Como a nossa cultura é a do sucesso e da exigência e não a da lamúria e da queixinha, mesmo sabendo que se fosse ao contrário, iriamos ter choradeira para várias semanas, recuso-me a falar e a culpar o árbitro pelo insucesso do F.C.Porto, prefiro concentrar-me nas culpas próprias e aí o principal réu é Jesualdo Ferreira.

Treinador timorato, que não arrisca, de contenção, que não age mas reage, o Prof. de Mirandela ainda não percebeu que não basta a teoria por muito bonita que seja, o que conta é a prática e a prática é GANHAR.

O F.C.Porto é BI-CAMPEÃO e como tal tem que se assumir, sem medo, sem receio, enfrentando os adversários olhos nos olhos, com um futebol virado para a frente, onde impere o génio e a criatividade e não uma equipa de contenção, de espera, a jogar no erro do adversário, com um meio-campo defensivo, de acção limitada, incapaz de fazer chegar à frente uma bola jogável. É sintomático, com 0-0, mas com o F.C.Porto claramente por cima no jogo, a primeira substituição é conservadora: saiu M.Cech entrou Kazmierczak.

Ainda a proposito do meio-campo como é possível a dispensa de Jorginho? O jogador brasileiro não é uma estrela, nunca foi um títular indiscutível, mas tem lugar de caras no plantel, o ex-setubalense tem velocidade e é dos poucos capaz de acelerar o jogo no último terço do campo. Dispensar o Jorginho e ficar com L.Aguiar é trocar o certo pelo incerto. Esta opinião é partilhada por muitos portistas com quem falo.

O campeonato está à porta, daqui a quinze dias voltamos a jogar com o Sporting, que definitivamente o Prof. tenha aprendido a lição (perder 3 vezes seguidas com o mesmo adversário seria o cúmulo) e coloque o F.C.Porto a jogar para ganhar, sem receio e sem medo.

Três notas finais: há quem diga que Jesualdo é um treinador sem sorte... a sorte costuma proteger os audazes e o técnico azul e branco é pouco audaz.

Diz o povo que quem tem medo compra um cão, o Prof. até nem precisa de comprar, pode sempre pedir emprestado o Bobbi ao Presidente.

Disse Jesualdo que depois do F.C.Porto seria a reforma; não queira Prof. ir para a reforma antecipada.