quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Porque não embandeiro em arco nas vitórias, por mais retumbantes que elas sejam, nem dramatizo demasiado as derrotas, mesmo quando são contra os abutres da segunda circular; porque a paixão não me tira a lucidez; cá estou para dizer alguma coisa, no rescaldo do F.C.Porto 0 - Benfica 2.
Disse o meu amigo Blue, em comentário no post anterior, que faltou tudo menos o público. É verdade e referi-o no na análise do jogo. O público do Dragão, ontem, deu uma lição a todos. Aos javardos, porcos da bola, recadeiros, freteiros, vendidos e pirómanos - sim, são isso tudo. Porque hei-de ter pruridos para com gente que maltrata, constantemente, o F.C.Porto e os portistas? -, que não fazem outra coisa senão denegrir as nossas vitórias e os nossos sucessos, falando em falta de fair-play; que não sabemos perder; que somos um bando disto e daquilo, enfim, dizem tudo que lhes vem à cabeça, muitas vezes sem o contraponto de quem os coloque no seu devido lugar, sem uma reacção da Instituição F.C.Porto, fechada e com espírito cristão. Mas o público do Dragão que ontem encheu o estádio, deu também uma grande lição para o interior do clube, para aqueles que falam em assobiadores com demasiada facilidade. Não sou nem nunca fui um assobiador e acho que não se deve assobiar, mas sou um adepto exigente, exigência essa que me foi transmitida por muita gente do F.C.Porto, Presidente em primeiro lugar. Aprendi, nesta já longa caminhada de portista militante que, quando os assobios começam, quem dirige, antes de os criticar, deve parar para pensar e interrogar-se, porque acontecem os assobios?
A noite de ontem foi um bom exemplo: em primeiro, porque os assobios aos centrais, que em dificuldades não despacham, nem que seja para a bancada, inventam, complicam e depois sujeitam-se, não foram entendidos e tiveram consequências. Em segundo, porque mesmo perante o descalabro, numa noite em que faltou tudo, desde treinador, passando pelos jogadores e acabando na equipa, os adeptos portistas deram uma enorme lição e no fim aplaudiram a equipa. O público portista é conhecedor, é exigente, mas é justo! A única crítica que lhe faço, é só aparecer, em massa, frente ao clube do regime, mas acredito que no domingo, frente ao Rio Ave, a uma hora aceitável, 18:15, vamos ter casa cheia e dizer à equipa: "Vamos lá pessoal, os Grandes vêem-se nos momentos difíceis. Não é por morrer uma ou duas andorinhas, que acaba a Primavera."
Aos de fora, a lição, não adianta nada, são e vão continuar a ser, uns vermes, uns sabujos. Aos de dentro desejo que, definitivamente, percebam os sinais e em vez de criticarem os adeptos, reflictam, analisem e alterem. Como são pessoas inteligentes, tenho a certeza que é isso que vão fazer.O anti-portismo delíra. Eu, como sempre, registo e guardo para memória futura.
E agora, para desanuviar, Mike e Melga.
Mike - Melga, que achas do Ministério Público estar a pensar levar a FPF a Tribunal?
Melga - Acho bem, muito bem mesmo. O Ministério Público, esse pilar da justiça portuguesa, que constantemente dá provas de unidade, coesão e solidariedade, que está sempre atento a tudo e a todos, onde não existe nenhum tipo de bagunça e a justiça é tida em grande conta pelo povo, fez bem, através do Procurador de Lisboa, mesmo que numa medida inédita, accionar a FPF.
Mike - É, Melga, estou de acordo contigo, como a justiça é célere e tem tudo resolvido neste país, sobra-lhe tempo até, para as coisas do futebol. Um espanto, este nosso MP! Parabéns a Pinto Monteiro, o Procurador Geral da República.
Melga - Mike, que achas do Jorge Jesus ter voltado a falar à comunicação social na sala de imprensa, para todos e não apenas naquele monólogo da Benfica TV?
Mike - Acho bem, Melga, foi uma vitória dos jornalistas. Foi a sua pressão, a sua revolta, o seu sistemático boicote às declarações do JJ, as suas críticas, constantes, contra a falta de respeito, que fizeram com que as coisas se alterassem. Grandes jornalistas, não se vergaram e nunca se vergarão ao Benfica. Quem disse que eles estavam de cócoras, enganou-se redondamente.
PS - José Manuel Conceição, meu caro amigo, tens razão, o Coentrão devia ter saído do campo quando levou o primeiro amarelo. O Guarín por colocar um chapéu na cabeça, levou um, enquanto o caxineiro foi festejar junto aos adeptos, agarrou-se foi agarrado por eles e nada? Mas, meu caro Zé, nós ontem, nem contra nove marcavamos um golo. Viste o que aconteceu quando ficamos em superioridade numérica?