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sábado, 24 de setembro de 2011


Caríssimo Vítor,
como homem do futebol e treinador do F.C.Porto sabes bem que os treinadores são sempre o elo mais fraco, os primeiros a serem criticados e contestados, mesmo quando e como tese, os maus resultados acontecem por erros grosseiros dos jogadores - por exemplo, falham golos de baliza aberta ou dão abébias atrás que não se admitem. Acontece aos melhores e basta olhar aqui para o lado, para Madrid, onde o "Special One", o melhor do mundo, só porque em dois jogos, frente a equipas que apenas lutam para não descer, perdeu 5 pontos e não marcou um único golo, muito pior do que tu, portanto, já é muito contestado. É a vida, como dizia o outro e no F.C.Porto, clube habituado a ganhar, sempre, onde a exigência é enorme, não podia ser diferente.
Assim, como portista atento e que procura ser objectivo, construtivo, ao mesmo tempo que quer o melhor para o seu clube e obviamente para ti; que está consciente das dificuldades que este defeso e uma pré-época muito agitada, originaram; junto a uma herança pesadíssima que herdaste - a época anterior foi histórica, das melhores de sempre do F.C.Porto e as comparações são inevitáveis; herança que traria dificuldades ao mais pintado e também por isso, o "Borrado" se pirou; permite-me, com toda a estima e consideração, dizer-te o seguinte: desde que Pinto da Costa é Presidente e já lá vão quase 30 anos, os treinadores marcantes e que fizeram história, eram quase todos pró-activos, que arriscavam sem medo, técnicos ousados, daqueles que acreditavam ser preferivel errar por acção que por inacção, mas que também que não olhavam a nomes, nem a currículos, na hora de tomar decisões. É isso que espero de ti: ousadia, rasgo, determinação e principalmente, convicção. Nada de hesitações, nem medo de arriscar, a sorte, meu caro Vítor, protege os audazes. Estás numa das melhores universidades do mundo, a universidade do Dragão e aí só passam os mais capazes. Tu és capaz, vais passar e com distinção. E acredito, não porque és o treinador do F.C.Porto e a um portista pede-se que esteja com o seu treinador, nada disso, mas porque te acho competente, inteligente, trabalhador, alguém com a humildade suficiente para analisar, reflectir e se for preciso, mudar o rumo. Quando me referi a Mourinho era para isso mesmo, para te dizer que errar todos erram, até os melhores, depois aqueles que são capazes de aprenderem com os erros, arrepiarem caminho, alterarem e melhorarem, são os que fazem história.
No F.C.Porto, como sempre acontece, o objectivo principal é o título... Confio e deixo para memória futura, a firme convicção que vais ser Campeão. Claro que não vai ser fácil, nem terás as facilidades da temporada anterior que foi atípica, mas meu caro, isso nem é importante, o importante é cumprir o objectivo, nem que seja com um ponto de vantagem.

Nota final, porque eu é que sou o presidente da junta...
Críticas objectivas, construtivas, são sempre bem-vindas. Também compreendo e sei ser tolerante para um ou outro exagero fruto da desilusão ou frustração de um mau resultado. Mas comentários que colocam tudo em causa e até já dizem que o plantel, que com a excepção de Falcao, é o mesmo que ganhou tudo na época passada, não presta e o dos vermelhos é que é bom; ou que não respeitem o homem que treina o F.C.Porto, não vão ter hipóteses no Dragão até à morte. Não tinha particular simpatia por Jesualdo Ferreira, toda a gente sabia, mas nunca permiti que faltassem ao respeito ao homem e ao profissional. Com Vítor Pereira será a mesma coisa. Esse portismo não é o meu, nem nunca foi o meu antes de ter o blog... Mesmo durante a longa travessia do deserto que atravessei apenas com um copo de água, a Taça de Portugal de 1968.

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