quinta-feira, 2 de junho de 2011
«É a nova coqueluche do futebol nacional: mesmo que esteja intimamente associado ao Futebol Clube do Porto, André Villas-Boas tem convencido tudo e todos pela capacidade de gerir um grupo de trabalho e de o fazer transcender-se no tempo e no espaço – acumulando títulos e recordes. O seu êxito não passou despercebido à casa Franck Muller, que acaba de fazer dele o seu novo embaixador. Confissões de
um jovem treinador com o Toque de Midas, mas que diz não o ter.
«Os relógios foram uma paixão sempre presente e, na medida em que fomos construindo uma carreira de sucesso entre a equipa técnica de José Mourinho, entre o meu percurso nas camaradas jovens do FC Porto e o meu percurso agora com a equipa técnica atual, foi-me permitido ambicionar cada vez mais e construir uma coleção da qual me orgulho.»
O futebol tem dado um valente pontapé na recessão, enchendo o País de orgulho numa era de crise económica, política e psicológica. E o grande protagonista da atualidade é, sem dúvida, André Villas-Boas – cujo trajeto meteórico tem sido inevitavelmente comparado com o do seu antigo mentor, José Mourinho, mas que apresenta características vincadamente diferentes do seu antecessor no comando do Futebol Clube do Porto. André Villas-Boas é especial, mas refuta pessoalmente esse epíteto e remete-o para o seu grupo de trabalho, para a consagrada agremiação onde se insere. O seu discurso pode ser eventualmente inflamado, mas pretende sempre ser modesto. Apesar dessa rejeição do deslumbramento, há algo que faz brilhar os olhos do jovem treinador campeão nacional e que certamente o enche de orgulho: o gosto pela alta-relojoaria e a nova série limitada que a Franck Muller lhe dedicou a si e ao Futebol Clube do Porto como corolário de uma grande temporada.
O interesse pela relojoaria de qualidade já vem de trás: «Primeiro, sonha-se muito com um objeto que toda a gente gosta de ter, com variadas marcas. Mas nem sempre há disponibilidade financeira para tal, e isso aconteceu-me quando eu era muito jovem.
Na altura, sonhava com os TAG Heuer, com o Monaco principalmente, e, apesar de o ambicionar, custava então 2500 euros e ainda não me poderia permitir a tê-lo. A TAG Heuer foi a primeira marca que me chamou a atenção, também porque estava associada a motivos desportivos e até ao desport motorizado, que é uma das minhas grandes paixões. Não o podendo ter, comprei um Camel que guardo com grande estima e carinho. Os relógios foram uma paixão sempre presente e, na medida em que fomos construindo uma carreira de sucesso entre a equipa técnica de José Mourinho, entre o meu percurso com os camaradas jovens do FC Porto e o meu percurso agora com a equipa técnica atual, foi-me permitido ambicionar cada vez mais e construir uma coleção da qual me orgulho».
Um dos destaques da coleção de André Villas- Boas é um relógio completamente diferente de tudo o resto – um Graham Swordfish, com o qual começou a dar nas vistas na Académica de Coimbra, e que estava no seu pulso aquando do seu primeiro troféu: a Supertaça. «É uma história curiosa. O Michael Ballack tinha um Swordfish, quando estávamos em Inglaterra. Apareciam aqui e ali algumas referências à Graham, também em revistas de desportos motorizados, e eu reparava que o Ballack tinha um, e que também o tinham uma série de jogadores do Chelsea. Gerou-se ali um interesse e lembro-me de perguntar ao Balack se me podia arranjar algum. Ele curiosamente tinha vários guardados, porque tinha comprado uma série de relógios para oferecer ao staff do Bayern, quando deixou Munique para o Chelsea, e vendeu-me um.
É um relógio com uma silhueta especial, diferente, imponente, é daqueles relógios que chamam a atenção. O Swordfish tem um design difícil de encontrar e que marca uma posição. Foi curioso ver que a Graham aproveitou a minha imagem na Académica para fazer uma chamada de atenção noseu site».Com a fama e o sucesso, a situação inverteu-se: André Villas-Boas já não precisa de ir à procura de relógios – há marcas de relógios que vão à sua procura. E a Franck Muller, que historicamente tem estado associada ao futebol e, através da entidade representante em Portugal (Torres Distribuição), ao futebol português, em particular, não ficou imune ao seu carisma.
«A Franck Muller é uma marca que eu obviamente ambicionei, mas, por valores que refletem a sua qualidade, nunca me permiti ter um, e, felizmente, isso acontece agora através desta associação.
É algo de que muito me orgulho – porque marca também feitos positivos que o FC Porto conseguiu alcançar nesta época. Só uma associação de uma série de entidades fortes e de um clube desta dimensão é que permite o lançamento de um relógio com um formato único e que será um objeto
de desejo».
