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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

50 quê? Falemos de coisas sérias...

Sinceramente, vale a pena falar do comportamento da equipa, de um treinador que sabíamos não ter papas na língua, um discurso forte, um discurso que é antítese daquele discurso redondo, cinzento, recheado de frases feitas e lugares comuns de alguns dos seus antecessores, mas estávamos na expectativa acerca do resto - como montava a equipa, qual o modelo, sistema, se ao fim de algum tempo já se notava o dedo do treinador, uma marca positiva, etc. - e o resto tem sido um notório entusiasmo e um aumento de expectativas que não era previsível, até porque só houve uma aquisição e que não é reforço - Vaná vai, em princípio, ser o terceiro guarda-redes -, quando todos os dias somos confrontados com notícias que nos mostram um polvo tentacular, uma promiscuidade e um compadrio que é cada vez mais escandaloso?

Vem isto a propósito desta decisão do TAD. Não sou jurista, mas esta decisão parece-me surrealista, abre um precedente ao nível do que acontecia no passado, altura em que jogadores, com contrato livremente assinado, rescindiam e ficavam livres com argumentos tão simples como, não tenho condições psicológicas para jogar nesse clube. Era assim, não estou a exagerar. Então o jogador do Varzim não tinha salários em atraso, não foi colocado à margem do grupo e porque não foi utilizado durante algum tempo, isso é razão para rescindir com justa causa? Porquê? Por uma razão e que para mim não deixa dúvidas: do outro lado está o clube do regime, o clube da impunidade, o clube que é um caso à parte no desporto português em geral e futebol em particular, um clube que goza de privilégios que mais nenhum outro goza, beneficia de um verdadeiro regime de excepção. Como se combate isto? Combatia-se se neste país existisse uma imprensa livre, descomprometida, sem vendilhões do templo, cartilhados, lambe traseiros, freteiros e recadeiros, uma imprensa salvo raríssimas excepções, capturada pelo clube do regime. Combatia-se com um Porto à moda antiga, um Porto de luta, um Porto capaz de abanar as estruturas do poder ao mais alto nível, Presidente da República e Governo, se necessário. Mas e esse é o drama, esse Porto que sempre teve em Jorge Nuno Pinto da Costa o seu rosto e a sua voz, pelas razões conhecidas e não apenas agora, em que o presidente está em recuperação de um acidente grave, já não é o mesmo. Sem esquecer que o Porto Canal, salvo os conteúdos F.C.Porto e em muito poucos programas, nem cócegas faz.
No actual futebol português, é manifesto, não há verdade desportiva e assim... só um Super-Porto pode ter sucesso neste futebol dominado por um estado lampiânico.


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