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sexta-feira, 9 de novembro de 2012


Para além do referido no post, ver aqui há outra questão que gostaria de abordar e em que se não existe unanimidade, anda lá perto: mesmo sendo forte em 2011/2012, este Porto 2012/2013, é mais forte colectivamente que o da época anterior. E tendo ambos algumas individualidades, esta temporada têm sido melhor potenciadas. Podemos dizer que, apesar de, a grande estrela é o colectivo. Porque será?
Com a saída de Hulk e entrada para o seu lugar de Varela ou Atsu, a equipa, se por uma lado não tem um desequilibrador, um jogador a quem, em variadíssimas situações, os colegas procuravam e entregavam a bola para resolver; por outro, também não tem alguém que às vezes emperrava, não fazia o jogo fluir. Naturalmente, quando a bola circula melhor, o colectivo melhora, correm-se menos riscos, a equipa fica mais compacta, mais coesa, mais equilibrada, raramente perde a organização. No entanto, seria incorrecto, injusto e até redutor, dizer que as melhorias colectivas deste Porto, têm apenas origem na saída de Hulk. Não, há outras razões, desde logo, a entrada de Jackson para a frente de ataque. O ponta-de-lança colombiano, como já por diversas vezes referi, ao contrário de Kléber, sabe recepcionar, segurar, esperar apoios, permite que a equipa suba, que não percamos a bola e assim, não fiquemos tão sujeitos aos contra golpes adversários. Mais segurança na posse, mais colectivismo - a excepção foram os últimos 20 minutos no Estoril. Para além disso e como Lucho, com  a sua experiência e sentido táctico, ajuda e é mais um, junto com Moutinho, ponto de equilíbrio - o capitão está sempre bem colocado para receber, dar linhas de passe...-, também por aí, as coisas melhoraram. Sendo assim e como conclusão: a saída de Hulk, a entrada de Jackson  e Lucho, são as pedras-de-toque deste Porto mais colectivo. O grande beneficiado dessa melhoria, é esse mesmo, James Rodríguez. Como Hulk tinha outro estatuto e pouco apetite em vir atrás, para que os equilíbrios se mantivessem, James, tinha  de defender mais do que gostava, perdia algumas capacidade, não estava nas suas sete quintas. Sem Hulk, com Varela ou Atsu, mais generosos nos contributos defensivos e com Lucho a cair muitas vezes na direita, James fica mais liberto, pode andar mais em zonas interiores, ser ainda mais importante e decisivo.

Nota final:
Quer este post quer o post sobre a qualificação para os oitavos, o que mudou, são análises e constatações que tenho feito, mas não significam mais nada. Em futebol e em particular no F.C.Porto, mais importante que isto ou aquilo, importa cumprir objectivos, ganhar títulos. Se estivermos melhores em vários factores do jogo, ficaremos mais perto de ganhar e juntar o útil ao agradável. Mas se não ganharmos, tudo estará em causa, ninguém se lembrará desta e daquela melhoria.

Duas notas sobre o artigo do Rui Moreira:
Lamento que a propósito de Rolando, também ele vá na conversa, no diz-se diz-se dos mentideros. Ou se tem certezas e se fala, ou então não se deve especular. Rui Moreira não é mais um, tem muito mais responsabilidades que aqueles que, sem darem a cara, são muito rápidos a mandarem bocas, mas a coberto do anonimato. OK, Rolando não merece ser crucificado e por mim até podia ter jogado em Kiev. Mas foi ele que se começou a colocar à parte. Primeiro, com o mau gosto de dizer que Villas-Boas tinha o seu número de telefone e era só ligar. Depois, quando teve atitudes inexplicáveis. Finalmente, não se pode criticar o treinador por não apostar em jovens e quando aposta criticá-lo por isso.

Não conheço nenhum portista que não ache James Rodríguez um craque, não conheço quem não o ache um jogador importantíssimo no plantel do F.C.Porto. Agora há alguns, eu sou um deles e não me importo de enfiar a carapuça - o artigo, tal como um comentário anterior (dizia-se que eu ainda ia dar o braço a torcer em relação a James), permite-me, agora no post, clarificar ainda mais o que penso sobre o jovem nº10 portista -, que não aceitam que o talentoso colombiano seja utilizado como arma de arremesso contra o treinador. Isto é, quando James não rende, não decide, silêncio, quando James rende a grande altura ou decide, ataque duro contra Vítor Pereira. Creio ter explicado em cima, porque acho que James este ano está mais completo, ainda mais jogador. Aliás, Hulk no meio também motivou várias críticas ao treinador. Creio que também fica claro porque acho que se Vítor Pereira tivesse Jackson, em vez de Kléber, o Incrível dificilmente jogaria fora do seu lugar natural.

Paulo Teixeira Pinto

Sílvio Cervan, uma vergonha, mas o exemplo acabado de um certo tipo, maioritário, de benfiquista...

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