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quinta-feira, 19 de novembro de 2015


«Na sua segunda época como treinador do Porto, Julen Lopetegui procura o seu primeiro título num futebol "competitivo e exigente" como o português, impulsionado pela sua reputação de polir jovens talentos.
Em entrevista com a EFE, Lopetegui (Asteasu, Guipúzcoa, 1966) revela em que radica o sucesso de ex-jogadores seus, como Casemiro ou Óliver Torres, hoje frequentes no Real Madrid e Atlético, respetivamente.
O ex-treinador das categorias inferiores de Espanha analisa também outros promissórios jogadores que atualmente dirige: Yacine Brahimi, Cristian Tello, Vicent Aboubakar e Rúben Neves.
Embora se confesse admirador dos estilos de Johan Cruyff e Pep Guardiola, com os quais coincidiu no Barcelona dos anos 90, o antigo guarda-redes do Logroñés, Rayo Vallecano, Las Palmas e Real Madrid não acredita nos "estilos definitivos" e sim numa óptica mais evolutiva e pragmática do jogo.

P: No ano passado treinaste o Casemiro e o Óliver Torres e hoje são importantes no Real Madrid e no Atlético.
R: Ambos vinham de não jogar e entendíamos que tinham condições para adaptar-se à máxima exigência do Porto (...). A chave é que têm uma grande mentalidade, porque nunca se deixa de aprender. É essencial ter paixão e ser humilde para crescer e melhorar.

P: Yacine Brahimi e Vincent Aboubakar estão a melhorar a passos gigantescos.
R: Brahimi vinha de uma equipa (Granada) que jogava diferente do Porto. A sua adaptação centrou-se em entender o jogo coletivo e aí estamos, porque é preciso continuar a evoluir. Embora tenha jogado pouco no ano passado, Aboubakar mostrou uma condição importante: humildade e inteligência para aprender. É um rapaz que treina com uma paixão espetacular. E este é o melhor segredo para qualquer jogador.

P: Cristian Tello (ex-Barcelona) está a recuperar a forma da temporada passada.
R: O Cris evoluiu. A sua melhoria foi entender um pouco que tem que ser um jogador mais completo. Em nada vale nada estar aberto e fazer uma jogada. É preciso fornecer para a equipa.

P: Rúben Neves, de 18 anos, foi comparado com Sergio Busquets. Tu apostaste por Neves quando tinha 17 anos.
R: É mau comparar um jogador. Tem boas condições futebolísticas, boa mentalidade e uma dose suficiente de inteligência e humildade para saber que tem que melhorar muitíssimo. As comparações levam ao engano. O futebol é tão competitivo que, caso pares, passam-te por todos os lados.

P: Qual é teu jogador ideal? Quem admiraste?
R: O que é capaz de interpretar bem o que tu lhe pedes e que tenha as condições para desenvolvê-lo. Admirava os jogadores que faziam a equipa jogar. Gostava bastante de ver o Platini. Também Zidane e Guardiola.

P: Foste treinado por Johan Cruyff. É verdade que ele dizia que se tinha que correr o menos possível?
R: Isso parte da premissa de tomar a iniciativa com base numa condição técnica importante e num aproveitamento do espaço. O que dizia na realidade é que fizesses o rival correr. E se corrias muito era porque estavas mal colocado. A sua ideia foi visionária.

P: Como evoluiu essa ideia?
R: Um treinador que deu um passo importantíssimo foi Guardiola.

P: O Porto encaixa-se nessa filosofia?
R: Não acredito nos estilos definitivos. Cada treinador trata de tirar o máximo rendimento do que tem para vencer. Somos uma equipa que quer ter muito a bola, porque achamos que assim atacamos melhor e defendemos melhor. Isso não quer dizer que não vamos desperdiçar espaços abertos para o contra-ataque. Às vezes, um bola em cima bem dirigida é preferível.

P: Como é o futebol em Portugal?
R: É um futebol muito competitivo, dos mais da Europa. Sabias que é onde se correm mais quilómetros na Europa? Há um trabalho tático defensivamente fantástico. Há bons treinadores e bons jogadores.

P: Na tua primeira temporada tiveste uma rivalidade com Jorge Jesus, ex-treinador do Benfica e atualmente no Sporting.
R: O que aconteceu, aconteceu e não foi nada de extraordinário dentro do mundo do futebol. Extraordinário é o que saiu (denúncias de árbitros) e isso é o que mais nos preocupa.

P: Referes-te às denúncias de um ex-árbitro que diz ter recebido pressões para favorecer o Benfica.
R: Nós dedicamo-nos a treinar, mas é preciso fazê-lo (investigar) para preservar a boa fé na competição e preservar a liberdade e honra dos árbitros, que não estejam coagidos (...) Espero que todas essas coisas que são feias e que parece que existiram e estão por aí sejam limpas para sempre.

P: No ano passado chegaste aos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Qual é a principal meta desta época?
R: A esperança está em todas as competições. Mas é certo que o torneio da Liga é o da regularidade e é o que mais nos pode entusiasmar. Temos a certeza que vai ser competitivo até ao final, com o Sporting, o Benfica e o Braga, que está a um nível extraordinário.»

Interessante a parte da entrevista em que Julen Lopetegui aborda a filosofia de jogo de Johan Cruyff, que Guardiola adoptou e em que se parece inspirar no seu modelo para o F.C.Porto. Boa ocupação dos espaços, porque se os ocupares bem e tiveres técnica, tens muita bola, não corres muito e fazes o adversário correr; além disso, tens melhores condições para defender e atacar bem; mas nunca deves descurar a possibilidade de contra-atacar, bem como aproveitar os lances directos.
Teoricamente está cá tudo, o princípio é bom. Na prática muitas vezes funciona, algumas não funciona, temos de trabalhar para que as excepções ao bom funcionamento da máquina sejam cada vez menos, mesmo sabendo que não há equipas perfeitas.

O Ti Manel Zé mais uma vez foi convidado para comentar a posição do F.C.Porto, através do Dragões Diário, sobre a selecção - porque será que o convidam sempre? De barbas brancas, bengala na mão e voz arrastada que a idade pesa, Ti Manel Zé foi igual a si próprio, isto é, deu mais uma vez provas que ainda não ultrapassou a fase de ressabiamento que o corrói há mais de 25 anos. Curiosamente e significativamente, Ti Manel Zé, sobre o facto de pela terceira vez consecutiva Cristiano Ronaldo não pôr os pés na selecção, disse, nada!, já sobre a posição do F.C.Porto criticando a utilização dos seus jogadores  aí, Ti Manel Zé, disse que a seleção nacional está acima dos interesses dos clubes, portanto, o selecionador faz o que quer e lhe apetece, utiliza os jogadores da forma que entende, fez uma graçola sobre o medo que o Presidente do F.C.Porto tem do Angrense. Sintomática e significativa, a posição do Ti Manel Zé. Como mandar bocas ao F.C.Porto dá tempo de antena e popularidade, fala-se à vontade, mas como tocar no CR7, aí a coisa já podia cair mal... silêncio, nadica di nada. Ou será que Tí Manel Zé concorda com as férias que o jogador do Real tem tido na selecção?

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