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quinta-feira, 8 de março de 2018


Nota de abertura:
Este post vai ser longo, tipo telenovela e é sobre toupeiras, ratos de esgoto e jornalismo de sarjeta.

Não é só no desporto, futebol em particular, que isso é notório, se ultrapassam todos os limites, mas deixemos de lado essa parte, abordemos só a questão do futebol à luz dos últimos acontecimentos.
É muito difícil para um clube, no caso o F.C.Porto, que não é da capital do império centralista, nem se arvora em ser o mais maior, melhor, grande clube português, ter três ou quatro vezes mais adeptos dos que tem na realidade, lutar contra os poderes instalados e mais especificamente, contra uma comunicação maioritariamente desonesta, sem isenção, ética, rigor, equilíbrio e equidistância, capturada pelo polvo vermelho e repleta de benfiquistas incapazes de despir a camisola. Tão desonesta e sectária, que ora omite, branqueia ou extrapola, sempre a favor dos intereses do mesmo, o SLB, clube do regime.
Na chamada operação e-toupeira, a forma como o assunto tem sido abordado cheira tão mal que sem usar máscara é difícil de aguentar o cheiro.
A SIC por exemplo, até foi desenterrar um dinossauro, Joaquim Letria, e lá estava ele, para deleite da manada, a sacudir para canto, reduzindo tudo a nada, ao mesmo tempo que colocava todo o enfoque no portismo de Paulo Gonçalves - sobre essa faceta do responsável jurídico do clube do regime, Letria não foi o único. Não, foi um corrupio, até parecia ou era mesmo, coisa de janela opaca? O ministro da propaganda de Hitler, não faria melhor.

Mas se na SIC foi assim - não, não vou dizer nada acerca da intervenção do inenarrável Jorge Baptista, no mesmo canal, a máscara não filtrava e tinha de parar por aqui e isto hoje vai ser um post longo... -, na TVI ainda foi pior, as peixeiradas em defesa do indefensável, ultrapassaram todas as linhas vermelhas, e, sinceramente, não compreendo, melhor, lamento que algumas pessoas sérias se prestem a colaborar nessa bandalheira. Dizer que aquilo que se faz na TVI é jornalismo, é brincar com o pouco jornalismo sério que ainda se vai fazendo aqui e ali.
Na outrora chamada televisão da igreja, essa figura sinistra, esse mentiroso compulsivo e cartilheiro-mor, mas principal rosto da propaganda do actual Benfica, uma espécie de ministro da propaganda do Iraque, vestiu a pele de maestro da banda do Titanic e a espumar-se como quem tinha acabado de correr uma maratona, fez a defesa acérrima de Vieira e Paulo Gonçalves, soltando porcaria pela boca fora. Do muito que ele disse, há pelo menos duas pérolas dignas de compêndio. Uma: "Haja decência, não pode valer tudo no jornalismo." A outra: "Luís Filipe Vieira sempre disse que não contassem com ele para ganhar a qualquer preço, à custa de jogadas e de esquemas fora da legalidade." Sem comentários. O pior é que ele diz isto, junto com outras barbaridades semelhantes e os apresentadores dos programas, limitam-se a abanar a cabeça.

Como seria fastidioso continuar, apesar de haver muita matéria para isso e seriam precisas várias páginas, apenas mais um exemplo.
Hoje no noticiário das 9:00 horas na Antena 1, rádio pública, sublinhe-se, editado por Nuno Rodrigues, o caso e-toupeira foi abordado. Foi ouvido o advogado de José Silva sobre a prisão preventiva do seu constituinte e depois o jornalista remata o assunto assim:
Paulo Gonçalves saiu em liberdade, mas está impedido de contactar os outros quatro arguidos. Não é mentira, mas Nuno Rodrigues omitiu os factos mais relevantes e que são: Paulo Gonçalves está indiciado de cinco crimes, quatro de violação do segredo de justiça e um de corrupção activa.
Isto não deve acontecer e no jornalismo sério e competente que é o que se espera do jornalismo na rádio pública, muito menos. Não se podem dar meias notícias, omitindo aquilo que é o mais relevante e importante, por muito que isso seja desagradável para os interesses do SLB.

Dados alguns exemplos sobre a forma como a operação e-toupeira foi tratada, vamos a falar de outras coisas, ainda mais relevantes.
Durante muito tempo e como dizia um comentário do Ribeiro DeepBlue deixado no blog:
Primeiro os e-mails não existiam; depois eram falsos; depois, alguns eram verdadeiros, mas a maioria eram falsos; depois eram verdadeiros, mas não estavam a ser investigados; depois estavam a ser investigados, mas tinham sido obtidos de forma ilegal; depois já não interessava a legalidade, pois não havia arguidos; depois havia arguidos, mas nenhum era do SLB; depois havia arguidos, mas apenas pelo facto de serem advogados.
Resumindo, era tudo uma mão cheia de nada. Foi essa a mensagem que os cartilheiros, freteiros, recadeiros e alguns prostitutos da escrita e da palavra tentaram passar, João Correia, advogado do Benfica disse e repetiu, o mesmo discurso, muito a custo lá deixou cair, pode haver ali tráfico de influências, mas nem isso.
Agora, sabendo o que sabemos da operação e-toupeira, uma pergunta se coloca:
Qual a razão para que Paulo Gonçalves montasse uma teia dentro da máquina judicial, suspeita de práticas ilegais - corrupção activa, passiva, violações do segredo de justiça, etc. - para ter acesso e informações sobre como estavam a decorrer as investigações dos processos que envolvem o clube da Luz, se no chamado caso dos e-mails não há nada?
Outra pergunta:
Se um dos arguidos, Júlio Loureiro, para além de outras coisas, foi observador de árbitros, alguém que com uma nota muito negativa colocou o ex-árbitro Marco Ferreira na segunda-categoria e sabendo o que se sabe do processo do ex-juiz madeirense - desde os telefonas de Vítor Pereira sobre os cuidados a ter em jogos do SLB, até a ida à Luz para perguntar a Luís Filipe Vieira, o que passou-se? -, será que isto são apenas coisas simples, nada de importante, trata-se de simples violações do segredo de justiça e isso em Portugal é rotina?
Não, não e não, há ali muita matéria. E como tenho o dever de acreditar na justiça, espero que se faça justiça e a justiça consiga estar acima de qualquer ruído, mesmo daquele mais incomodativo e de todas campanhas de intoxicação levadas a cabo pelos peões de brega ao serviço do Benfica.

