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segunda-feira, 7 de outubro de 2013


Nota de abertura:
Seria preciso uma grande desonestidade intelectual, um carácter duvidoso e uma grande má-fé, eu que sempre defendi Vítor Pereira até ao fim e nunca coloquei a possibilidade dele sair antes do final do contrato, agora mudasse de opinião e de critério e pedisse a cabeça de Paulo Fonseca. Não peço, nunca pedirei. Paulo Fonseca é o meu treinador, tal como aconteceu com Vítor Pereira, até ao fim. E como no F.C.Porto manda quem pode, obedece quem deve e quem manda não dirige o clube de fora para dentro, só um grande cataclismo tiraria Paulo Fonseca, do Dragão e nunca de iniciativa do clube, se bem conheço Pinto da Costa e seus pares. Dito isto, mesmo que o Dragão até à morte seja apenas um blog e tenha a importância que tem, acho útil que nós possamos analisar, reflectir, contribuir, mesmo que de forma muito limitada, para que as coisas melhorem. A única premissa é que o façamos com respeito, objectividade e de forma construtiva. Vamos a isso!
Aproveitando a paragem dos campeonatos e o facto do F.C.Porto só voltar à competição a 17 ou 18 de Outubro frente ao Trofense e depois a 27 frente ao Sporting para a Liga Zon Sagres, uma análise, minha e portanto, sujeita a todo o contraditório de quem quiser, sobre estes pouco mais de três meses de Paulo Fonseca como técnico do F.C.Porto.

Se bem se lembram - os posts estão aí e podem ser consultados -, na análise aos primeiros jogos, aqueles frente adversários que colocavam alguma exigência, Marselha, Galatasaray ou Nápoles, escrevi que em relação aos anos anteriores, os dois de Vítor Pereira, o Porto de Paulo Fonseca não era tão fanático pela posse - com o anterior treinador e muitas vezes, mesmo quando recuperávamos a bola, apanhávamos o adversário em contra-pé, inferioridade de jogadores na cobertura defensiva e mal organizado, raramente aproveitávamos para sair no contra-ataque, preferíamos voltar a trás, iniciar tudo de novo -, pelo controlo do jogo, atacava mais rápido, com mais jogadores, colocava mais gente na zona de finalização. Organizava-se pior sem bola, dava mais espaço aos adversários para saírem em transição, isto é, defendia pior. Passado todo este tempo e já com 10 jogos oficiais, nesta altura o conjunto de Paulo Fonseca continua com os mesmos problemas que referi anteriormente e pior, a forma de atacar que tanto chegou a entusiasmar, perdeu fulgor, qualidade, Jackson fica muitas vezes sozinho contra uma multidão. Mais, a equipa perdeu coesão, alma, alegria, precisa urgentemente de uma injecção de moral. Quando, após a derrota frente ao Atletico de Madrid, Danilo declarou, mais coisa menos coisa, "Quando batem em nós, temos de bater no próximo que nos apareça pela frente", acreditei e disse-o, esse é o espírito correcto, o espírito Porto, quem vier a seguir paga as favas. Só que na prática não se viu nada disso, voltamos a jogar mal, a não ter aquela vontade, determinação e qualidade que nos distinguia, fazia com quem vinha a seguir a uma derrota do Dragão, tinha medo, tinha muito medo. Nos últimos tempos temos perdido essa capacidade de atemorizar os adversários, estão a perder-nos o respeito - claro que me estou a referir às competições caseiras, nas provas europeias e em particular na Champions, não temos plantel e equipa para meter medo a clubes com muito mais argumentos, de todo o tipo, que nós. Quando me falam na falta de João Moutinho, a referência, o equilíbrio e um jogador fundamental na manobra portista, claro que sou sensível a isso. Claro que também acho que a qualidade dos alas tem vindo a decrescer. Claro que também acho que é preciso tempo. Mas é por isso que aceito e não acho um escândalo, perder, nos pormenores, contra uma equipa que lidera a fortíssima Liga Espanhola, contando os oito jogos que fez por vitórias, já me incomoda que frente a equipas claramente inferiores, o F.C.Porto tenha tantas dificuldades, jogue tão pouco, não consiga controlar o jogo. Ou quando consegue fazer bem, isso dura pouco tempo, nos últimos jogos, cerca de 30 minutos ou menos. É isto que urge mudar e é a altura para o dizer.

Capítulo Ghilas:
Paulo Fonseca declarou na antevisão do jogo com o Arouca: "Ghilas tem concorrência enorme." É verdade, Jackson é melhor, titular por mérito próprio, muito do que temos conseguido deve-se à regularidade com que Cha Cha Cha vai facturando. Nenhum portista, talvez com excepção do meu amigo Infinito Azul, acha que Ghilas deve jogar no lugar de Jackson. Não, mas há muita gente a partilhar a minha ideia que o avançado argelino já podia e devia ter mais tempo de jogo. Exemplos: quando Jackson vem de uma viagem longa, chega na sexta, não treina, joga no sábado, o F.C.Porto está a ganhar 2-0 e o ponta-de-lança colombiano dá provas de manifesto cansaço, porque não entrou Ghilas? Porque só entrou o argelino a 2 minutos do fim e em desespero, frente ao Estoril e Atletico de Madrid, quando no jogo da Amoreira o resultado não servia e frente aos colchoneros estávamos por cima? Será um absurdo pensar que com a equipa de D. Simeone contente com o empate, alguém ao lado de Jackson podia ter obrigado a mais trabalho aos defendores e podia evitar que os espanhóis saíssem com bola controlada desde trás, fruto de uma vantagem numérica? Como já disse, fazer totobola à segunda-feira é fácil, acerta-se sempre, mas estas dúvidas não terão pertinência?

Está aberta a discussão para quem quiser.

PS - Não estou de olhos fechados para com as arbitragens, jornalismo rasteiro e anti-portista, com tudo o que rodeia o futebol português, mas cada coisa no seu tempo. Este tempo é de olhar para dentro.

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