Nota de abertura:
Fui leitor e comprador do jornal A Bola mais de 50 anos - como eu muitos portistas... -, conheço bem a sua história. Se sempre foi um jornal pró-Benfica, nunca foi esta nojeira que é de há muitos anos a esta parte...
A eminência parda que está a tratar de quem fica e quem vai para o despedimento colectivo na reestruturação levada a efeito pelos novos proprietários, em A Bola, está visto, não quer competência, independência, jornalistas sérios, isentos, equilibrados, com ética e deontologia. Quer lambe cus, cartilheiros, recadeiros, freteiros, facciosos, sectários, quer jornalismo com a camisola do Benfica vestida, cachecol ao pescoço e bandeira na mão e um ou outro chega rebos para servir de pau de cabeleireira. Quer manter a linha editorial que conduziu o jornal ao colapso. Não posso ignorar que a crise nos jornais, fruto dos novos tempos - agora a informação está ao alcance de um click, disponível também nas rádios e televisões...- é verdadeira, mas só quem anda muito distraído, não sabe nada da história do jornal, ou puro cinismo, é que pode pensar que é apenas por isso, nada tem a ver com uma linha editorial fanatizada, fundamentalista, um jornal que passou a existir só como caixa de ressonância dos interesses do Benfica, que branqueia, omite, ou extrapola para servir o clube da Luz.
Os cabouqueiros do jornal dão voltas no túmulo enquanto os coveiros, sem pudor e vergonha na cara, conseguem sair à rua sem um carapuço enfiado na cabeça.