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quarta-feira, 10 de maio de 2017


Não queria falar agora do Nuno Espírito Santo(NES), mas vou ter de falar...
Como sabem os que frequentam o tasco, NES não era o meu preferido para treinar o F.C.Porto - disse na altura que era Leonardo Jardim e esse agora nem deve querer ouvir falar num regresso ao futebol português -, nem o da esmagadora maioria dos portistas - ver quadro ao lado. É uma pequena amostra, mas é significativa. NES nem constava, mas havia a hipótese OUTRO que teve 4% e não devo estar errado se disser que muitos desses 4% não era no actual treinador que estavam a pensar... até nisso Nuno teve sorte, não sendo alguém que entusiasmasse, foi recebido de braços abertos, teve nos jogos sempre e não apenas na parte final, um grande apoio dos portistas, em particular das claques.
Mas como não concebo que haja portistas que torçam para que corra mal, só para poderem bater e dizerem que tiveram razão antes do tempo, todos ficamos a torcer pelo sucesso de Nuno Espírito Santo. Seria bom para o portismo, seria bom também para NES. Vencer o título em condições difíceis, ser o treinador que quebrava o ciclo negativo, evitava o tetra e o desígnio nacional e bafiento do clube do regime, dava-lhe uma grande moral, seria um grande passo em frente, uma garantia de ficar no coração do portismo, com o que tudo isso significa numa carreira que ainda começou há pouco tempo. Seria e isso é importante dizê-lo, um alívio para quem apostou nele, apetece dizer, à revelia de todos aqueles e eram uma grande maioria, que apostavam noutro treinador. NES falhou - já  seguir tentarei explicar porque acho que falhou - e voltou a falhar Jorge Nuno Pinto da Costa.

Há momentos que marcam épocas e treinadores. Por exemplo, quando um diz, numa situação complicadíssima: Calma, não festejes já que isto ainda não acabou, vamos a Atenas para vencer o jogo e passar a eliminatória.
Mourinho, depois do F.C.Porto ter perdido nas Antas e nos quartos-de-final da Taça UEFA, frente aos gregos do Panathinaikos, por 1-0. A tarefa era complicadíssima, o histórico do F.C.Porto frente a equipas gregas, na Grécia, não era nada bom, jogar em Atenas era um inferno, estávamos em desvantagem na eliminatória, os gregos tinham uma excelente equipa, base da selecção que venceu o Campeonato da Europa de 2004 disputado em Portugal. Recordo também e estou a repetir-me, porque já disse isto aqui no blog, que mesmo na hora da derrota no jogo da 1ª mão, Mourinho aproximou-se na Curva Sul e transmitiu crença, determinação e confiança, tanta que no jogo seguinte os Super-Dragões tinham uma tarja que dizia: Se vocês acreditam, nós também acreditamos!
O que aconteceu? Pois, chegamos lá, calamos os gregos, vencemos por 2-0, seguimos para as meias-finais.
Para aqueles que possam dizer: Nem todos são José Mourinho, dou um exemplo bem mais simples e bem mais recente: Vítor Pereira, um mal-amado, desacompanhado interna e externamente, externamente, leia-se adeptos do F.C.Porto. Na época 2012/2013, o F.C.Porto saiu da Madeira, após empatar a 1 com o Marítimo, a 4 pontos do Benfica e a não depender apenas de si. Faltavam 7 jogos, entre os quais, um F.C.Porto - Benfica na penúltima jornada. Lembram-se de ter dito aqui: ninguém desiste, ninguém atira a toalha, vamos fazer o nosso dever e depois fazemos as contas? Se fizermos a nossa obrigação e mesmo assim eles ganharem, OK, paciência, mas nada ficará a pesar na nossa consciência? Pois é, vencemos sucessivamente Académica (Fora) Braga(Casa), Moreirense(F), Vitória de Setúbal(C), Nacional(F)... nessa jornada o líder empatou com o Estoril, ficamos a 2 pontos, a depender apenas de nós. Fizemos a nossa obrigação, vencemos o clube do regime, depois em Paços de Ferreira, fomos campeões.
Nuno, que teve sempre aquilo que Vítor Pereira não teve, um apoio total da estrutura e toda a tolerância dos adeptos, depois de já ter falhado no jogo frente ao Vitória de Setúbal e ficado contente com o empate na Luz - não o critico por isso, empatar na casa do clube do regime não é um mau resultado... -, apontou para os jogos que faltavam e disse: se vencermos os jogos todos somos campeões. OK, não disse, em condições normais vamos vencer, mas em condições anormais também vamos vencer, mas o que aconteceu? Aconteceu que na hora da verdade, nos jogos decisivos, não ganhou os que tinha de ganhar. E, para mim, é isto que marca, faz a diferença, a diferença entre estabelecer objectivos e cumpri-los e não cumprir. Pior, NES nunca foi capaz de sair de um discurso baço, redondo, repetitivo, politicamente correcto. E quando era preciso chama, alma, crença, um discurso que transmitisse confiança, motivasse, empolgasse, galvanizasse, conseguisse levar as tropas à transcendência e não digo, mobilizasse, porque os portistas mobilizaram-se como nunca durante esta época, numa onda azul que fez com que alguns estádios tivessem as melhores assistências em jogos frente ao F.C.Porto, não houve nada disso, a equipa e NES falharam rotundamente - não falo sobre a qualidade de jogo, tácticas, modelos, opções, substituições, da forma como a equipa conjugava a vertente defensiva com a ofensiva, etc. etc., sobre isso fui falando jogo a jogo.

