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sábado, 19 de março de 2016


Entrando em campo já conhecedor da vitória do Sporting e portanto sem qualquer margem para errar, também na luta pelo segundo lugar, importantíssimo no actual contexto - dá entrada directa na Champions, com tudo o que isso significa -, o F.C.Porto venceu, valha-nos isso, com justiça, indiscutivelmente, mas jogou pouco e pior, por culpa própria, mais uma vez acabou o jogo a sofrer - o Vitória no último minuto do tempo de descontos falhou uma oportunidade flagrante. Não pode acontecer, uma equipa ser muito superior, apesar de não jogar bem, dominar, criar algumas boas oportunidades, desperdiçá-las e depois pôr-se a jeito, ao ponto de poder ter saído de Setúbal com danos irreparáveis.

Entrando forte, com boa circulação e boa dinâmica, atacando ora pela direita ora pela esquerda, criando várias jogadas de perigo, o F.C.Porto prometia. Só nos 15 minutos iniciais o conjunto de José Peseiro conquistou vários cantos, esteve perto do golo por quatro vezes. Mas apesar do domínio e da superioridade que se manteve durante toda a primeira-parte e que só foi atenuada esporadicamente pela equipa sadina, os Dragões só marcaram já em cima do intervalo, por Sérgio Oliveira. As razões? As mesmas dos últimos tempos: falta assertividade e eficácia na zona de decisão, porque Aboubakar, o jogador mais avançado, nem quando lhe ofereceram um golo numa bandeja foi capaz de aproveitar. Também contribuiu para que o intervalo chegasse com os azuis e brancos a vencerem apenas pela diferença mínima, o facto de mais uma vez a qualidade de passe deixou muito a desejar,  porque nem sempre foram encontradas as melhores opções na hora de assistir e finalizar.

Com a vantagem a não dar para relaxar, o F.C.Porto aguentou com facilidade e sem correr riscos os cerca de 10 minutos iniciais de algum atrevimento do Vitória e passado esse período voltou a tomar conta de jogo, podia em várias ocasiões ter feito o segundo: Aboubakar aos 55, Sérgio Oliveira aos 57 e em particular Corona aos 62 e Brahimi aos 85, tiveram hipóteses de matar o jogo. Não fez e sem nada a perder, já com o jogo a caminhar para o fim, o conjunto de Quim Machado acreditou, chegou-se à frente, os minutos finais não foram fáceis para os pupilos de Peseiro. Também é preciso acrescentar que se a falta de contundência e o desperdício merecem críticas, a lentidão com que mesmo com espaço e em superioridade numérica, os jogadores dos Dragões não atacaram rapidamente a baliza do Vitória, merece grandes reparos. É de levar qualquer um ao desespero, ver muitas vezes os jogadores portistas a jogar para trás e para lado, recrearem-se com a bola, em vez de atacar a baliza contrária. Hoje deu para ganhar, mas não foi porque conquistamos os três pontos que se deve deixar passar em claro um vício que se arrasta. Não há pressão, intranquilidade e instabilidade que justifiquem a incapacidade que esta equipa tem em sair rápido, tocar, ir buscar, finalizar, mesmo quando tem todo o tempo e espaço para pensar, executar, fazer bem.

Nota final:
Como dizia na antevisão nesta altura o que importa é ganhar, nem que seja na amarra. Mas não está fácil para quem gosta do F.C.Porto, aguentar semana após semana, jogos tão abaixo dos mínimos exigíveis, mesmo frente às piores equipas do campeonato. Sim, porque este Vitória de Setúbal... não é nada!

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