O discurso de André Villas-Boas ganha intensidade quando o jovem técnico fala de temas que o apaixonam – como os relógios e os desportos motorizados. O modo como vingou na sua profissão está também intimamente ligado à sua paixão pelo futebol e pelo clube.
«Mas o sucesso deste clube não está associado a mim», faz questão de alertar; «está associado ao peso da sua importância na região norte, a nível nacional e internacional. Nada tem a ver comigo, tem a ver com os pergaminhos que o clube foi construindo, a história sólida dos últimos 30 anos com o presidente Pinto da Costa e com o acumular de competências que conseguiu gerar à sua volta até levar o FC Porto ao máximo da modernidade possível. Não quero que se pense que se deve apenas a mim e não se deve em absoluto aos sucessos que conquistámos nesta época. Sou muito pragmático; a qualquer outro treinador que esteja aqui é-lhe permitido chegar ao sucesso de forma muito mais fácil. Essa é a realidade deste clube». Um clube que sempre foi o ‘seu’: «Sempre cresci adepto do FC Porto, vivi o clube das mais variadas formas. Infelizmente, não o vivi como desportista porque não tive essa oportunidade nem tinha esse jeito, mas vivi-o como treinador, como treinador dos camaradas jovens, como treinador adjunto, como adepto, como membro dos Super-Dragões, e tenho esse sentimento de que o Porto está presente em mim desde muito cedo, desde que tenho memórias. Desde os três ou quatro anos que me lembro de defender estas cores, portanto, isso tem um duplo prazer para mim e um grande significado. Agora, o sucesso não está relacionado comigo, está relacionado, acima de tudo, com o peso que o clube tem, com o potencial e talento que tenho à minha disposição».
Apesar de refutar associar a sua paixão ao sucesso do clube, não há dúvida de que a paixão de André Villas-Boas pelo que faz está intimamente associada ao seu percurso.
«Recordo-me de, nas primeiras vezes que Bobby Robson me trouxe aos treinos do Porto, olhar para a antiga porta do estádio das Antas que dizia Departamento de Futebol e pensar: ‘Será que algum dia vai ser possível eu entrar por esta porta como treinador principal?’. Foi apenas um desejo de miúdo – nessa altura, eu teria para aí uns 17 ou 18 anos. Poderia ter acontecido ou não. Fui um privilegiado por ter sido escolhido esta época para representar o Porto e, felizmente, consegui cumprir esse desejo e esse sonho. Quero acreditar que estes patamares que eu tenho vindo a ultrapassar tenham um pouco da minha competência, da minha marca. Espero continuar a deixar uma marca e a obter uma carreira da qual eu próprio me possa orgulhar».
André Villas-Boas é a prova de que o sucesso individual – dele, de cada elemento da sua equipa técnica, de cada jogador que tem brilhado e de cada elemento do clube – está diretamente dependente do trabalho coletivo. Como num mecanismo relojoeiro, onde todas as peças, mesmo as mais pequenas ou aparentemente insignificantes, contribuem para o funcionamento com precisão: «No fundo, o futebol resume-se a isso. E uma das nossas vantagens em termos de staff técnico é respeitar muito não só as interrelações entre os vários jogadores, mas otimizá-las ao máximo. Obviamente que a perfeição no futebol é muito difícil de atingir, se calhar até é inatingível, ao passo que num relógio a peça é perfeita porque tem de ser mecanicamente perfeita para funcionar. Portanto, o relógio é algo que, em termos de perfeição, é muito difícil de replicar no futebol porque existe um choque entre duas organizações sempre muito fortes, um choque enorme de estados emocionais. Não é só mecânica funcional, há muitas emoções e estados mentais em conjunto a funcionar ao mesmo tempo. Não são só questões organizacionais, são questões mentais em que é muito difícil obter todo um relacionamento e exprimirem-se no seu máximo potencial ao mesmo tempo. Isso é algo muito complicado de obter».
É preciso inteligência emocional para lidar com um grupo de individualidades completamente diferentes e levá-lo a obter um rendimento máximo: «Obviamente que as questões organizacionais são importantes no futebol e apenas uma boa organização triunfa, mas sou um grande respeitador dos estados de espírito, dos estados emocionais, da capacidade de transcendência, da capacidade de motivação e acredito que um onze em campo motivado é diferente de um onze que não está motivado. E o grande desafio de staff técnico é tirar o máximo potencial de cada um. Quando não somos capazes de tirar o máximo partido de cada um, somos bastante penalizados, e isso, naturalmente, acontece porque nem sempre é possível toda a gente jogar. Toda a gente quer entrar, toda a gente se mostra competitiva e nós, no fim do dia, temos de tomar opções para continuar e permitir ao clube continuar na rota do sucesso. E isso custa muito, porque dois ou três jogadores que possam ficar de fora, dois ou três jogos entram num estado de motivação diferente do que os outros que têm essa regularidade e esse estado de confiança. E apesar desse meu passado relacionado com a observação e com a observação tática do jogo e da organização do jogo, eu encontrei-me como um líder emocional e um gestor de emoções e isso é muito mais fundamental no futebol atual. É esse gerar contínuo de revolta, de transcendência, saber quando motivar, saber quando inspirar e retirar o máximo de potencial de cada um. Nós no staff somos muito mais líderes emocionais e líderes motivacionais do que mestres da tática».
