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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


No início de um ano muito difícil - é a crise, é a crise, vou-te devorar...- o que vai fazer os tristes, apagados e deprimidos portugueses, ainda ficarem piores, o F.C.Porto generoso e solidário, resolveu dar o seu contributo para a melhoria da auto-estima da nação e perdeu frente à sua besta negra, o C.D.Nacional. Alegraram-se os corações de freteiros, recadeiros, colunistas, paineleiros e até o caniche branquinho, delgadinho e às pintinhas vermelhas, propriedade de Vieira, já soltou uns latidos para mostrar o seu entusiasmo e a sua alegria. "O F.C.Porto perdeu!", grita o povo em festa. O ano está a começar bem, qual crise qual carapuça!

Só que os portistas não gostam de perder nem a feijões, que é como quem diz, Taça da Liga, agora baptizada - o "Dragão até à morte" não adere ao acordo ortográfico - de Bwin Cup, não têm vocação para servir de Pai Natal e já começaram a reclamar, a barafustar, a soltarem fogo, a avisarem que esta derrota tem de ser o início de um novo ciclo vitorioso. Com a qualidade que se perdeu, com a atitude de sempre, em que a letra tem de bater com a careta, melhor dizendo, que os discursos têm de ter consequência nas exibições. Serviços mínimos - tem sido a imagem de marca depois do F.C.Porto 5 - Benfica 0 - têm de dar lugar a serviços máximos, estamos a ganhar por um, vamos tentar ganhar por dois e a ganhar por dois vamos à procura do terceiro - não gostei de ver J.Moutinho, que já elogiei pelo jogo que fez ontem, a dar sinais que era para trocar a bola... 
Esta tem de ser a postura e depende exclusivamente de técnicos e jogadores. Já em relação às lesões que vão afastar dois laterais, Fucile e Álvaro Pereira por um longo período, aqui há razões para uma ponderação: mesmo que, teoricamente, os próximos jogos - Marítimo, Pinhalnovense, Naval, B.Mar a duplicar, Gil Vicente e Rio Ave -, não tenham um elevado grau de exigência, devemos ir ao mercado? A minha resposta é sim, mas desde que consigamos contratar alguém de qualidade reconhecida. Para ser mais um, não vale a pena e E.Rafael tem de dar conta do recado. E para dar conta do recado o ex-Académica tem de se soltar, arriscar sem medo, ter confiança. Há ali algum potêncial e esse potêncial tem de vir cá para fora. Ou dá cascas ou dá casqueiros!  Até porque jogará a favor de Rafa ter Otamendi ou Maicon ao lado, no lugar de um Sereno trapalhão, a acusar a camisola azul e branca, com várias erros primários na marcação e na colocação, que não se ajuda, quanto mais ajudar o lateral, dar-lhe a certeza que pode ir, sem correr riscos... 

Para a frente, mantenho o que disse aqui.

Finalmente, Kieszek. Sobre o guarda-redes polaco, que ontem teve uma noite para esquecer, mas que acontece aos melhores, também mantenho o que disse aqui

Notas finais: não falei ontem no árbitro porque quis analisar com calma e distanciamento o único lance polémico que "favoreceu" o F.C.Porto - Sereno sobre Pecnik. O lance deixa dúvidas e em várias análises essas dúvidas aparecem, mas alguns, lamentavelmente, ficaram mudos e quedos no lance sobre Walter e gritaram, sem nenhuma dúvida, no lance na área portista. Já nada me admira no jornalismo português. Quando um treinador, J.Jesus, semanalmente falta ao respeito a toda a classe, falando apenas para a televisão do clube que representa e os jornalistas, pressurosos, vão logo colocar nas ondas da rádio, nas páginas dos jornais ou no écran de televisão as declarações do treinador, está tudo dito. 
Se fosse o técnico portista caía o Carmo e a Trindade, mas como é o treinador do clube do regime, todos se curvam. Alguém imagina o Mourinho, o C.Ancellotti ou o Guardiola, treinadores de clubes que têm televisão, o fazerem antevisão dos jogos, em canal fechado? Eram trucidados pela C.Social, aqui dão-lhe todo o tempo do mundo...
Uma vergonha!

Termino dizendo o seguinte: sem a fobia de recordes que, como disse há tempos atrás, só servem para serem batidos, com confiança e serenidade, a certeza que as boas exibições vão regressar. Não com Ópera em todos os jogos, mas com o futebol que entusiasmou e mobilizou os portistas, no início de um novo ciclo, um ciclo que culminará, acredito convictamente, com o principal objectivo da época, o campeonato, concretizado.
 
PS - André, numa altura que algumas sardaniscas já saíram da toca, quero felicitar-te pela postura que tiveste ontem na hora da derrota. No fim do jogo, dentro e fora do campo.
Um Líder que é Líder afirma-se nas horas más e tu demonstraste que és um Grande Líder.

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