Vencer a Volta às Astúrias, prova em que esteve presente um dos melhores ciclistas do mundo, o colombiano Nairo Quintana, é um feito que merece realce. Parabéns, Raúl Alarcon

Luís Filipe Vieira foi à Casa do Benfica de Grândola e discursou. Melhor dizendo, voltou a vestir a casaca de Leitor e leu o papel que lhe colocaram à frente - sim, como é que alguém que não sabe escrever duas linhas, é capaz de fazer um discurso? 
Não vou esmiuçar o discurso, é tipo cassete, é mais uma tentativa canhestra do Leitor e de quem lhe preparou o discurso para dar uma imagem que não resiste ao mais simples contraditório, uma tentativa falhada de dar um imagem completamente desfasada da realidade do que é actualmente o Benfica/clube do regime e o nível de quem o dirige. Mas vou pegar nalgumas partes e provar que o Leitor e quem lhe prepara os discursos, deve pensar que comemos gelados com a testa, mas não comemos. 

Diz o Leitor:
«Chegou a hora dos órgãos que dirigem o futebol português assumirem de forma clara a necessidade de se adotarem regras mais rigorosas e transparentes que protejam a indústria do futebol. Queremos, e precisamos, de uma disciplina desportiva em que as suas decisões sejam respeitadas e não impunemente desafiadas, que estabeleçam uma justiça célere com regras duras e punitivas - que a todos obriguem a necessária reserva - em defesa de todos os agentes desportivos.»
 
Lindo, brilhante, temos de nos preocupar e proteger a indústria do futebol. Como é fácil falar quando se está por cima, quando se ganha, quando corre tudo bem para o nosso lado. O pior é quando as coisas correm mal, aí soltam-se todas as feras, recorre-se a tudo que está ao nosso alcance, apela-se aos freteiros, recadeiros e prostitutos ao serviço do Benfica, pega-se fogo ao campeonato, boicotam-se jogos, troféus, provocam-se Secretários de Estado e Ministros. Depois, não só se é incapaz de dar mérito a quem vence, como despudoradamente, atribuem-se os títulos dos rivais a tributos dos árbitros, fala-se em campeonatos viciados, mesmo quando se fica... a 26 pontos do 1º lugar!

Lindo, brilhante, queremos uma disciplina desportiva que seja respeitada. Passando por cima do facto de nunca uma decisão disciplinar ser acatada lá para as bandas de Carnide, qualquer decisão é sempre colocada em causa e de forma veemente, como é exemplo o castigo ao Leitor, é óbvio que uma disciplina que mantém a jogar um jogador que agride, não é castigado, volta a agredir e continua a jogar, enquanto outros são vítimas e ficam de fora, em situações muito duvidosas e protagonizadas por gente que é capaz de mentir descaradamente, é uma disciplina que interessa ao Leitor.

Continuando a citar o Leitor:
«Só assim conseguiremos prestigiar o futebol português e evitar que se crie um clima diário crispado e de permanentes casos que só visam desviar as atenções de sucessivos falhanços e objetivos não atingidos... Temos assistido de tudo um pouco, desde de quem sonhava com um regresso ao passado de triste memória, a alianças que hipotecam as suas próprias ambições desportivas, tudo servindo, afinal, para se evitar enfrentar de frente os motivos porque se falham objetivos constantemente. Não percebendo que estão a prejudicar o que mais deviam proteger e valorizar - que é este desporto único e fantástico.

