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domingo, 8 de fevereiro de 2009


Com o mais belo palco do Mundo, o majestoso Estádio do Dragão, nascido da mente brilhante de Manuel Salgado, completamente cheio de um público entusiástico, F.C.Porto e Benfica, proporcionaram um espectáculo agradável, com um resultado justo.
Se o público portista correspondeu totalmente ao que se lhe pedia, a equipa, mais uma vez, fez uma exibição aquém do que se esperava e defraudou as expectativas. As razões são antigas e são por demais conhecidas: o Porto de Jesualdo é uma equipa de contra-ataque e quando encontra adversários bem colocados em campo, a ocupar bem os espaços, tem dificuldades, porque não sabe ter bola, não sabe atacar, não sabe mandar no jogo, e assim, vive de fogachos, ora de Hulk, ora de C.Rodrígues, já que Lisandro - falarei dele mais à frente - é uma sombra do jogador da época passada. Foi assim hoje, como tinha sido assim contra o Marítimo, Trofense e Leixões - contra a equipa de matosinhos, apesar da vitória.

Entrando bem no jogo, mas não marcando no melhor período, o conjunto azul e branco, foi perdendo fulgor, foi deixando de ameaçar e na parte final da 1ª parte, já era o Benfica a ser a melhor equipa em campo, embora sem justificar a vantagem que levou para o intervalo.
É importante referir, que na 1ª metade, ficou um penalti claro, sobre Lucho González, por marcar, pois nas faltas para grande penalidade, não há lei da vantagem e mesmo tendo o capitão portista ficado na posse da bola, Pedro Proença devia ter apitado a falta e apontado a marca de penalti. Não o fez, errou e prejudicou o conjunto de Jesualdo.
A perder, esperava-se uma reacção forte da equipa Tricampeã desde o início da 2ª parte, mas incompreensivelmente, ela não aconteceu e não aconteceu porque o treinador portista nunca percebeu onde estava o problema e por isso nunca foi capaz de o resolver. Com Aimar a recuar e a juntar-se a Reys, R. Amorim, Katsouranis e Yebda, o Benfica teve sempre um, ou muitas vezes dois jogadores, a mais no meio-campo e com isso controlou, dominou e criou muitas dificuldades ao miolo portista, que esteve sempre em inferioridade numérica. Como Lisandro não jogou, Jesualdo, devia ter tido a coragem de tirar o argentino mais cedo e ficar a jogar com Mariano, Hulk e Rodríguez, que tão boa conta do recado tinham dado em Belém. Mas se calhar, é pedir de mais: o técnico de Mirandela não é muito versátil a ler o jogo e sustituiu, como quase sempre acontece, Meireles, um dos poucos com poder de fogo e capaz de num remate de fora, conseguir um golo. Estava o jogo nisto: o Benfica a controlar e o F.C.Porto sem reagir, o que é extraordinário, numa equipa que ficou a descansar para se poder apresentar na planitude da forma física, quando Lisandro arrancou uma grande-penalidade forçada, mas se se marcam penaltis assim contra o F.C.Porto, também se devem marcar a favor.
Tudo somado: Benfica foi o que se previa e o F.C.Porto também foi a equipa, que nos jogos caseiros, tem muitas dificuldades e já vai no terceiro empate seguido na condição de visitado - na Liga Sagres.
Ficou tudo na mesma, com o F.C.Porto a desperdiçar a oportunidade de dar um grande passo em frente. Sai melhor o Benfica do jogo, já que continua apenas a um ponto, quando em caso de derrota, ficaria praticamente arrumado. Espero que o técnico portista resolva o problema dos jogos em casa, seria trágico, que o Tricampeão, tal como aconteceu em 2004/2005 - perdeu 24 pontos - perdesse a possibilidade de ganhar o Tetra, porque é incompetente, junto do seu público.
O melhor do F.C.Porto para mim, foi Fernando e o pior foi Lisandro. Não deixa de ser curioso que o nº 9 portista quando na época passada estava em grande forma e a marcar muitos golos, não ia à selecção, agora que não marca, que se arrasta em campo, esteja seleccionado...!

Declarações de Jesualdo no final do jogo:
F.C. Porto quis ganhar
«Foi um jogo muito intenso, entre duas equipas que lutam pela liderança do campeonato. Apesar disso, as duas equipas apresentaram processos diferentes e mostraram intenções diferentes. O F.C. Porto quis ganhar e fez 30 minutos excelentes na primeira parte. Tivemos o controlo do jogo à nossa maneira, tivemos ocasiões de golo e, como vem acontecendo em alguns jogos em casa, não conseguimos ser eficazes. O Benfica marcou em cima do intervalo, que não é um momento fácil para reagirmos».
Continuar a liderar
«Na segunda parte fomos uma equipa de mais coração e menos rigorosa nos processos, mas jogámos para ganhar do primeiro ao último minuto. O Benfica não o fez e na segunda metade limitou-se a procurar segurar a vantagem. Não foi um resultado positivo para nós, mas o mais importante é o facto de continuarmos líderes. Queremos muito ser campeões e trabalhamos muito para isso».

Critério do árbitro
«O que pude ver foi um árbitro que esteve sempre em cima dos lances e que, na jogada do penalti, entendeu que era falta sobre o Lisandro. Vi o Yebda com o braço a dificultar o movimento do Lisandro. O árbitro entendeu que era falta, eu não sou árbitro».

Preparados para sofrer
«Esta equipa tem vindo a fazer uma campanha excelente. Perdemos pontos em casa que o ano passado não havíamos perdido e a diferença para esta época tem sido essa. Não temo nada e no nosso quadro de trabalho diário vamos procurar crescer, ser mais maduros e experientes para não passarmos por situações de dificuldade. A nossa tarefa é de trabalho humilde e seguro e acreditamos claramente que esta equipa vai chegar ao patamar que pretendemos. Sabemos que quem está na frente como nós vai sofrer muito para aqui continuar».


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