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terça-feira, 17 de outubro de 2017


Não é difícil escrever a história deste jogo: os alemães foram melhores em todos os capítulos do jogo, venceram com toda a justiça, o F.C.Porto pode dar-se por muito feliz por apenas ter perdido pela diferença mínima.

Que a entrada de José Sá no lugar de Iker Casillas foi uma grande surpresa, foi, quando soube a equipa tive um sentimento semelhante ao que tive em 1996/1997, altura em que num Sporting - F.C.Porto, o treinador da altura, António Oliveira, optou por Hilário, o suplente que nunca tinha sido utilizado na equipa principal, se não estou em erro. Mas tirando a má abordagem no lance do 1º golo do Leipzig - antes dele errou um desastrado Layún. Falarei dele mais à frente -, não foi por José Sá que o gato foi às filhoses. Não, foi porque a equipa da casa teve mais qualidade, intensidade, organização, foi mais rápida sobre e com bola, impôs um ritmo que o F.C.Porto foi incapaz de contrariar, construiu várias situações de perigo, com mais critério e mais eficácia, podia ter marcado mais dois ou três golos. Já o F.C.Porto, pelo contrário, não foi nada. Uma defesa que abanava por todos os lados e que cometeu erros primários; um meio-campo que não marcava, não filtrava, não organizava, não construía; um ataque inexistente, que não pressionava, não segurava, não rematava, apenas quando a bola chegava a Brahimi e este não exagerava, a equipa conseguia chegar à frente, mesmo que com perigo relativo.

Com uma exibição desastrada nos 45 minutos iniciais, sem nunca conseguir ter bola para atacar e incapaz de sair com assertividade quando tinha espaço para o contra-ataque, a equipa de Sérgio Conceição apenas criou uma verdadeira oportunidade de golo - na 2ª, nem isso -, pode dar-se por muito feliz por ter recolhido aos balneários a perder apenas pela diferença de um golo. Nem o facto de ter conseguido empatar sem ter feito alguma coisa para o merecer, num lançamento de linha lateral que acabou num golo de Aboubakar, motivou e catapultou o conjunto da Invicta para uma melhoria exibicional que se manteve a níveis muito baixos.
Resumindo, se não fosse o golo de Marcano, mais uma vez de bola parada e contra a corrente do jogo, num lance que mostrou as debilidades defensivas dos alemães que o F.C.Porto nunca aproveitou, a diferença podia ser de dois golos e que seria o corolário da superioridade da equipa de Leipzig.

Para a 2ª parte, o F.C.Porto veio com os mesmos jogadores e melhorou um pouquinho, mas raramente chegou à frente com a qualidade necessária para causar grandes calafrios à defesa alemã. E se do lado esquerdo, o lado em que os alemães eram melhores, Brahimi  - e depois Corona -, com a ajuda de AlexTelles - um dos poucos que escapou à mediocridade geral -, ainda conseguiu criar desequilíbrios, incomodar, do lado contrário a um Marega muito mal, juntou-se um Layún que para além de ser um desastre a defender, no ataque, mesmo sozinho e à vontade, nunca foi capaz de colocar a bola no sítio certo - sinceramente, se Ricardo estava no banco e portanto podia jogar, optar pelo mexicano é, para mim, incompreensível.
Vendo que era preciso mexer e impossibilitado de tirar meia equipa, o treinador do F.C.Porto retirou Sérgio Oliveira e meteu Óliver, iam decorridos 58 minutos, mas as melhorias foram poucas. Apesar de nessa altura o RB Leipzig já ter baixado o ritmo, estar menos intenso e mais preocupado em gerir, foi sempre melhor e mais perigoso, esteve mais perto de marcar do que sofrer, ao contrário do F.C.Porto que continuou longe de fazer o que era preciso para empatar. E se Corona entrado ao minuto76, fez bem e manteve naquele lado um nível aceitável, o lado direito continuava incapaz de fazer o mínimo - dizer que devia ter continuado Brahimi na esquerda, saído Marega e Corona entrar para a direita, é fazer prognósticos no final do jogo, mas com ao maliano tão mal... Ainda entraria Hernâni, mas nem deve ter tocado na bola. E o jogo acabou sem que o F.C.Porto estivesse num forcing final a procurar o 3º golo.
Concluindo, vitória da melhor equipa, que até podia ter sido por uma diferença superior, exibição  abaixo das expectativas do conjunto de Sérgio Conceição, quer sob o ponto de vista individual quer colectivamente

Notas finais:
Estes jogos após os compromissos com as selecções, pelo desgaste e pela alteração de chip, são sempre complicados e como os alemães treinaram para o jogo de hoje em Dortmundo e o F.C.Porto frene ao Lusitano, foi notória a diferença de andamento.

Com a vitória de Besiktas no Mónaco, os turcos têm pé e meio nos oitavos-de-final, está tudo em aberto para o outro lugar que dá apuramento. No dia 1 de Novembro se saberá mais alguma coisa, mas para vencer estes alemães, vai ser preciso uma versão do melhor Porto.

Mais um grande apoio dos adeptos do F.C.Porto. A equipa vai jogando umas vezes bem, outras assim assim, outras, como aconteceu hoje, mal, já os adeptos estão sempre a um nível elevado.
 

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