Hoje, de manhã, encontrei um casal de idosos meu conhecido, madeirenses e benfiquistas, com quem, às vezes, costumo falar sobre futebol - este ano gozam eles comigo...-, que logo me atiraram, com o sotaque - adoro sotaques e tenho um grande orgulho quando me dizem que, pelo sotaque, se nota logo que sou do Porto - carregado, mas delicioso: -Então é o Paulo Bento!

- Como, é quem e o quê? - perguntei eu.

- Ainda não sabe, vem no C.Manhã que o treinador do seu clube, na próxima época, vai ser o Paulo Bento.

- Ah, mas se vem nesse pasquim, é mentira! - respondi-lhes e lá fui à minha vida...

Não era para falar nesta questão do treinador antes do final da época, mas, como estas notícias surgiram e como pelas declarações produzidas após o jogo frente ao V.Guimarães, até Jesualdo, parece já ter interiorizado que o seu ciclo no F.C.Porto terminou, é o momento de dizer qualquer coisa, prometendo que, sobre o Professor, falarei mais lá para a frente e nessa altura direi o que tenho para dizer.

Não sou eu que decido, como tal, manda que pode e obedece quem deve. Assim, se Paulo Bento vier a ser o treinador do F.C.Porto, quero deixar bem claro que respeito, mas não gosto nada. No entanto, também quero deixar claro, que engolirei o sapo e lá estarei a apoiar, desejando-lhe o máximo sucesso, porque nestas coisas e como acima de tudo está o F.C.Porto, só quero estar enganado quando penso que não tem perfil, nem capacidade para treinar o melhor Clube português.

Como não é meu costume dizer, não gosto, sem explicar porque não gosto, ficam as minhas razões. Não gosto do treinador; não gosto do discurso; e do homem, como não conheço, não me pronuncio, mesmo que tenha havido da parte deles algumas declarações que não gostei nada. Por exemplo: dizer que se o árbitro tivesse visto a mão de Rony, na época 2006/2007, o Sporting tinha sido campeão. Estas declarações são de uma grande desonestidade intelectual em relação ao F.C.Porto, que, nessa mesma época e na Luz empatou com o Benfica, com o golo dos vermelhos a ser apontado a 7 minutos do fim e em fora-de-jogo. Bastava isso para deitar por terra a teoria calimera de P.Bento, que repete até à exaustão essa mentira...

Quanto ao treinador é pouco versátil, demasiado agarrado ao losango, pouco ágil a alterar durante o jogo, previsível...Grandes espectáculos em Alvalade? Poucos, muito poucos...Teve algum sucesso no Sporting? Teve e também lhe reconheço alguma coragem no lançamento de jovens, mas no clube de Alvalade o grau de exigência em relação ao F.C.Porto, é muito menor, assim como a pressão e depois, ganhar 2 Supertaças e 2 Taças de Portugal - curiosamente, 3 desses triunfos foram frente ao F.C.Porto de Jesualdo! -, não é nada de mais, o Sporting é um grande clube português, não é, como todo o respeito, um E.Amadora, um Boavista ou um Belenenses, só para referir alguns, fora dos chamados grandes, que venceram taças. É disciplinado e disciplinador? A experiência com Octávio responde a essa questão...

Se quanto ao treinador estamos conversados, o discurso, Minha Nossa Senhora...Repetitivo, lamechas, calimero até dizer basta, sempre pronto a aranjar desculpas, de vitimização constante, não empolga, não mobiliza, não é o discurso que o F.C.Porto precisa.

Pelo exposto e concluindo: eu não gostaria que o próximo treinador do F.C.Porto fosse Paulo Bento.

PS - Tu que falas tanto no Porto, no Norte, na Regionalização, etc., já pensaste em passar das palavras aos actos? Aparece por aqui: