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segunda-feira, 21 de março de 2016

SMS de um amigo: "Vila, não sejas mau com a nossa equipa. Nós jogamos pouco, mas o líder não joga a ponta de um corno. Mais do que o F.C.Porto, só tem o colinho e uns critérios dos árbitros que não lembram ao diabo. Inacreditável como Eliseu não foi expulso!"

Como está fora de questão que quem decidiu, decidiu para agradar aos adeptos, uma grande parte deles muito críticos em relação ao técnico espanhol, foi porque achou que a situação estava degradada e era preciso fazer alguma coisa, mudar. Como não há Pereiristas, Fonsequistas, Lopeteguistas ou Peseiristas, só para referir os treinadores pós-2010/2011, verdadeiramente a última época à Porto, há portistas e nenhum portista que se preze coloca as suas simpatias por este ou aquele treinador, acima dos interesses do F.C.Porto, pergunto, agora que chegamos à pausa no campeonato para compromissos com as selecções e importa fazer um balanço, não conclusivo, esse vai fazer-se no final da época: o que ganhou o F.C.Porto com a saída de Julen Lopetegui e entrada de José Peseiro? Até ao momento e objectivamente, nada! Não joga melhor, não está melhor classificado e ainda tem o óbice de ter de pagar a dois treinadores, mais os adjuntos. Estarei a ser injusto para José Peseiro? Não acho e explico porquê: mesmo estando ciente que o actual treinador recebeu uma herança complicada e não é milagreiro; não tem tido sorte com lesões e castigos, já para não falar naquela absurda Maiconada; se com o treinador ribatejano não esperava que a equipa passasse a dar grandes shows de bola, esperava mais do F.C.Porto de José Peseiro. Uma razão, porque, se por um lado, sempre vi nas equipas treinados pelo actual técnico dos Dragões, algumas dificuldades na forma como se organizavam defensivamente, no colectivo e não nos tradicionais quatro defesas, por outro, no que diz respeito ao ataque, também sempre vi nas equipas de Peseiro, rapidez de processos, bola a correr e não jogadores a correr com a bola, fluidez de jogo, critério. Outra razão, foi quando e já lá vão quase dois meses, no Estoril, vi aquilo que esperava ser o início de algo diferente e melhor. Recordo que nesse jogo, frente a uma boa equipa e num campo tradicionalmente difícil para o F.C.Porto, mesmo tendo começado mal e não tendo feito uma exibição de qualidade durante os 90 minutos, o conjunto de Peseiro reagiu muito bem à desvantagem, fez uma excelente primeira-parte, a segunda não foi tão boa, mas nunca baixou para níveis abaixo dos mínimos exigíveis. Para mim, a equipa deu um sinal que estava no bom caminho, daí para a frente a tendência seria para ir melhorando. Não se confirmou e depois desse jogo e com excepção do jogo da Luz, onde atendendo à exigência e ao que estava em jogo, não se podia exigir mais, o que tem feito o F.C.Porto? Pouco, muito pouco. E se contra o Borussia, que é bem melhor, até se compreende, já contra Belenenses, Moreirense, União e ontem, frente ao Vitória, tínhamos obrigação de ganhar naturalmente e não acabar todos esses jogos à rasca - nem falo no Arouca nem no Braga. No sábado passado no Bonfim, frente a um Vitória de Setúbal muito frágil, sob todos os pontos de vista e que ao contrário de outras equipas, não colocou o autocarro, pelo contrário, deu muito espaço, nem assim o F.C.Porto foi capaz de fazer um jogo bem conseguido, "matar" o jogo e ganhar com tranquilidade. Não, acabou em dificuldades e não foi só no último lance, já antes a bola tinha rondado a baliza de Casillas com algum perigo e o guarda-redes tinha feito uma defesa complicada. Como referi, ainda faltam dois meses para terminar a época, nada ainda está decido, não é a hora para o balanço final. Mas se até ao momento não ganhamos nada, esperemos que depois da pausa e sem mais interrupções, com jogos todas as semanas e apenas de semana a semana, as coisas melhorem, sejam criadas algumas bases sólidas que serão os alicerces para o futuro a curto prazo. Com o F.C.Porto a ter cada vez menos margem de manobra, não podemos partir para uma nova e importantíssima época, com um treinador olhado com desconfiança, fragilizado ou contestado.
Agora, independentemente do que acontecer, sobre este assunto só voltarei a falar no final da temporada.
Ah, pois, o plantel... não é o melhor do mundo, mas a exigência que aqui se fala, também não é para os grandes da Europa, é apenas para os pequenos da Liga Portuguesa.

Nota final:
Não vou comentar o disse o Catedrático sobre Slimani, mas vou citar Zinedine Zidane após a vitória à rasca do Real Madrid em Las Palmas:
«Estou muito preocupado com a segunda-parte que fizemos. Assim não vamos a lado algum. Perdemos uma alucinante quantidade de bolas. Se queremos ter um futuro melhor temos de jogar muito mais.»
No F.C.Porto e de há muitos anos a esta parte, instalou-se uma cultura em que criticar os jogadores publicamente parece um crime de lesa pátria. Ontem o Real goleou o Sevilha, fez um bom jogo e o treinador elogiou a prestação da equipa

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