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segunda-feira, 10 de novembro de 2008


A vitória não me tolda o raciocínio e por isso, não vou deixar de criticar o treinador do F.C.Porto, por mais uma vez, ter inventado. Jesualdo alterou o que tinha estado bem no último jogo do campeonato e com isso deu 45 minutos de avanço, que podiam ter tido consequências fatais para a equipa azul e branca. Se no jogo que vencemos justamente, por 2-1, entramos com um quarteto no meio-campo que bloqueou a equipa leonina e pensavamos que finalmente, o Professor, tinha encontrado o antídoto para travar o conjunto de Alvalade, no jogo de ontem, ao colocar Mariano - seu jogador fetiche - no trio de ataque, Jesualdo teve uma recaída, desiquilibrou a equipa e permitiu que o losango leonino funcionasse à vontade, estivesse sempre em superioridade, e, ora pela direita, ora pela esquerda, criasse um conjunto de jogadas, que levaram muito perigo junto da baliza portista.
É um facto, que a equipa de Paulo Bento só marcou um golo, num duplo erro - primeiro Fernando deu um chutão na bola, sem qualquer sentido e depois Pedro Emanuel, ficou preso ao chão e deixou Liedson cabecear à vontade - mas, já nessa altura, justificava a vantagem.
Rectificou, o Professor ao intervalo e vimos então, um F.C.Porto mais igual a si próprio, mais consistente, melhor colocado, a ser mais rápido e mais agressivo - na primeira metade, nem faltas fomos capazes de fazer!... - a dominar, a criar perigo, e justamente, a chegar ao empate através de um golo extraordinário de Hulk.
Quando estavamos por cima e com o adversário reduzido a dez homens - expulsão de Caneira -, aconteceu aquilo que já tinha acontecido na Luz: deixamos de funcionar como equipa, cada um começou a querer resolver sózinho, perdemos qualidade de jogo, desorganizamo-nos e permitimos, que os leões voltassem a crescer, a acreditar, a serem mais perigosos e depois da expulsão de Pedro Emanuel- há dias assim.O capitão, já não tem capacidade física para dois jogos desta intensidade em tão pouco tempo - estivemos mais próximos de perder do que ganhar.
Por razões que se compreendem - menos um dia de descanso, e menos uma longa viagem -, o Sporting no prolongamento continuou a dominar, mas felizmente sem consequências.
Na lotaria dos penaltis fomos mais felizes.
Tudo resumido: se fosse um jogo de campeonato podiamos dizer que o empate, era um resultado justo...como era a eliminar, e era preciso desempatar, pode ter um certo sabor a injustiça para a equipa do Sporting, que fez um belo jogo.
Coisas negativas no F.C.Porto:
a equipa escalada por Jesualdo. A má primeira-parte. Os laterais - Fucile melhorou na segunda-parte - dão imensas dores de cabeça.
Fernando, parecia ter resolvido o problema do trinco, mas já penso, que pode ser é um bom lateral-direito.
Lucho fez uma primeira parte negativa, mas melhorou muito depois.
Lisandro, trabalha e luta muito, mas tem jogado pouco e depois as birras com Hulk, não ajudam nada.
Mariano, tem desculpas: umas vezes é opção, depois já não é, a seguir já é outra vez, até a desfesa-esquerdo... enfim, a vida para o argentino também não está fácil e muitas vezes não é por culpa dele.
R.Meireles, claramente estourado do jogo em Kiev.
Coisas positivas:
Helton, grande exibição. Foi decisivo.
Alguns, se tivessem vergonha, esta semana deviam pedir-lhe desculpas, por tudo o que disseram a respeito dele.
Bruno Alves, um gigante que não se intimida com nada. O verdadeiro espírito do Dragão!
Hulk, tem um potencial enorme e uma grande margem de progressão. Tem se deixar de jogar sózinho, de discutir com os árbitros e com os colegas. Quando corrigir esses defeitos, vai ser, não tenho dúvidas, um caso sério. Tem tudo que precisa para ser um grandíssimo ponta-de-lança: força, potência, velocidade, técnica e nunca vira a cara à luta.
C.Rodríguez e T.Costa, vieram melhorar a qualidade do jogo portista e Lino entrou muito bem.
Mais algumas notas, sobre o que nos mostrou o jogo de Alvalade:
este Sporting-F.C.Porto, foi paradigmático do que tem sido a época portista.
Quem visse a primeira-parte dira sem problemas:- não temos jogadores, não temos equipa, é, talvez, o pior Porto dos últimos dez anos.
Quem visse depois, a segunda-parte, principalmente, até à saída de Caneira, diria:- afinal, temos gente a equipa tem qualidade e há bons jogadores, alguns até, muito bons.
Depois e até ao fim, surgiria a dúvida.
Eu continuo a pensar - não saio disto - que o treinador tem muitas culpas no cartório, desta instabilidade que a equipa dá mostras. Jesualdo, inventa, altera, confunde, perturba e intranquiliza a equipa, os jogadores e isso notou-se particularmente, na primeira metade do jogo de ontem.
Mas, o Sporting-F.C.Porto, também mostrou que esta equipa e estes jogadores, têm brio, espírito de vencedores e crença. Depois de três derrotas seguidas - com tudo que isso significa num clube habituado a ganhar, quase sempre - e tendo pela frente dois desafios decisivos, o conjunto azul e branco, deu uma excelente resposta e teve capacidade, para alcançar os objectivos pretendidos, mesmo em circunstâncias muito difíceis, em que teve de correr atrás do prejuízo.
Se Jesualdo conseguir estabilizar, encontrar as melhores opções e apostar nelas, sem andar sempre a mexer, temos gente capaz de atingir o que pretendemos e fazer uma época à altura dos pergaminhos de um F.C.Porto, Tri-Campeão.
Nota final:se às vezes as claques merecem forte censura, ontem, merecem uma grande palavra de parabéns, pois sem elas, o F.C.Porto estaria praticamente sózinho em Alvalade.

Jesualdo Ferreira: «Não entrámos bem no jogo e tivemos dificuldades para nos adaptarmos à forma como pensámos o jogo, mas mudámos ao intervalo e depois o F.C. Porto foi melhor. Ao intervalo disse aos jogadores que precisávamos de mais atitude, de mais agressividade e que íamos alterar a eliminatória. Tivemos um jogo complicado na quarta-feira, com uma viagem desgastante e, nestas alturas, as entradas em jogo são sempre complicadas. Na segunda parte e no prolongamento, o F.C. Porto foi melhor em muitas alturas do jogo. Foi uma vitória do querer e da entrega. Uma vitória «à Porto». O F.C. Porto passou com toda a justiça, contra uma grande equipa. Vencemos nas grandes penalidades e com nove jogadores. Quero deixar uma palavra para o Fucile e para o Pedro Emanuel, que jogaram no limite, com dificuldades físicas. Agora vamos trabalhar com mais calma para estabilizar a equipa e continuarmos a ganhar. A arbitragem não foi competente»
Helton: «A equipa entrou com vontade e tivemos algumas oportunidades, mas temos de dizer que o adversário fez um bom jogo e criou dificuldades. Mas mais uma vez o grupo manteve-se calmo e soube reagir para dar a volta ao resultado. Todas as fases para nós têm de ser melhores. O F.C. Porto não esta habituado a perder. Perde pouco e isso esta mais que demonstrado.»

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