Só posso rir quando oiço e leio coisas do género: porque continua Pedro Guerra na BTV?
Ou, como é possível que Paulo Gonçalves ainda seja funcionário do Benfica?
Será que devo dizer: santa ingenuidade?
- Ó meus amigos, é simples: Luís Filipe Vieira está metido nisto até ao pescoço, preso pelo rabo...

Bagão Félix, cartilheiro, papa-hóstias e rato de sacristia, anda muito nervoso, desorientado, tanto que não se contém e solta umas pérolas dignas de um Pedro Guerra, ou nem tanto, talvez de um Hugo Gil seja mais apropriado. Diz o papa-hóstias:
"São patológicos o ódio e a raiva (não encontro, infelizmente, palavras mais suaves) que a espúria coligação Alvalade-Dragão evidencia sobre o SLB." rebéu béu béu, pardais ao ninho, "tudo se deve à força inquebrantável do Benfica", rebéu béu béu pardais ao ninho, "veja-se a atitude dos seus adversários em campo e como os jogadores de qualquer equipa sonham bater o Benfica."
Com o Benfica - Marítimo ainda tão presente, esta matou-me. O cartilheiro anda mesmo perdido.
E como prova que o Janela continua activo, lá estavam as queixas contra a arbitragem no jogo de Hóquei em Patins entre o Valongo - Benfica - vai uma aposta como Sílvio Cervan, o conhecido Noddy Taxista, amanhã também vai falar do Hóquei? - e as poucas faltas do G.D.Chaves frente ao F.C.Porto.
E as faltas do Tondela frente ao SLB, será que não surpreenderam o rato de sacristia, pergunto eu?

Sendo António Araújo, o empresário que roeu a corda ao F.C.Porto e levou Rafa para o Benfica, o empresário de Fábio Pacheco, jogador do Marítimo e que está impedido de treinar, acusado de não ter dado tudo na Luz frente ao Benfica, seria curial, sério, eu colocar uma foto de Araújo com Vieira e especular sobre o assunto? Será que a lixeira desportiva da cofina e o chiqueiro da queimada iam dar o mesmo destaque que deram a um césar qualquer, como aconteceu com um jogador do Estoril e o seu empresário? Estaria em causa a verdade desportiva desse jogo ou continuaria a ser apenas uma serenata à chuva?
São perguntas pertinentes que eu, mesmo sendo apenas adepto do F.C.Porto e não sendo jornalista, nem tendo as obrigações e os deveres que eles têm, coloco. Mas não precisam responder...

Jornalismo de sarjeta.
Os adeptos do F.C.Porto tiveram antes, durante e depois do jogo de Liverpool, um comportamento exemplar, reconhecido por todos.
Antes, porque apesar da eliminatória ter ficado resolvida após o jogo da 1ª mão, foram capazes de se mobilizar, estiveram mais de três mil em Liverpool. Antes, também, porque não não só não criaram problemas às autoridades inglesas, como conviveram com elas naturalmente, ao ponto de contagiarem polícias que aderiram à festa.
Durante, porque sem hipóteses de ver a sua equipa dar a volta a um resultado extremamente negativo, nunca se cansaram de apoiar, tanto que até obrigaram os ingleses a calarem-se, num silêncio que mais não foi que uma manifestação de respeito por tanta paixão clubística.
Depois, porque no final do jogo voltaram a fazer ouvir bem alto a sua voz, como que dizendo à sua equipa, olhemos em frente, só queremos o Porto campeão!

Como prova desse comportamento, no final do jogo e ao contrário do que acontece normalmente, em que têm de ficar perto de uma hora à espera para saírem, receberam autorização para abandonar Anfield Road passado muito pouco tempo após terminar a partida.
Nos sites dos jornais ingleses, nas redes sociais ou em amenas cavaqueiras entre adeptos que se cruzaram, o comportamento dos portistas foi considerado exemplar, recebeu muitos elogios.
Mas porque no meio da esmagadora maioria dos adeptos, houve um ou outro que soltou umas frases anti-SLB, durante o minuto de silêncio, o chiqueiro da queimada, esse antro cada vez mais malcheiroso, deu mais importância à excepção que à regra, aproveitou para zurzir, fazer disso um caso acirrar ânimos.
É uma provocação reles e ordinária, uma grande falta de respeito. Mas é pior que tudo, é fomentar o tal clima de ódio que eles dizem condenar, mas que depois alimentam com este tipo de notícias.
Pode ser que o senhor presidente e o treinador Sérgio Conceição, que e muito justamente, tanto elogiaram os adeptos, depois de mais esta provocação, finalmente reajam, tomem providências contra estes rafeiros.

Nota de rodapé:
Ver o presidente do Benfica, com ar todo risonho, como se não tivesse nada a ver com o que se está a passar, leva-me a terminar repetindo uma célebre frase de Abraham Lincoln:
Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo...

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