Não estou a gostar nada deste clima de festa, de euforia, que envolve a equipa do F.C.Porto...São só elogios, alguns vindos até, dos nossos inimigos, que dizem o que não sentem, pensam e desejam. A época está longe do fim e no campeonato - Liga Sagres -, a vantagem é curta, susceptível, de num dia mau da nossa equipa, uma arbitragem infeliz ou um dia inspirado, dos nossos adversários, se diluir e a situação se complicar. Ainda há muitos obstáculos difíceis a ultrapassar, muitas dificuldades a enfrentar e o perigo, Cósmico, espreita a cada esquina...Portanto, todos os cuidados são poucos - andaram bem Sapunaru e Jesualdo, ao colocarem água na fervura e não embandeirarem em arco, tão típico de outras latitudes.
Assim, espero que no jogo da Taça contra o Estrela, tenhamos um F.C.Porto ao seu melhor nível, concentrado, consciente das suas responsabilidades, a jogar para ganhar, sem relaxar, com respeito pelo adversário, um adversário composto por bons jogadores, grandes homens e exemplares profissionais, que se batem em cada partida pelo melhor resultado, mesmo que raramente, vejam a cor do dinheiro. Espero um Porto competente, pelo menos, como no jogo contra a Naval.
A Taça é um objectivo, somos os favoritos e Jesualdo ainda não ganhou nenhuma. Se a isto juntarmos o facto, de desde que Pinto da Costa é Presidente do F.C.Porto, todos os treinadores, Campeões, também terem ganho a Taça, com a excepção a ser C.Alberto Silva e como a regra só tem uma excepção...Não é preciso dizer mais nada e o Jamor, no dia 31 de Maio, tem de ter a presença do F.C.Porto.
Outro assunto que me tem incomodado, é a conversa à volta do tema: renova, não renova, Jesualdo. O F.C.Porto, felizmente, é um clube dirigido de dentro para fora, os seus responsáveis, andam nisto há muito tempo e têm uma bastíssima experiência, que lhes permite passar ao lado do ruído que vem do exterior. Sabem que no futebol, as coisas mudam muito depressa e o que é verdade hoje, é mentira amanhã. Por isso, na altura própria avaliarão e tomarão as decisões, que melhor sirvam os interesses do F.C.Porto.
Independentemente das decisões que vierem a ser tomadas, a minha opinião sobre este tema é a seguinte: o F.C.Porto tinha à partida para esta época, dois objectivos principais: um, atingir pelo menos, os oitavos-de-final da Liga dos Campeões e o outro ganhar o campeonato - Liga Sagres. É óbvio, que não entrava nas outras provas para perder, mas as prioridades estavam bem definidas. Na Liga dos Campeões, o objectivo foi até ultrapassado e isso tem muito mérito de Jesualdo. No campeonato, também estamos bem colocados para ter sucesso e assim, se como todos esperamos e desejamos, o F.C.Porto for Tetra, entendo que se quiser ficar - Jesualdo pode não querer, por várias razões... -, o técnico merece continuar. Tem também, o Professor de Mirandela, como crédito, a excelente carreira da equipa na Taça de Portugal.
Confesso que não sou um grande fã de Jesualdo - gostava de ver o F.C.Porto, principalmente no Dragão, jogar melhor e ganhar mais tranquilamente. Gostava que Jesualdo, definitivamente, deixasse de lado os medos e os receios, que às vezes, tantos dissabores nos causam -, mas reconheço que dificilmente alguém faria melhor. Se o "Mestre" ficar será o meu treinador, mas como sempre, elogiarei quando for de elogiar e criticarei, de forma correcta, objectiva e construtiva, quando achar que merece ser criticado. Agora e de uma forma clara, digo não, à vitimização e ao Jesualdo, coitadinho, que merecia mais respeito!... Quanto ao facto do técnico portista vestir a camisola , não é nada que outros já não o tenham feito no passado, pois como todos sabemos, com as sistemáticas campanhas contra o nosso clube, mal iria se não fosse assim.
O árbitro do F.C.Porto-Estrela é Paulo Baptista, que será auxiliado por José Braga e Luís Tavares.
Convocados do F.C.Porto: Guarda-redes: Nuno e Ventura, Defesas: Sapunaru, Rolando, B.Alves, Cissokho, Stepanov e Tomás Costa, Médios: Lucho, R.Meireles, Andrés Madrid, Fernando e Mariano, Avançados: Tarik, Lisandro, Hulk, C.Rodríguez e Farías.
Nota final: a hora do jogo é um desrespeito e uma afronta aos adeptos e um convite para que fiquem em casa. Eu vou, mas não posso deixar de manifestar o meu mais veemente protesto, pela forma como clubes e televisões, tratam o público, que muitas vezes com sacrifício, vai aos Estádios.
«Frente ao Estrela da Amadora pretendemos fazer um resultado que nos permita controlar melhor o segundo jogo. O Estrela está a fazer um campeonato e um percurso na Taça excelentes. É uma equipa de grandes profissionais, de jogadores de qualidade e que conseguem colocar-nos problemas, como já tivemos oportunidade de ver nos jogos que disputámos com eles. Para esta partida, temos a intenção de alcançar uma diferença de golos que nos permita encarar com alguma tranquilidade a segunda mão».
Vontade de vencer o troféu
«Queremos muito ganhar esta competição. Todos: jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos, queremos muito ganhar a Taça. Sabemos que, para isso, temos de passar o Estrela para chegarmos à final e convém recordar que ainda não ganhámos nada. Mas a nossa vontade de ganhar é muito grande».
Trabalho táctico em perspectiva
«A partir de segunda-feira sabemos que não vamos contar com vários jogadores do plantel, que vão estar ausentes nas selecções, e vamos aproveitar esse quadro competitivo para trabalhar o plano táctico da equipa, no sentido de termos jogadores em condições boas para enfrentarem cada encontro. A partir de segunda-feira, as selecções condicionam as nossas opções e o nosso quadro estratégico».
Manchester United a seu tempo
«Vamos jogar contra o campeão europeu. Interessa preparar bem esse jogo, mas até lá temos dois encontros muito importantes na nossa perspectiva para o que falta da época. Vai ser um jogo difícil de preparar porque é o Manchester United e é o campeão europeu, mas vamos prepará-lo no seu tempo próprio. A nossa preocupação é o Estrela primeiro e o V. Guimarães depois. Temos de fazer uma gestão correcta de modo a podermos estar bem nos três jogos».
Vencer será fantástico
«Temos noção da realidade e do equilíbrio indispensável no mundo do futebol. As realidades dos dois clubes são muito diferentes, são diferenças de milhões de euros e tudo é desigual à excepção do jogo. O futebol é um jogo e tem factores que não são controláveis e resultados imprevisíveis. Neste sentido, por que não discutir resultados e títulos? A nossa atitude não seria correcta se hipotecássemos desde já as nossas possibilidades e se colocássemos como impossível o duelo com o Manchester United. Temos vontade de transformar esse jogo em algo muito mais sólido e de acordo com a história do F.C. Porto. Não houve nenhum choque face ao sorteio e se eliminarmos o Manchester United será fantástico».