Populares Mês

quarta-feira, 5 de novembro de 2008



Hoje, na hora da verdade, o Dragão apareceu, mostrou a sua raça, o seu brio, a sua alma, recuperou de uma desvantagem injusta e com uma crença - por onde tem andado - que recorda o passado das grandes equipas portistas, recuperou, ganhou e deu um passo importante para atingir os seus objectivos: apurar-se para os oitavos-de-final, da mais importante prova do Velho Continente, a Uefa Champions League.
O jogo pareceu uma fotocópia do embate de há 15 dias no Dragão. Com um sistema em 4x5x1, que permite o domínio do adversário, para depois, em contra-ataques rápidos e bem elaborados, o tentar surpreender, os ucranianos tiveram a sorte, de no primeiro remate à baliza, marcarem um golo. O F.C. Porto, que entrou muito bem, dominou, e num remate de R.Meireles ao poste, teve uma excelente oportunidade de se adiantar no marcador, não acusou o toque, mas embora fosse dono da bola, nunca foi capaz de ser muito perigoso. A explicação está no facto de os dois laterais não subirem, e como os dois centrais, a quem se junta Fernando - às vezes dá a sensação de ter capacidades para ir mais à frente, mas não ter ordens para isso - também não o fazerem, os restantes jogadores - Lucho, Raúl, Tarik, Lisandro e Rodríguez - estiveram sempre rodeados de vários adversários, que ao defenderem praticamente, com dez atrás da linha da bola, não davam espaços e não permitiam grandes ameaças à equipa portista.
Na segunda-parte, com a entrada de Hulk - tem que ser titular sempre, mesmo que num ou noutro jogo, jogue mal - o F.C. Porto teve alguém capaz de levar a bola, de romper, de deslocar os defesas, de libertar Lisandro - trabalha muito, luta muito, mas não é o mesmo da época passada - e de obrigar o Dínamo, a abrir brechas, que raramente se notaram na primeira metade da partida. Empatamos por Rolando - jogo sofrível, apesar do golo - e depois... podiamos ter perdido, mas tivemos a estrelinha, que outras vezes nos tem fugido, quando os ucranianos mandaram uma bola ao poste. Na jogada seguinte, em cima do 90º minuto, Lucho - na linha de Rolando - marcou o golo da vitória, que tudo junto, foi justa.
Coisas positivas: no jogo do mata-mata, que nos podia ter posto fora da C.League, a equipa portista respondeu à altura e ganhou.
Reviravolta no marcador, num jogo da C.League, contra uma boa equipa e fora de casa. Oxalá seja a primeira de muitas!
Helton, uma grande defesa a evitar o que seria o 2-0. Esperemos que o mau tempo e as confusões à sua volta, estejam definitivamente terminadas.
P. Emanuel, na sua função de defesa, defesa, cumpriu e a sua presença, dá à equipa uma voz de comando muito importante.
Fernando, bem no meio-campo e muito bem a lateral direito. Pode estar ali a resolução de um problema, ou pelo menos, uma boa alternativa.
Pélé, entrou bem e fez por merecer mais oportunidades.
Hulk, dinamitou o Dínamo e foi o elemento da vitória, apesar de não ter marcado.
Rodríguez, apesar de muito marcado, nunca se escondeu e fez um jogo positivo.

Coisa negativas: a defesa, treme por todos os lados e permite veleidades excessivas, que podem, já tiveram, consequências graves.
Cartões amarelos escusados e que não se podem admitir.
Lucho, marcou o golo da vitória, mas não fez um grande jogo - eu do El Comandante, exigo sempre mais - e apesar da euforia do momento, não podia tirar a camisola e levar o segundo amarelo, que o coloca fora de um jogo na Turquia, tão ou mais difícil, que o de Kiev.
Notas finais: que daqui para o futuro, a equipa azul e branca, encontre a regularidade necessária.
Chega de abébias!
Criticar, mas, também saber apoiar, é a obrigação de um bom portista.

Declarações de Jesualdo:
«Estive sempre tranquilo. A equipa que ganhou em Kiev foi a mesma que perdeu os últimos três jogos. Trabalhamos diariamente com os jogadores e sabemos o que sofrem para ganhar. A diferença hoje foi que nem o azar nos derrotou.»
«Fizemos uma primeira parte notável e sofremos um golo na primeira ocasião em que o Dínamo se aproximou da nossa baliza. O segundo tempo foi mais dividido; ainda assim, soubemos seguir os caminhos correctos para ganhar. Esta foi uma vitória do querer e da classe.»
«Sublinho a resposta positiva dos jogadores. A vitória é deles. Mesmo depois de sofrermos o golo, nunca perdemos a organização e isso deu-me segurança e fez-me acreditar que podíamos ganhar o jogo. A forma como conseguimos controlar um conjunto de jogadores com um futebol curto, difícil de anular, foi excelente.»
«Está tudo em aberto. Ocupamos o segundo lugar do grupo e encontramo-nos em posição para nos apurarmos. É certo que ainda faltam dois jogos, sendo que um deles corresponde a uma difícil deslocação à Turquia, mas a equipa já percebeu que em nenhum momento pode deixar de acreditar.»
«Já lá vão 11 bolas no poste… a felicidade que nos acompanhou no fim foi justíssima, tal como a vitória. A equipa dignificou (e muito) a camisola do F.C. Porto e a sua tradição na UEFA Champions League. Hoje ganhámos de novo uma equipa.»
«Apesar de termos perdido a liderança do campeonato português, provámos que estamos cá e vamos certamente continuar a crescer. Queremos dar continuidade ao que temos feito de bom e acredito que o grupo se vai fortalecer.»
«Esta vitória é inteiramente dedicada ao Reinaldo Teles. Desejo que melhore rapidamente e asseguro-lhe que todos os triunfos que conquistarmos daqui para a frente serão para ele.»

- Copyright © Dragão até à morte. F.C.Porto, o melhor clube português- Edited by andreset