Depois disto, é lógico que se coloque a questão: deve NES continuar ou sair? Para dar a minha opinião sobre a continuidade ou saída de NES, primeiro tenho de esperar para saber, espero que pela voz do senhor presidente, o balanço da época, o que queremos desportiva e financeiramente para o futuro? Não vemos treinos, não sabemos se se treina bem, como se preparam os jogos, se há empatia total entre NES e os jogadores ou se quem joga acredita em quem treina. Agora sabemos, por exemplo, e esta questão para mim é fundamental: faz sentido estarmos numa luta sem quartel contra um polvo gigantesco e com tentáculos espalhados por todos os lados e depois ter no banco alguém calculista, preocupado com a imagem ou sendo mais ponderado, moderado, bonzinho, alguém que não tem feitio para dar a cara nesta luta desigual contra o estado lampiânico?
Resumindo: a cada ano que passa e títulos nem vê-los, a pressão aumenta num clube que ganhou muito e durante muito tempo. E com a pressão a aumentar, tem NES estaleca para ser o tal treinador? Este NES não me parece ter. Mas eu penso enquanto adepto, o presidente e a SAD tem de pensar para além disso. Para mim não ganhar o título, principalmente porque era bem possível, é um desastre. Mas para presidente e SAD, conseguir o segundo-lugar e a entrada directa na Fase de Grupos da Champions, pode ser cumprir os objectivos.
Por isso, repito, tudo vai depender do que se pretende para 2017/2018, sabendo que nessa temporada só o título dá entrada directa na fase de grupos da Champions, o 2º lugar nem aos play-off dá direito, o 3º vai para a Liga Europa. Talvez daqui a alguns dias, o máximo até ao final do mês, possamos ter as respostas para todas as nossas dúvidas.
Não posso deixar de dizer para terminar: esta época não esteve tudo mal, houve coisas bastante positivas e dinâmicas que devemos continuar a potenciar.

Notas finais:
No Universo Porto - da Bancada de ontem, para além da questão dos critérios dos árbitros, algo recorrente e de que já demos conta tanta e tantas vezes, houve uma questão que me deixou perplexo. Então na BTV o presidente da FPF é tratado por Nandinho das facturas? Tantos e tantos elogios a Fernando Gomes e depois na televisão do clube é esta conversa? Sobre Valdemar Duarte abstenho-me de falar. Era um vómito na RR, continua a ser um vómito agora. Mas diz muito sobre o que é a BTV...

Tadinho do palhaço Bambi...
A lixeira desportiva da Cofina, diz que Jonas, o conhecido palhaço Bambi, sente-se alvo de provocações. Ora aí está a explicação para o que aconteceu na Luz durante o Benfica/F.C.Porto. Nuno Espírito Santo provocou-o e o palhaço Bambi reagiu à provocação.
Estás a ver, Meirim? Vê se tratas de castigar o NES. Onde já se viu provocar o Bambizinho, aquele anjinho que não quebra um prato?

Última hora:
Para que se cumpra na plenitude a trilogia Fátima, Fado e Futebol, Salvador Sobral, no sábado, dia 13 de Maio e na final do Festival da Eurovisão, não vai cantar a canção Amar pelos Dois, mas sim a Casa da Mariquinhas.

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