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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016


O jogo de ontem mostrou quanto é difícil a tarefa de José Peseiro e não só pelas razões que têm a ver com o rendimento dos jogadores e da equipa.
Começando pela equipa: temos graves problemas de confiança; uma qualidade de passe ao nível das piores equipas do campeonato - e não falo de passes de risco, longos ou de ruptura, falo de passes curtos, com o colega próximo; a lacuna grave e já apontada, na primeira zona de construção, em que é preciso ser rápido a pensar, executar e executar bem; uma defesa, guarda-redes incluído, intranquila, pouco coesa e organizada; o meio-campo solta-se pouco, cria pouco, dinamiza pouco; não há contundência no ataque, não há poder de fogo - quem se lembra do último golo de um remate fora da área? -, onde o chamado ponta-de-lança não tem existido. Como se fosse pouco, ainda somos uma equipa pouco intensa, pouco agressiva, raramente ganhamos as bolas divididas, temos um aproveitamento dos lances de bola parada muito aquém do desejado, atendendo aos cantos e livres no último terço do campo de que dispomos. Ora, como temos jogos de três em três dias, alguns muito importantes e decisivos; pouco tempo para treinar e trabalhar ideias e conceitos de jogo muito diferentes; não temos margem de erro, o que faz aumentar a pressão e torna mais problemático o crescimento de uma equipa que joga sobre brasas; está explicado o enorme desafio que José Peseiro enfrenta. Ontem, mesmo com alterações ligeiras, viu-se a dificuldade... Se o ribatejano, natural de Coruche, conseguir as melhorais necessárias para manter os Dragões na luta pelos objectivos portistas até ao fim... será um feito extraordinário.

E quando digo isso, é porque no F.C.Porto actual ninguém se dá ao respeito, somos provocados, gozados, claramente prejudicados - como se viu ontem, num árbitro que o Benfica, com as cumplicidades que são bem conhecidas, guindou a um patamar que permite ao benfiquista de Fafe continuar na crista da onda e aparecer-nos pela frente a fazer arbitragens como a da noite passada -, quase nunca reagimos, quando temos oportunidade de o fazer, basta ver o que aconteceu na última quinta-feira, na entrevista de Jorge Nuno Pinto da Costa ao Porto Canal: ficamos com a sensação que está tudo bem, não temos razão de queixa dos árbitros. Mas não está tudo bem e alguns números são curiosos. Vejamos:
Já por diversas vezes abordamos os critérios dos homens do apito, quando se trata de mostrar cartões. A facilidade com que se mostram a jogadores do F.C.Porto e não se mostram a quem joga contra nós, é flagrante, com o exemplo mais próximo a ser o jogo do Bessa para a Taça de Portugal. Mas na comparação com os nossos rivais de Lisboa, em particular com o clube do regime, então, é uma diferença abismal. A este propósito, o panfleto da queimada de ontem traz uma peça interessante e que diz, entre outras coisas, o seguinte: F.C.Porto é a única equipa deste campeonato que nunca jogou contra 10. Nas últimas três temporadas e meia o Benfica jogou frente um adversário com, pelo menos um jogador, em 30, repito, 30 vezes, enquanto o Sporting, 20 e o F.C.Porto apenas 10. Mas se sobre os critérios dos árbitros na amostragem de cartões, estamos falados, no casos de penalties, principalmente, contra, o despautério é igual. Nesta temporada, apesar do que vamos vendo, o Benfica ainda não teve um penalty para testar as capacidades de Júlio César, o que é significativo. A explicação? Talvez recorrendo novamente ao panfleto que o Serpa "dirige" e onde, acerca do lance em que Lisandro López cortou a bola com a mão dentro da área, diz o jornalista Rogério Azevedo: foi um penalty de televisão, isto é, digo eu, o árbitro tem dificuldades em ver. Portanto, ao contrário do que já corria por aí, não é proibido marcar penalties contra o Benfica, os árbitros não marcam porque só as imagens televisivas mostram que havia razão para apontar para a marca dos 11 metros. Penalties de televisão. Original, não?
Regressa Xistra, está perdoado!

Tive esperança que à saída de Julen Lopetegui e entrada de José Peseiro, correspondesse uma postura diferente, mais activa, mais combativa, mais Porto, por parte dos responsáveis. Se após o jogo de ontem e em que havia fartas razões para falar, ninguém falou, então mais vale perder as ilusões, tudo vai continuar na mesma. Mas o "tolinho" enquanto por aqui andar... não vai desistir de abordar estas coisas!

José Sá e Marega:
Nem sequer vou questionar o valor de José Sá e de Marega - tenho boa impressão de ambos, mantendo sempre o mesmo princípio e que é... esperar para ver -, mas pergunto: porquê agora, já com Janeiro perto do fim e não antes? Porque foi uma oportunidade de negócio, depois de Peseiro ter avaliado as carências do plantel e achar importante ter alguém como Marega para o seu sistema de 4x2x3x1 - ontem já se viu um cheirinho e também por isso as coisas não correram bem - e depois da saída de Tello para a Fiorentina? São dúvidas legítimas, porque como sempre disse, ver   aqui, não acredito que vamos contratar para irritar os rivais, contratamos porque precisamos... embora, seja natural que depois de eles estarem dados como certos em Alvalade e aparecerem no Dragão, possa levar muita gente a ir por aí. Faz parte do folclore. E agora com Aboubakar, Suk, Marega, o que se vai passar com André Silva?

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