quinta-feira, 3 de agosto de 2017
O F.C.Porto fez ontem em Barcelos e frente ao Gil Vicente, o último jogo de uma pré-época. Venceu com justiça, mas não jogou bem. Concordo com Sérgio Conceição, também para mim foi a exibição menos conseguida, pelo menos dos jogos que vi. E aqui abro já um parênteses para dizer o seguinte: só tenho de me congratular com declarações do treinador do F.C.Porto. Há atenuantes, claro que há, muitas, não podemos dissociar a fraca qualidade do jogo dos Dragões, do cansaço acumulado e principalmente do facto de vários dos jogadores utilizados terem jogado também de manhã e frente a uma equipa da 1ª Liga, no caso o Paços de Ferreira. Mas não vem mal nenhum ao mundo, nem cai nenhum parente na lama, se o treinador do F.C.Porto e na análise ao jogo, disser que não viu branco, viu cinzento e preto. Esta, para mim e digo-o há anos, é a postura correcta, estava cansado de ouvir treinadores no final dos jogos com discursos que me faziam duvidar se tinha visto o mesmo jogo, se o vinho do tasco, em vez de melhorar com o tempo, está a piorar, azedar. Isto é, em vez de perceber mais uma bocadito da coisa da bola, estou a perceber cada vez menos.

Se alguns dos jogadores não são capazes de aguentar estas críticas objectivas, construtivas e para o bem deles, então estão no clube errado. Com este treinador não vai haver cinismos, hipocrisias, se algo não estiver bem... ele vai dizer...

O F.C.Porto alinhou com José Sá, Ricardo, Felipe, Marcano e Layún, André André (Herrera aos 63 minutos), Óliver (Sérgio Oliveira 63) e Otávio, Hernâni (Maxi 63), Marega (Rafa 63) e Soares.
Se a exibição, na globalidade não foi famosa, a primeira-parte foi pior do que a segunda. Razões? Para além das referidas anteriormente e que servem de atenuantes, também o golo de Soares, iam decorridos apenas 3 minutos, contribuiu para algum relaxamento. Disso se aproveitou um Gil Vicente motivado, disponível, atrevido e com as linhas muito próximas, que pressionando e saindo com algum critério, criava dificuldades à equipa de Sérgio Conceição. E como ao Dragão faltava a dinâmica e a pressão dos últimos jogos, o ritmo era baixo, os gilistas iam equilibrando, ameaçaram aos 21 e 27 minutos - bola no poste e perto do poste de José Sá -, marcaram, empataram e colocaram justiça no resultado aos 29 - Ricardo não saiu para o fora-de-jogo... A reacção do F.C.Porto foi tímida e se é verdade que por Soares, duas vezes e André André, uma, o conjunto da Invicta teve algumas possibilidades de marcar, contra nenhuma dos de Barcelos, o resultado ao intervalo era justo. Penalizava o mau jogo da equipa de Sérgio Conceição, era um prémio para o bom jogo do Gil.

Se, como se viu, colectivamente o F.C.Porto deixou a desejar e individualmente, ninguém sobressaiu, Hernâni abusou, passou completamente ao lado do jogo. E não melhorou nada nos 18 minutos que esteve em campo após o intervalo.
Não quero ser definitivo, há jogadores para quem as pré-épocas são muito dolorosas e por isso demoram a recuperar do esforço, tardam em ficar em forma. Mas Hernâni tem feito pouco, na mesma linha do que tinha feito na pré-época anterior, para agarrar a(s) oportunidade(s).
Quatro foras-de-jogo mal assinaladas ao ataque do F.C.Porto, em 45 minutos, é muita fruta...
Notas finais:
Agora há quase uma semana até ao jogo frente ao Estoril, as cargas, vão, naturalmente, abrandar, o cansaço vai diminuir, o grupo ficará mais solto, mais fresco física e mentalmente, em condições de entrar com o pé direito no campeonato.
De registar mais um grande número de adeptos do F.C.Porto, com a juventude a predominar, a acompanhar e apoiar a equipa. Os indícios são bons, tudo se conjuga para que a onda azul e branca vá estar em todo o lado.