Lindo, brilhante, claro que agora temos de comer e calar, ficar em silêncio, não podemos contribuir para um clima crispado; claro que agora são tudo desculpas para desviar atenções; claro que agora devíamos proteger este desporto único e fantástico. Exactamente como faz sempre o Benfica, não é Leitor e quem lhe prepara os discursos? Dar um murro na mesa? O que é isso, não podemos nem devemos, esse é um exclusivo do Benfica/clube do regime, mesmo que seja, vejam bem, à 4ª jornada de um campeonato, como aconteceu na temporada 2010/2011. Agora, apesar de todo este despautério, para o Leitor e quem lhe preparou o discurso, ao F.C.Porto só restava ficar mudo e quedo, mesmo que ande a ser prejudicado constantemente e desde o início da época. F.C.Porto tinha de ficar quietinho e caladinho, mesmo quando vê critérios dos homens do apito e seus auxiliares completamente antagónicos, absurdos e escandalosos. Sim e os exemplos são tantos e tão notórios que nem seria preciso enunciá-los. Mas Maxi Pereira de azul e branco versus de encarnado - a este propósito, compare-se a reacção do portismo, unânime a dizer que o vermelho ao uruguaio em Chaves foi bem mostrado, com a do benfiquismo acerca da entrada de Luisão às pernas de um adversário, no caso do Moreirense; penálties a favor ou contra o clube do regime e não só, versus a favor ou contra o F.C.Porto; faltas de respeito grosseiras para com os árbitros, em que uns até podem crescer para eles sem que nada aconteça e os Dragões à mínima reacção são logo penalizados, são três dos muitos exemplos que podia citar para mostrar que há muitas razões para o F.C.Porto falar, mesmo que as reacções a Norte não tenham nada a ver com as poucas vergonhas das reacções a Sul.

Já quando o Leitor, através de quem quem lhe preparou o discurso, diz: desde de quem sonhava com um regresso ao passado de triste memória, aqui, confesso, estou com o Leitor e com quem lhe preparou o discurso. De facto, uma Taça dos Campeões Europeus e uma Champions, uma Taça UEFA e uma Liga Europa, duas Taças Intercontinentais e um Supertaça Europeia, tudo a cores, é muito murro no estômago dos benfiquistas, arrasa com os nervos de qualquer um, obviamente, remete para um passado de má memória.

Haveria muito mais para contestar, mas para não os maçar mais, cito a última pérola que colocaram para o Leitor ler:
«Falei uma única vez no último ano sobre as provocações quase diárias porque não podíamos calar mais a indignação. E não deixa de ser surpreendente que os apelos à serenidade do presidente da Liga só tenham ocorrido agora. Esteve demasiado tempo em silêncio, como que pactuando com o crescente clima de intimidação e crispação que alguns quiseram trazer para o futebol português, perdendo oportunidade e autoridade ao apenas falar agora.
Mais do que nunca, o que peço a todos os Benfiquistas é que só falem do Benfica, falem do que verdadeiramente interessa, da luta pelo Tetra, pela Taça, dos golos que se marcam e do respeito pelos nossos adversários. Mas, verdadeiramente, é dentro do campo que damos a nossa melhor resposta, e por isso, para o futuro vamos deixá-los a falar sozinhos. E fiquemos com o exemplo dos profissionais pela forma digna como disputaram o último dérbi e pelo convívio exemplar a que pudemos assistir entre eles esta semana.»

Lindo, brilhante, o Leitor só falou uma vez, mesmo sendo constantemente provocado. Também nesta parte o Leitor e quem lhe preparou o discurso, merecem as devidas vénias. Primeiro, porque o Leitor e quem lhe preparou o discurso, sabem que não é preciso o Benfica falar muito, expor-se institucionalmente, neste país de cartilhados, vendidos, guerras e delgados, pinhas e pinhões, chouriços e afins, há muitos sempre dispostos a fazer o trabalho sujo para que Vieira e os seus colegas façam figuras de bons rapazes.
Segundo, porque Vieira, como se viu na zona mista de Alvalade, após o derby da Segunda Circular, quando abre a boca é um desastre, só diz porcaria, mostra o seu verdadeiro e baixo nível, mostra à saciedade que é um bronco na verdadeira acepção da palavra.

Termino deixando um conselho ao Leitor:
É bom que o Leitor não se esqueça que neste Portugal dos pequeninos, ser presidente do Benfica dá sempre muito tempo de antena, muita badalação, muitas palmadinhas nas costas, muito protagonismo, muitas capas de jornais. Mas tanto dá ao mais sério dos cidadãos, como a ladrões e a vigaristas.
  
Nota final:
Depois de começar a preparar o Rio Ave - Benfica com a devida antecedência e ter colocado o vilacondense Gil Dias na rota do clube do regime, o panfleto da queimada continua na sua cruzada, agora é o treinador Luís Castro que está de saída, vai para Chaves na próxima época, dizem eles. Mas como não se pode facilitar, também é preciso preparar o jogo seguinte, aí está Pedro Martins na jogada, dizem os artistas que o treinador do Vitória S.C. pode deixar o Castelo no final da temporada.