando vemos, por exemplo, a entrevista de Lima Pereira ao Bernardino Barros ou a que vai passar mais logo - 21:10 no 45 minutos à Porto, do Porto Canal -, tendemos a sentir alguma nostalgia, a dizer, aquilo sim, aquilo era Porto. Verdade. Mas nessa altura tínhamos um plantel maioritariamente português, vários jogadores da formação, um Presidente activo e sempre presente - aqui o sempre presente, significa interventivo, guerreiro, ai daquele ou daqueles que pisassem o risco, colocassem o nome da Instituição F.C.Porto em causa. Isso mobilizava, motivava, galvanizava tudo e todos -, eram outros tempos, outras realidades. Agora, por razões que já disse várias vezes - uma foi aqui - o plantel é maioritariamente estrangeiro, jogadores que vêm para o F.C.Porto, muitas vezes, porque o F.C.Porto forma, valoriza, coloca na montra, transfere e para os melhores clubes. Ora isso é bom, é apelativo, essa vantagem permite-nos ter jogadores que se não fossem essas mais valias escolheriam outros clubes, mas tem o reverso da medalha, não vêem o F.C.Poirto como viam as grandes figuras do passado, Lima, André, Paulinho, João Pinto, etc. Aliás, pergunto-me se António André, um grande jogador, um grande profissional e um amigo, o 6 do meu onze ideal do F.C.Porto e que recusou na altura uma grande proposta do Matra Racing, agora resistiria a uma tão grande diferença na massa salarial? Será que agora, da equipa que foi campeã europeia em 1987, só sairia Paulo Futre? Mesmo que quisessemos deixar sair apenas um? Esta é questão, como podemos sair disto, conciliar a tal alma, mística, espírito guerreiro e do Dragão, com esta nova realidade de jogadores que olham o F.C.Porto como trampolim para clubes maiores e mais ricos? Não é fácil, mas se no passado, quando era menos necessário, havia um Líder que era o primeiro a assumir as grandes virtudes do ser Porto, agora, quando é mais preciso, temos um Presidente cada vez mais calado, quando fala o impacto é muito menor que outrora. Como sair desta encruzilhada? Tenho uma ideia, mas vou expressá-la, falarei dela, se puder, daqui a um ano, altura em que haverá eleições no F.C.Porto.
Notas finais:
1 - Fazer o totobola à segunda-feira é facílimo, acerta-se sempre. Devia ter jogado o Quaresma de início, é uma teoria que já li por aí e que o António Simões também partilha. Mas que Quaresma, pergunto eu? O do F.C.Porto-Bayern? OK. Mas entretanto houve um Bayern - F.C.Porto e nesse jogo Quaresma não fez nada, passou mais tempo a reclamar e a falar que a jogar. Quaresma quando as coisas lhe correm bem, como foi o caso da 1ª mão da Champions, cresce muito, perde a humildade, acha que pode fazer certas coisas e não pode.
2 - Equipa do F.C.Porto que entrou de início no jogo frente ao Benfica no Dragão, derrota 0-2: Fabiano, Danilo, Indi, Marcano, Alex Sandro, Casemiro, Herrera e Óliver, Tello, Jackson, Brahimi. Depois ao minuto 58 entraram Quintero e Quaresma, ao 77 saiu Alex entrou Aboubakar. Expliquem lá porque dizem agora que foi por causa das opções iniciais que o F.C.Porto empatou, repito, empatou, na Luz? Se é para ir por aí, então também faço o totobola à segunda-feira e digo, se Lopetegui tivesse entrado com a equipa que jogou em Lisboa tínhamos empatado, nesta altura estávamos em igualdade pontual, com muitas mais hipótese de ser campeões. É tão fácil fazer prognósticos no final dos jogos, não é? É tão fácil fazer má-língua e bater em quem está em baixo, não é?
3 - Helton regressou na Luz à titularidade em jogos do campeonato, numa altura que Fabiano também estava disponível. Tenho para mim que Lopetegui quis proteger Fabiano, como fez Guardiola com Dante, mas seja como for, Helton entrou, não teve nada que fazer, cumpriu. Não sei se vai ou não continuar na baliza, mas queria dizer o seguinte:
Não tenho nada contra Helton, pelo contrário, critico ou elogio conforme analiso, já tomei partido por ele em alguns ataques que lhe fazia Miguel Sousa tavares, mas não esqueço isto. Também é um sintoma de que as coisas já não são como eram. Então alguém com as responsabilidades que Helton tem no F.C.Porto, coloca em público, sublinho, uma frase de despedida e depois não há qualquer explicação, tudo segue como se nada se tivesse passado, até já se fala em renovação?
4 - Toda a gente viu que no final do Benfica-Porto houve um problema entre Lopetegui e Jesus. Nas conferências de imprensa, ambos desvalorizaram o assunto, um disse que não se passou nada, outro que é a adrenalina, a pressão do final dos jogos. Tudo poderia morrer aí, mas a escumalha do lixo desportivo da Cofina resolveu inventar, colocou a circular o boato que Lopetegui tinha ameaçado dar um murro em Jesus. As ratazanas da queimada - sim, aquilo no site está cheio de ratazanas sem rosto o que ainda é pior -, para não ficarem atrás, também colocaram em destaque as ameaças do treinador do F.C.Porto. Afinal, hoje, Lopetegui já não ameaçou nada, tudo não passou de: "O meu nome é Lopetegui. Não tens piada nenhuma" ou "O meu nome é Lopetegui. Ouviste?" e quem insultou foi o "Catedrático" que segundo o panfleto terá dito: Deslarga-me, cabrão. Enfm, é o jornalismo dos novos tempos, rasca, sem rigor e sem ética. Mas compreende-se, enquanto se fala das atitudes de Lopetegui não se fala de um penalty claro que não foi assinalado, num jogo que terminou 0-0, logo com influência no resultado, quiçá no título.
5 - E a propósito de árbitros... o Mike perguntou ao Melga porque vai Capela arbitrar o Gil Vicente-Benfica. Quem esperava que o Melga dissesse que é porque eles mesmo com 3 pontos de vantagem a quatro jornadas do fim, ainda estão com medo e não facilitam, enganou-se. O Melga, tipo bem formado e bem informado, atirou ao Mike:
- Mike, é altura das Festas das Cruzes, tinha de ser um árbitro com nome religioso e Capela é tipo único. Já viste o que seria Dias, Xistra, Gomes...
- Melga, mas podia ser Paixão...
- És um nabo, Mike, esse está guardado para uma das últimas três jornadas, talvez Guimarães...