quinta-feira, 13 de abril de 2017
Vamos lá a ver se nos entendemos. Os cânticos foram um momento mau, uma manifestação de péssimo gosto, reprovável, condenável, não deve repetir-se, fez bem o F.C.Porto em se demarcar. Como tal, se somos alvo de crítica e de censura, temos de aceitar com naturalidade. Mas virgens que de virgens não têm nada, ofendidas, gente que mais uma vez, como constantemente repito e que ainda no post de ontem ficou bem claro, só reage, extrapolando, quando é com adeptos do F.C.Porto? Gente que apresenta factos, repito, censuráveis, sim, mas como sendo uma originalidade portista? Não, como disse o outro, alto aí e pára o baile.
Onde estavam vocês,quando na Benfica tv se faziam apelos à morte de Jorge Nuno Pinto da Costa? Onde estavam vocês quando se faziam apelos a que se pegassem em armas contra os adeptos do F.C.Porto, também na Benfica tv?
Onde estavam vocês quando no mesmo local, o F.C.Porto era constantemente insultado, caluniado, achincalhado, denegrido, com as mais grosseiras violações da lei, tudo sem que, ao contrário do que aconteceu ontem, o Benfica se demarcasse?
E agora fiquem com uma história verdadeira onde se prova que ao contrário do que pretendem alguns, sempre os mesmos e sobre esses não deixaremos de falar lá mais para a frente, atitudes reprováveis e de péssimo gosto, não têm apenas origem nos adeptos do F.C.Porto:
«Gullit. É este o nome que está na origem da guerra entre as claques de Benfica e Sporting e do corte de relações entre os clubes, há duas semanas. O que é que o antigo internacional holandês, bicampeão europeu pelo Milan em 1990, tem a ver com esta história? Directamente, nada, mas para o explicar temos de recuar mais de 20 anos, até à altura em que Jorge Maurício era o líder da claque No Name Boys (NN), do Benfica.
O ultrabenfiquista, de 22 anos, que não falhava um jogo do clube, era fã de Ruud Gullit e ficou conhecido por essa alcunha porque andava sempre com um boné com a foto dele. No dia 14 de Setembro de 1994, no regresso a Lisboa após ter ido apoiar o Benfica à Croácia, num jogo da Liga dos Campeões contra o Hadjuk Split, Jorge Maurício morreu num acidente de automóvel em Espanha, num desastre que vitimou mais dois adeptos benfiquistas, Rita e Tino, de 20 e 26 anos.
Vinte anos depois, na véspera do último Sporting-Benfica, elementos da claque Juventude Leonina fizeram uma T-shirt provocatória, com a foto de Jorge Maurício e o título: "Vão demorar muito a chegar?" Por baixo: "Auto-estrada 94. Uma viagem inesquecível! Bateu forte!"
Os NN reagiram e no sábado, dia 7 de Março, durante o jogo de futsal Benfica-Sporting, surgiram na bancada com a faixa "Very Light 96". Para Liliana Mendes, isso foi um choque. Mas ela já viu coisas ainda mais desrespeitosas para com a memória do pai, Rui Mendes, que morreu atingido por um very light disparado por um adepto do Benfica na final da Taça de Portugal de 1996.
É o caso de uma T-shirt, feita pelos No Name, onde se lê: "Foi no Jamor que o lagarto ardeu, na final da Taça o very light é que o f**eu"; ou ainda vídeos, postos no YouTube, com adeptos do Benfica a elogiarem Hugo Inácio, o autor do disparo. "Há um que diz, e peço desculpa pela linguagem: ‘É bem feito para esse filho da puta desse sportinguista ter morrido’"»
Sem mais comentários...
Hoje na última página do panfleto da queimada, lá está uma peça sobre o assunto, autoria de Gonçalo Guimarães, o emergente artista, vermelho encardido e que ainda no post anterior foi falado.
Diz o Gonçalinho, muito indignado:
"Aqueles que pensam que já viram ou ouviram tudo, talvez fiquem surpreendidos com esta notícia." Depois rebeubéu pardais ao ninho, lá se conta a história dos lamentáveis cânticos.
Pergunto: onde estava o Gonçalinho quando das poucas vergonhas acima citadas? O que disse sobre elas? Nada. O Gonçalinho é mais um que só desperta, só se revolta e só se indigna quando se trata de alguém do F.C.Porto que mete o pé na poça. Mas nada de novo no pasquim que o Serpa devia dirigir...
Quando o Benfica venceu no Bessa e conquistou o título 2004/2005, o conhecido campeonato do Estorilgate, no trem eléctrico que levou os jogadores do Benfica ao aeroporto, vários jogadores do clube do regime, os mais entusiastas eram Petit e Simão, cantaram e insultaram o F.C.Porto e o seu presidente. As televisões transmitiram, muita gente ouviu e ficou incomodada. No panfleto da queimada, no entanto ninguém tugiu ou mugiu. Já no ano seguinte, quando os jogadores do F.C.Porto, nos festejos do título, fizeram o mesmo no varandim do Estádio do Dragão, aí o esterco da queimada já reagiu, a manchete de capa do dia seguinte, autoria de um bonzinho qualquer, era: "Jogadores do F.C.Porto insultam o Benfica."
Posto isto e como conclusão, fica o seguinte:
Não vamos fugir à questão, o que se passou ontem no Dragão Caixa é um sintoma de uma rivalidade cada vez mais doentia. Ponto. Mas se assumimos as nossas responsabilidades, como disse e repito, não somos anjinhos, temos defeitos, cometemos erros, fazemos e dizemos coisas indevidas. No entanto e isso para mim é claro, as culpas maiores pertencem e sem qualquer dúvida, ao Benfica/clube do regime. É este estado lampiânico, estes peões de brega, esta propaganda terrorista made in estádio da Luz, junto com uma comunicação social que, como sistematicamente se prova, ora extrapola ora branqueia ao sabor dos interesses do clube do regime, o principal responsável por este clima tenso que leva a posições radicais e merecedoras de censura. Por isso, repito: querem alterar este estado de coisas? Comecem pelo clube dos seis milhões. Se persistirem neste de culpar o F.C.Porto de tudo que de mau acontece, como nós nunca daremos a outra face, as coisas não vão mudar.