André Villas-Boas insiste em afirmar que dentro de dez anos quer estar a fazer outra coisa: «Não é que eu esteja à procura de fugir das exigências da função, mas esta é uma profissão extremamente abrangente que gera estados emocionais que são muito intensos, de grande mérito, de grandes estados de euforia, mas também de grande penalização e de grande exposição mediática perante o sucesso ou o insucesso. Há grandes exigências emocionais nesta profissão e eu não quero fugir delas, mas não quero prolongá-las por muito tempo, e obviamente que tenho esse target estabelecido, mas também tenho consciência de que só quero deixar a profissão se, durante a minha carreira, conseguir atingir determinado tipo de sucesso que me leve a ficar orgulhoso dela».
A decisão não tem a ver com o tempo privado nem familiar: «Somos privilegiados desde o início. Obviamente que há uma grande sobrecarga de jogos, e isso leva-nos a um afastamento familiar e dos amigos um pouco mais agressivo, mas não nos podemos queixar muito. Nós gerimos o nosso tempo, não temos horários fixos, podemos permitir-nos a ir almoçar ou passar a tarde com a família um pouco mais relaxados. Acho que somos privilegiados nesse aspeto; não somos castrados no tempo como é geralmente exigido numa profissão normal ».
Boris Becker afirmava que a carreira de um tenista podia ser contabilizada em anos de cão (um ano equivale a sete). No futebol, sucede a mesma coisa – mas quando é que o tempo passa mais depressa ou mais devagar?
«Há jogos em que nos encontramos perto de vencer e queremos que terminem e demoram. Há outros em que estamos tranquilamente à espera que o jogo acabe e acaba num instante, mas gostaríamos de que se prolongasse mais porque as coisas continuariam a correr bem. Todos passamos por sensações em que o tempo passa depressa ou devagar. Depende dos estados de espírito e das nossas ambições nesse momento.
Na minha carreira, as coisas têm acontecido com velocidade – mas, pensando bem, entrei nesta carreira com uma idade fora do normal, e, se calhar, só ao fim de um longo percurso é que cheguei a este lugar que tanto ambicionei. Portanto, ou se pensa ‘este tipo é tão novo que aos 33 anos treina o FCPorto’ ou ‘este tipo trabalha desde os 17 e só aos 33 é que lá chegou’…».
E que pergunta gostaria André Villas-Boas de colocar a Franck Muller quando se encontrarem?
«Como é que motiva os seus funcionários para continuamente renderem. Acho que é decisivo motivar e levar as pessoas a outro patamar de rentabilidade e de sucesso e de vontade para atingir esse êxito.
Pode-se fazê-lo transmitindo confiança ou pode-se fazê-lo metendo as pessoas sob grande pressão para chegarem ao sucesso; se calhar, metendo pressão, pode ser castrador em termos de talento, e motivando de outra forma pode ser decisivo no potenciar do talento e da criatividade. Esse equilíbrio é fundamental; de que forma é que ele o motiva? Motiva com a pressão de que ‘Tu tens que ser o melhor porque trabalhas para a Franck Muller’? Ou motiva através da transmissão de confiança, que é a que eu idealizo, e de ir à procura de explorar o máximo do potencial de cada um – penalizando-me a mim mesmo e não penalizando o indivíduo se não for capaz de fazer».
Para já, Franck Muller não penaliza André Villas-Boas. Pelo contrário: recompensa o seu valor e a sua personalidade com a instauração de uma bela série limitada com caixa a negro e as inevitáveis nuances azuis relacionadas com as cores do FC Porto.
Haverá melhor motivação para o prolongamento
Franck Muller Casablanca Chronograph André Villas-Boas
Edição limitada a 33 exemplares
Movimento: Cronógrafo mecânico de corda automática.
Funções: Horas, minutos, segundos, data e cronógrafo.
Caixa: Aço com tratamento PVD preto, vidro em safira, estanque até 30 metros.
Dimensões: Ø 43,3x60,5mm
Bracelete: Cauchu com fivela em aço com tratamento
PVD preto.
Preço: só para ricos
Um pequeno vídeo, aqui